Abril 29, 2025
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A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro (Federa-RJ), a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi-MG), a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES) e a Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários da Bahia e Sergipe (Feeb-BA/SE) realizaram, de sexta-feira (17) a domingo (19), suas conferências estaduais e interestaduais para definir as prioridades de suas bases a serem debatidas nos encontros nacionais específicos dos trabalhadores de cada banco, que acontecerá de 4 a 6 de junho, e na 26ª Conferência Nacional dos Bancários, que acontecerá nos dias 7 a 9 de junho, ambas em São Paulo.

Bahia e Sergipe

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Após dois dias de debates (18 e 19/5), as delegadas e delegados da 26ª Conferência dos Bancários da Bahia e Sergipe aprovaram, no domingo (19/5), as propostas de reivindicações da categoria nestes estados para a campanha salarial 2024 a serem debatidas em âmbito nacional. A plenária elegeu também os 31 delegados e delegadas que representarão a Bahia e Sergipe na Conferência Nacional.

“Fizemos um debate importante sobre a conjuntura nacional e internacional e, entre outras questões que têm relação direta com os bancários, falamos sobre o adoecimento, as pressões por metas a insegurança da categoria com a relação do desemprego”, disse o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto.

Leia mais: 26ª Conferência Bahia e Sergipe define prioridades da campanha 2024

Minas Gerais

Após os debates promovidos na sexta-feira (17) e sábado (18), as delegadas e delegados da 26ª Conferência Estadual dos Bancários de Minas Gerais elencou as propostas do estado a serem debatidas em âmbito nacional. Os debates, que contaram com a participação da presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, perpassaram por temas como aumento real, menos metas e o combate aos abusos e precarizações possibilitadas pelo ambiente digital.

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Rio e Espírito Santo

Bancários e bancárias do Estado do Rio de Janeiro aprovaram a minuta de reivindicações que serão debatidas na Conferência Nacional, de 7 a 9 de junho, em São Paulo

Também na sexta-feira (17) e sábado (18), ocorreram as conferências da Federa-RJ e Fetraf-RJ/ES.

Nas bases do estado do Rio de Janeiro filiadas à Federa-RJ, as bancárias e bancários, além da pauta de reivindicações e sugestões de estratégias para a campanha salarial que serão levadas à Conferência Nacional, foram aprovadas moções de solidariedade ao povo gaúcho e para a importância de mais responsabilidade com a questão ambiental; de repúdio a posição do ministro da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, que criticou o projeto que inclui o marinheiro João Cândido, líder da revolta da chibata, contra castigos e exploração do trabalho na força militar; e em repúdio ao banco Santander, que entrou com ação judicial contra um dirigente sindical bancário de Campos, no Norte Fluminense, por sua luta e trabalho em defesa da categoria.

“Estamos construindo mais uma campanha nacional da categoria e, com unidade, queremos debater com a sociedade questões sobre a organização dos trabalhadores, no nosso caso, do ramo financeiro”, afirmou a presidenta da Federa-RJ, Adriana Nalesso.

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Começou a Campanha Nacional dos Bancários

No sábado (18), as bancárias e bancários das bases filiadas à Fetraf-RJ/ES (Angra dos Reis e Região; Baixada Fluminense; Espírito Santo; Itaperuna e Região, Macaé e Região, Nova Friburgo e Região; e Três Rios e Região) definiram as pautas, prioridades e propostas que serão levadas para a Conferência Nacional dos Bancários.

“É importante levarmos para a Conferência Nacional reivindicações que possam trazer solução para o fechamento de agências e as demissões, que têm provocado apreensão e o adoecimento da categoria, que está sobrecarregada pela falta de funcionários e pressionada a cumprir metas”, declarou Nilton Damião.

Leia mais: Aumento real e saúde do trabalhador são pautas prioritárias

Rio Grande do Sul

No sábado (18) também ocorreria a conferência da Fetrafi-RS, que foi suspensa devido a calamidade que atingiu o estado.

Leia mais: Fetrafi-RS suspende encontros por bancos e conferência estadual

Fonte: Contraf-CUT

 

O Relatório Anual da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) de 2023 foi aprovado com 87% do total de votos. A Confederação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) havia orientado a aprovação do documento.

“O resultado indica que o Corpo Social concorda que as informações apresentadas refletem a realidade da CASSI no último ano, como atestam os Conselhos Deliberativo e Fiscal e a Auditoria Independente nos pareceres que integram o documento”, destacou a direção da Cassi no texto que anunciou o resultado da aprovação.

“O Relatório é um documento de prestação de contas aos associados, com divulgação e votação previstos no Estatuto Social da CASSI, e que reúne as principais ações da gestão e o resultado econômico-financeiro do ano”, completou a entidade.

A votação ocorreu no período de doze dias e participaram 36.500 associados de uma base de votantes de 160.239. “O relatório anual da Cassi, reflete a realidade financeira atual da entidade. E nossa avaliação é que ocorreram avanços no último período, como os repasses das chamadas ‘reclamatórias trabalhistas’, pelo BB à Cassi. Uma vitória do movimento sindical, que atuou junto ao banco para resolver o problema que se arrastava há 13 anos”, explicou o funcionário do BB e secretário-geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga Junior.

O relatório permanece disponível para consulta (clique aqui). A direção da Cassi também informa que, mensalmente, serão publicados os resultados da Caixa de Assistência no hotsite Visão CASSI.

Fonte: Contraf-CUT

Na segunda-feira, 20 de maio, às 16h, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) realizará uma live para discutir as medidas propostas pela Caixa Econômica Federal e pela Fundação dos Economiários Federais (Funcef) visando a redução do equacionamento. O evento será transmitido pelo YouTube da Fenae.

Faça sua pergunta!

Os participantes dos planos e demais interessados poderão debater e esclarecer suas dúvidas sobre a proposta, bem como sua consequência para o benefício futuro dos participantes. Quem quiser fazer perguntas devem enviar as questões para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Sobre a proposta da Caixa e Funcef

A proposta apresentada pela Caixa e pela Funcef prevê a retirada de direitos dos participantes e o aumento do prazo de pagamento das contribuições extraordinárias. A proposta não cita o contencioso ou a alteração da taxa de juros da meta atuarial, que poderiam reduzir o equacionamento sem prejudicar os participantes.

Entre as medidas propostas, destaca-se a unificação dos três equacionamentos vigentes em um único, com o alongamento do prazo em mais 6 anos, passando de 12 para 18 anos, representando um aumento significativo em relação ao prazo atual. Além disso, a proposta inclui a retirada de direitos dos participantes, denominada pela Funcef como “adequação no regulamento dos benefícios futuros”.

Os direitos que se pretende retirar são a redução da pensão para 50% + 10% por dependente, limitado a 80%, redução da idade limite para recebimento da pensão para os filhos para os 21 anos, fim do Auxílio Pecúlio, atendimento à Lei 3.135/2015 (tabela de temporalidade), e alteração do início de acumulação do benefício saldado no Fundo de Acumulação de Benefício (FAB).

Fonte: Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense participou neste sábado, 18 de maio, da 26ª Conferência Interestadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras as do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, no SESC Guarapari (ES).

O evento foi realizado pela Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), que representa os Sindicatos dos Bancários de Angra dos Reis e Região, Baixada Fluminense, Espírito Santo, Itaperuna e Região, Macaé e Região, Nova Friburgo e Região e Três Rios e Região, e definiu as pautas, prioridades e propostas que serão levadas para a Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada em São Paulo, entre os dias 4 a 6 de junho.

Além disso, também foi definida a delegação que representará a Fetraf RJ/ES no evento.

Dentre as reivindicações, a Fetraf RJ/ES defende: aumento real de salário; aumento da PLR; aumento diferenciado para o Vale-Alimentação (VA) e Vale Refeição (VR); manutenção dos direitos trabalhistas; combate ao assédio moral; manutenção dos empregos; juros diferenciados para bancários endividados em crédito pessoal e cartão de crédito; e diminuição da Selic como estímulo para economia.

Também foi citada a importância de se eleger candidatos comprometidos com as pautas da categoria bancária para cargos municipais nas eleições de 2024.

Pautas como a volta do Vale-Cultura, manutenção da negociação válida por 2 anos, fechamento de agências e postos de trabalho, demissões, diferença de metas que variam de região pra região, também serão levados para o debate, em São Paulo.

Conferência

A 26ª Conferência teve a participação de 180 delegados representando as bases sindicais do Espírito Santo, Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Itaperuna, Macaé, Nova Friburgo e Três Rios.

A mesa de abertura foi composta por Nilton Damião, Presidente da Fetraf RJ/ES; Claudio Vieira, secretário-geral da Fetraf RJ/ES; e Rita Lima, coordenadora-geral do Sindicato dos Bancários/ES. Em seguida houve saudação aos presentes por Gustavo Tabatinga, representando a Contraf/CUT; Elizabeth Paradela, falando pela CUT e Carlos Pereira Araújo (Carlão), pela Intersindical.

“É importante levarmos para a Conferência Nacional as reivindicações da categoria. O fechamento de agências e as demissões têm provocado o adoecimento dos trabalhadores bancários, que estão sobrecarregados pela falta de funcionários e pressionados para cumprir metas”, declarou Nilton Damião.

Rita Lima afirmou receber com alegria a conferência no Espírito Santo onze anos após o último evento realizado no estado. Ela destacou a importância de fortalecer a representatividade do Rio e Espírito Santo na construção da minuta geral. A coordenadora-geral do Sindicato lembrou que a conferência acontece num momento difícil no Brasil. “O rentismo e a especulação continuam prevalecendo independente da miséria do povo. O que vamos fazer para que o presidente tenha lastro popular para abrir caminho em favor dos nossos direitos? Temos responsabilidade como categoria e classe trabalhadora. O espaço da conferência é importante para que possamos fazer bons debates e nos fortalecermos para a luta”, afirmou.

Integrante do Comando Nacional e representante da Intersindical, Carlão afirmou: “Na Conferência Nacional é importante a categoria bancária colocar nos eixos políticos a luta pela redução dos juros, pela saída de Campos Neto [do Banco Central], que sabota políticas do governo com juros alto; apoiar a luta camponesa e dos quilombolas. O desafio enquanto central da classe trabalhadora é unificar as lutas para fazer enfrentamento de massa, para enfrentar o capital, lutar pelas políticas públicas e discutir o papel do sistema financeiro”, afirmou.

Debates

A economista do Dieese Cátia Uehara, que falou na primeira mesa da conferência, mostrou em números o cenário de endividamento das famílias, juros altos, redução do emprego bancário e precarização do emprego no ramo financeiro. Segundo ela, a pandemia da covid-19 gerou ambiente propício para que as instituições financeiras dobrassem a aposta na reestruturação, a fim de reduzir custos e retomar a rentabilidade pré-pandemia.

Essa reestruturação aponta uma maior utilização de tecnologias, redução e externalização do atendimento físico com fechamento de agências e postos de trabalho internos, ao mesmo tempo que ampliam-se estruturas externas de atendimento, como correspondentes ou fintechs. Há um aumento do emprego no ramo financeiro não bancário, inclusive em segmentos não assalariados, como pessoas jurídicas e microempreendedores individuais (MEI).

Para Fabiana Proscholdt, conselheira de Administração da Caixa eleita pelos empregados, nesse contexto, a defesa das estatais é importante, pois significa o investimento na nação e o controle da concorrência. “Nosso papel é discutir o sistema financeiro que sangra a sociedade. O que nós defendemos é um sistema que dá subsídios para uma sociedade melhor. Temos que ter pessoas na alta administração [dos bancos] para mudar o atual viés. Defender as estatais, fora a questão do emprego, é defender o patrimônio que nós construímos ao longo do tempo”, afirmou.

Ela citou o exemplo da Caixa, reafirmando a posição contrária do movimento contra a transferência das loterias para uma subsidiária. Na sua avaliação, essa medida enfraquece a empresa, pois os investimentos em tecnologia e pessoal não irão mais para a empresa-mãe. Além disso, a subsidiária pode ser privatizada “numa canetada”. Ela também citou o prejuízo para a sociedade, dado que parte do que é arrecadado (cerca de 40%) vai para políticas públicas do governo.

Saúde

A Conferência também contou com a participação dos professores do Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento da Universidade Federal do Espírito Santo, Roberta Belizário e Thiago Drumond. Eles atuam na área de saúde do trabalhador e integram a equipe que está desenvolvendo a pesquisa Nossa Saúde Importa, sobre saúde mental dos bancários do Espírito Santo.

Belizário falou dos sentidos social, psicológico e subjetivo da atividade de trabalho e como, no mundo contemporâneo, o processo de trabalho tem se tornado motivo de adoecimento. “O trabalho implica numa relação de criação, mas a relação que vem se estabelecendo com o trabalho vem se modificando, com intensa subordinação e alienação”, afirma. Ao se transformar em algo operacional, vira atividade a ser cumprida sem relação com aquilo que importa aos trabalhadores, perdendo o sentido. A partir daí o indivíduo vai perdendo o sentido do trabalho, abrindo caminho para o sofrimento psíquico.

Drumond apresentou alguns dados preliminares da pesquisa Nossa Saúde Importa, que está sendo desenvolvida pelo Sindicato em parceria com a Ufes. Segundo ele, quase 40% dos respondentes já foi trabalhar com atestado médico, 68% fazem tratamento psicológico ou psiquiátrico, mais de 30% usa medicamento psiquiátrico. “É uma população bastante afetada sob o ponto de vista da saúde mental”. Ansiedade em nível grave, depressão e estresse são os males mais citados.

O professor destacou que as ferramentas institucionais de gestão desenvolvidas ao longo dos anos fazem o trabalhador internacionalizar a “submissão voluntária”, de forma que o trabalhador fique disponível para esse tipo de gestão, “dormindo e acordando pensando no trabalho”.

Para a professora Belizário, o grande desafio é pensar como o trabalho pode voltar a fazer sentido e tornar-se significativo para o trabalhador. “O trabalho é possibilidade de saúde. É preciso produzir uma ética do coletivo, ter sensibilidade ao sentimento do outro, compreender que é [sofrimento] de toda uma categoria, que é um sintoma coletivo, não ignorar o adoecimento e não normalizá-lo”, afirmou.

Delegação

Ao final da conferência foram eleitos os delegados para a Conferência Nacional. Confira.

Ayres Carlos Alves de Oliveira (Andra dos Reis)
Pedro Batista (Baixada Fluminense)
Renata Soeiro (Baixada Fluminense)
Solange Viana (Baixada Fluminense)
Ricardo Sá (Baixada Fluminense)
Rita Lima (ES)
Ronan Vieira (ES)
Bethania Emerick (ES)
Igor Chagas Silva (ES)
Vanessa Espindula (ES)
Marcelo Giacomin (ES)
Fabrício Passos Coelho (ES)
Cláudio Merçon (ES)
Priscilla Gomes Pereira (ES)
Carlos Pereira de Araújo (ES)
Hudso Lopes Bretas (Itaperuna)
Paulo Alves Júnior (Macaé)
José Renato Riscado de Carvalho (Macaé)
Luiz Gabriel Almeida Velloso (Nova Frigurgo)
Marcos Vinícius da Silva Oliveira (Três Rios)
Nilton Damião Esperança (Três Rios)

Em negociação ocorrida na tarde de quinta-feira (16), a Caixa Econômica Federal apresentou uma nova proposta sobre a reivindicação dos trabalhadores para redução da jornada de trabalho das empregadas e empregados com deficiência, ou que sejam pais, ou cuidadores, de pessoas com deficiência (PcDs). Novamente, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa a considerou insuficiente. Em abril o banco já havia apresentado uma proposta frustrante para esta mesma reivindicação.

“Essa é uma demanda muito importante para um grupo de trabalhadores, que nós estamos debatendo há algum tempo. O banco trouxe proposta que engloba todos os empregados e não o segmento específico. Além disso, têm aspectos que precisam ser esclarecidos e nós solicitamos mais detalhes ao banco e reafirmamos a necessidade de que o retorno a demandas como essa sejam mais ágeis e tragam soluções efetivas”, reforçou Rafael de Castro, coordenador da CEE/Caixa e diretor da Fenae.

Morosidade é geral

A reclamação sobre morosidade das respostas do banco foi pauta para diversos pleitos. Os membros da CEE pontuaram várias reivindidações que foram apresentados em outras reuniões ou por meio de ofício e que não obtiveram resposta da Caixa.

“Precisamos ter um calendário de negociações para dar andamento às demandas que apresentamos e não nos foram dadas respostas, como os temas relacionados à Funcef (Fundação dos Economiários Federais), volta das designações das funções de caixa e tesoureiros, reestruturação, dentre outros”, destacou a diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Eliana Brasil.

Para o representante da Fetrafi/SC, Edson Heemann, é preciso valorizar a importância da CEE na interlocução dos empregados com a empresa. “Estamos aqui para buscar solucionar problemas relativos às condições de trabalho. As entidades são diariamente acionadas pelos colegas para tratar das demandas que não vem sendo solucionadas”.

A morosidade do banco também foi criticada pelo representante da Feeb-SP/MS, Tesifon Quevedo Neto. “Nossa expectativa é que na próxima reunião o banco nos traga propostas para as diversas demandas já apresentadas e ainda pendentes”, reforçou.

Rio Grande do Sul

A CEE também cobrou mais agilidade nas solicitações dos trabalhadores afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul. A representante do estado na comissão relatou que empregados estão tendo dificuldades em questões como hotelaria (para quem ficou desabrigado) e o adiantamento emergencial em casos de calamidade.

“Recebemos relatos de que alguns colegas não estão conseguindo o adiantamento por conta da margem consignável ou tendo negado pedidos para estender a hotelaria”, relatou Sabrina Muniz.

Os representantes da Caixa anunciaram, na reunião, que nesta sexta (17) será publicada norma dispensando a margem consignável.

Os membros da CEE também reforçaram o pedido para que problemas mais urgentes possam ser solucionados pelo banco, sem esperar que sejam levados para o comitê de crise nacional, formado pela Contraf-CUT e pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Gipes

Dentre os pontos pendentes na negociação com a Caixa está a recriação das Gerências de Gestão de Pessoas (Gipes). Segundo o banco, já foi iniciado o processo de implantação de oito Gipes e 20 Representações nos Estados (Repes) e que esse trabalho deve ser concluído até 30 de junho, para elas entrem em operação na sequência, a partir de julho deste ano.

“As Gipes são essenciais para agilizar as soluções para os problemas locais enfrentados pelos trabalhadores. Enquanto elas e as Repes não são recriadas, precisamos buscar soluções mais ágeis para as demandas das empregadas e empregados”, reforçou Rafael de Castro.

A CEE/Caixa cobrou um calendário de negociações com os bancos para tratar de todos as reivindicações pendentes. A Caixa se comprometeu atender a demanda da comissão e uma nova negociação já deve ocorrer na próxima semana.

Fonte: Fenae, com edições da Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense recebeu diversas denúncias de funcionárias e funcionários do Banco Santander, em relação ao uso de camisetas fornecidas pelo banco, com a logomarca da instituição financeira, e que expõe os trabalhadores ao risco de violência nas ruas.

Segundo relatos, o fato se iniciou junto com o processo de reestruturação na rede nacional de agências, batizado de Multicanalidade pelo Santander, anunciado em comunicado no dia 22 de janeiro, sem qualquer negociação prévia.

Bancárias e bancários alegam que se sentem expostos quando saem para trabalhar com a camisa que denuncia onde trabalham. E, por ser uma instituição financeira, o risco é maior que uma empresa que não lida com numerários.

Isso também tem afetado a saúde mental dos trabalhadores. Só na Baixada Fluminense, são 15 funcionários afastados.

São diversas as razões que levam os bancários a terem problemas relacionados à saúde mental, como pressão por resultados e ameaça sobre seus empregos. 

Apesar de representarem apenas 1% dos trabalhadores com emprego formal, a categoria representa 24% dos afastamentos por doenças mentais.

Além da pressão abusiva por resultados, os bancários sofrem também com o medo de assaltos e discriminações no ambiente corporativo.

PROCURE O SINDICATO

Bancários e bancárias da Baixada Fluminense podem denunciar, sem se identificar, através dos telefones do Sindicato:

Duque de Caxias - (21) 2671-0110 / 2671-3004

Nova Iguaçu - (21) 2658-8041

Ou procure o diretor ou diretora de sua área.

O Sindicato é o meio mais seguro e confiável para resolução de conflitos.

Com o estado de calamidade vivido no estado do Rio Grande do Sul, bancos como o Bradesco, Santander, Itaú, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, anunciaram medidas para amenizar os impactos sobre seus funcionários e funcionárias.

As empregadas e empregados da Caixa Econômica Federal que tenham sido vítimas das inundações no Rio Grande Sul têm direito garantido, previsto no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a um adiantamento emergencial de até 10 salários padrão de referência de seu cargo efetivo, desde que o município em que residem tenha decretado estado de calamidade pública. Os valores podem ser devolvidos em até 60 parcelas iguais e sem juros, com valor limitado a 30% do salário.

Itaú anunciou medidas para mitigar os impactos sobre seus funcionários. Uma delas é a antecipação da Gratificação Semestral, além do pagamento adiantado da primeira e segunda parcelas do décimo terceiro salário. Adicionalmente, o banco também efetuou o pagamento dos estagiários. Outras alternativas estão sendo estudadas e, assim que finalizadas, serão divulgadas.

Santander anunciou três medidas para mitigar os impactos sobre seus mais de 1200 funcionários localizados nas regiões impactadas: a antecipação do décimo terceiro salário, abono do ponto eletrônico para as ausências no mês de maio e o reforço no suporte do PAPE, que acolhe não somente os funcionários, como as famílias, num atendimento 24 horas por dia.

As medidas anunciadas pelo Banco do Brasil para os trabalhadores foram:

1. Reforço no atendimento das redes de gestão de pessoas (Gepes), com prioridade aos funcionários do Rio Grande do Sul;
2. Liberação do Programa de Assistência Social (PAS), um mecanismo de crédito do banco, voltado aos funcionários;
3. Flexibilização de antecipação de férias para os trabalhadores do Rio Grande do Sul, em caso de solicitação pelo próprio funcionário;
4. Abono 478, mecanismo interno para justificar as faltas em situações específicas, nesse caso por causa da situação de calamidade pública. Essa proposta também inclui a possibilidade do home office;
5. Flexibilização do trabalho remoto;
6. Adição de funcionários de outras localidades do país como reforço nas dependências do RS;
7. Substituição de todas as funções gerenciais, em dependências do RS, para compor um comitê, com objetivo de estruturar e atender melhor as demandas;
8. Adiantamento salarial, considerando a margem consignável de cada funcionário.

No Bradesco, as medidas visam proporcionar suporte psicológico, financeiro e logístico aos trabalhadores afetados pela situação de emergência no estado. Conheça-as:

  • Apoio psicológico: Funcionários, dependentes e familiares terão acesso a suporte psicológico gratuito 24 horas, por meio do canal 0800 701 1212 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.;
  • Monitoramento ativo: Assistentes sociais monitorarão ativamente os funcionários diretamente impactados pela calamidade;
  • Antecipação do 13º salário: A primeira parcela do 13º salário será antecipada para o dia 17 de maio;
  • Vale alimentação emergencial: Um vale alimentação no valor de R$ 835,99 será concedido em 31 de maio;
  • Flexibilização de férias: Os funcionários poderão antecipar ou prorrogar suas férias conforme suas necessidades;
  • Abono de faltas e flexibilização da jornada: As faltas serão abonadas e haverá flexibilização na jornada de trabalho, com a possibilidade de manutenção do trabalho remoto, se necessário;
  • Alteração do VR para VA: Haverá suporte na solicitação de alteração do direito de Vale Refeição (VR) para Vale Alimentação (VA), sem período de carência, devido à dificuldade sistêmica de acesso causada pela falta de internet;
  • Telemedicina: Atendimento médico será disponibilizado via telemedicina pelo App Bradesco Saúde;
  • Empréstimo social (VivaBem): Empréstimo em condições diferenciadas de até dois salários, com crédito em até dois dias úteis após a solicitação, devolução em 48 meses, sem juros, e carência de seis meses para início do pagamento.
  • “Essas medidas foram planejadas para mitigar os impactos da calamidade na vida dos funcionários do Bradesco no Rio Grande do Sul, oferecendo o suporte necessário em um momento crítico. Conforme a situação evolui, novas medidas emergenciais poderão ser adotadas para continuar atendendo às necessidades dos trabalhadores”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Bradesco.

As deliberações também são resultado de reuniões do comitê de crise, composto por representantes sindicais bancários da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS) e do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários/POA), juntamente com membros da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).    

 

A Caixa Econômica Federal anunciou na noite de quarta-feira (15) um lucro líquido recorrente de R$ 2,88 bilhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 49,1% em comparação ao mesmo período de 2023 e de 0,5% em relação ao trimestre anterior. O lucro líquido contábil foi de R$ 2,462, impactado por despesas relacionadas ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV) de 2024, crescimento de 27,3% em 12 meses e redução de 38,1% no trimestre. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do banco (ROE) ficou em 9,55% com incremento de 2 pontos percentuais (p.p.) ao longo de doze meses.

“O resultado reflete o enorme esforço das empregadas e empregados da Caixa, que estão cada vez mais sobrecarregados”, avaliou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro. “Com menos trabalhadores e um número muito maior de clientes, os colegas precisam superar os constantes problemas nos sistemas para que o banco obtenha bons resultados. Mas o custo é o aumento da sobrecarga que, somada ao assédio na cobrança de metas, tem levado muitos ao adoecimento”, completou de Castro.

O coordenador da CEE se refere à redução de 168 postos de trabalho na Caixa ocorrida no 1º trimestre do ano, frente ao aumento de 1,56 milhão de clientes. No final do primeiro trimestre, o quadro de pessoal da Caixa era de 86.794 empregados(as). O banco chegou a ter 101.484 em 2014, uma redução de 14.690 postos.

“O atendimento à população é precarizado. E isso fica muito visível nos anúncios de novos programas sociais do governo, quando as filas nas imediações das agências chegam a dobrar o quarteirão”, observou de Castro.

Carteira de crédito

Com uma carteira de R$ 754,3 bilhões, o crédito imobiliário, carro chefe da Caixa, cresceu 14,4% em 12 meses. Com isso, o banco aumentou ainda mais sua participação neste segmento. Agora a Caixa lidera o crédito imobiliário com 67,7% do mercado.

“A Caixa desempenha uma função fundamental no financiamento da casa própria. Essa é uma das responsabilidades que todos os bancos deveriam ter, mas é a Caixa, como banco público, que cumpre seu papel social, que toma a frente neste mercado na luta pela redução do déficit habitacional”, ressaltou o coordenador da CEE, ao ressaltar que a Caixa, mesmo quando há queda na taxa básica de juros (Selic), mantém a oferta de crédito para financiamento habitacional, ao contrário de outros bancos, que somente investem no segmento quando a Selic está alta. “Essa política da Caixa precisa ser mantida, com crescimento em volume de recursos”, completou.

A Caixa também acelerou o crescimento do financiamento das operações de saneamento e infraestrutura e do agronegócio. O crédito voltado às operações de saneamento e infraestrutura tiveram expansão de 2,9% em doze meses, totalizando R$ 100,3 bilhões. Para o agronegócio a expansão foi ainda maior, de 20,7%, atingindo R$ 57,8 bilhões.

A Carteira de Crédito Ampliada da Caixa teve alta de 10,4% em comparação ao primeiro trimestre de 2023, totalizando R$ 1,14 trilhão. As operações de crédito comercial com pessoas físicas diminuíram 2,7% somando R$ 134 bilhões. No segmento comercial com pessoas jurídicas, houve crescimento de 3,9%, totalizando um montante de R$ 98 bilhões.

“É preocupante que o crescimento se dê nas carteiras de crédito imobiliário e do agro mas se mantenha praticamente estagnado, na carteira comercial para pessoas físicas e jurídicas. Há milhões de pessoas sem conta e banco. A Caixa precisa contribuir com a bancarização do país e, durante a apresentação do balanço, foi dito que os investimentos na área administrativa ficaram abaixo do provisionado. Ou seja, a Caixa tem competência e espaço para crescer. Falta apenas investir na contratação de pessoal e melhoria de tecnologia. Dinheiro tem pra isso”, analisou o coordenador da CEE.

“E não é apenas para cumprir seu papel social. Isso dá dinheiro também. Volta em forma de recursos e share de mercado (participação)”, completou ao explicar que quando há aumento da oferta de crédito para um novo público, há ganho da fatia de crédito comercial que está em disputa. “A Caixa está abrindo mão desta disputa e as fintechs e os bancos digitais estão entrando com muita facilidade, cobrando juros de 10%, 12%, enquanto a Caixa tem capacidade de oferecer isso a juros menores. Ou seja, é menos chicote no lombo da população, com juros mais baixos e mais dinheiro entrando na Caixa, com o banco atendendo o público que é seu métier”, continuou.

Outros números

Nos três primeiros meses do ano, o banco alcançou margem financeira de R$ 15,3 bilhões, com crescimento de 9,9% em 12 meses, decorrente, sobretudo, da redução das despesas de intermediação financeira (-3,3%). Além disso, a redução na provisão para perdas associadas ao risco de crédito (-0,9%) e o incremento nas receitas com prestação de serviços (+6,9%) influenciaram o resultado.

Veja abaixo a tabela resumo do balanço ou, se preferir, leia a íntegra da análise elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Você também pode ler as demonstrações contábeis no site do banco.

Fonte: Contraf-CUT

 

Em 2023, a taxa de desemprego para jovens mulheres negras (faixa etária entre 18 e 24 anos) era de 18,3%, três vezes maior que o percentual de homens brancos (5,1%) fora do mercado de trabalho. O alerta é do relatório “Mude com Elas”, do projeto homônimo conduzido pela ONG Ação Educativa, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada pelo IBGE.

O trabalho ressalta que, no final de 2023, o país contava com 8,1 milhão de pessoas desocupadas, ou cerca de 7,4% das pessoas com idade de trabalhar. “O número é o menor desde 2014, mas, a partir do recorte da ONG, revela que as jovens e negras seguem sendo as mais prejudicadas no mercado de trabalho, e isso é reflexo de questões históricas racistas e machistas”, observa a secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fernanda Lopes. “Isso fica evidente, quando analisamos que, mesmo com o mesmo grau de escolaridade e exercendo a mesma função dos homens, elas ainda têm remuneração menor do que seus pares masculinos”, completa.

Outros dados levantados pela entidade mostram ainda que:

– A taxa de informalidade é maior entre as jovens e negras: 42% do grupo, 9 pontos percentuais (p.p.) a mais em relação às mulheres jovens brancas (33%);
– A renda delas (R$ 1.582,00) é 47% menor que a média da população (R$ 2.982,00) e 2,7 vezes menor que dos homens brancos (R$ 4.270,00);
– Enquanto apenas 44% delas têm carteira assinada, esse número passa de 50% no caso de homens brancos;
– O acesso ao ensino superior é menor entre as mulheres jovens e negras: 3,4% desse perfil frequenta ou já terminou uma graduação. Enquanto o percentual de mulheres brancas na mesma situação é 39,8%;
– No grupo de pessoas de 14 a 29 anos, 10,6% das mulheres negras trabalham e estudam, enquanto 23,3% estão fora do mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, não estudam. Por outro lado, entre as mulheres brancas na mesma faixa etária, 15,4% trabalham e estudam e 15,4% estão fora do mercado de trabalho e não estudam.
– Horas em fazeres domésticos: jovens e negras se dedicam, em média, 22 horas semanais, comparado à média de homens negros e brancos (11,7 horas).

O secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, reforça que a população negra, em idade ativa, é a mais afetada pelo desemprego, mesmo diante da melhora do mercado de trabalho, observado no primeiro ano (2023) do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Apesar de sermos 56,1% da população em idade de trabalhar, em 2023, os negros correspondiam a mais da metade dos desocupados (65,1%). A taxa de desocupação dos negros era, na ocasião, de 9,5%, sendo 3,2 pontos percentuais acima da taxa dos não negros”, disse com base em levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), também realizado a partir da PNAD.

No relatório “Mude com Elas”, a ONG Ação Educativa, ressalta também que “os jovens são o seguimento com menos acesso ao trabalho com carteira assinada”, sendo que “menos de 40,4% têm contrato de CLT com menos de um ano”. Porém, com o recorte feito no levantamento da entidade, é possível confirmar o diagnóstico de que a discriminação é mais aprofundada no mercado de trabalho às mulheres jovens e negras.

Em depoimento para o site Universa, Emily Santos de Lima, de 18 anos, contou que frequentemente é questionada sobre seu cabelo, nas entrevistas de emprego. “Querendo ou não, ninguém fala sobre o cabelo de pessoas que têm os fios lisos. Mas uma pessoa de cabelo afro grande, mostrando o cabelão, a gente recebe comentários. Já ouvi coisas como ‘mas você quer que cresça mais?’, referindo-se ao cabelo”.

Para mudar o cenário

A partir desse diagnóstico do relatório, a ONG Ação Educativa aponta como estratégia a construção de políticas públicas que priorizem jovens mulheres. A entidade cita como exemplo de ação política já em curso o Plano de Ação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, de articulação do Ministério das Mulheres, com medidas para prevenir formas de discriminação, misoginia e violência de gênero contra mulheres e meninas. Mas a organização reflete que é preciso o envolvimento de todos os setores, principalmente de empresas para haver uma mudança real.

“É urgente o empoderamento dessas mulheres, e esse compromisso só será efetivo por meio de políticas públicas efetivas e pelo comprometimento com o real propósito da transformação”, explica a coordenadora do projeto Mude com Elas, Fernanda Nascimento. “A desigualdade é um fenômeno que infelizmente aparece nos mais diversos aspectos da sociedade brasileira, nas questões jurídicas, econômicas e no mercado de trabalho”, completou.

A secretária da Juventude da Contraf-CUT, Bianca Garbelini, avalia que é preciso investimentos robustos na educação pública. “Esses investimentos são necessários para o estabelecimento de mais políticas afirmativas voltadas às jovens negras, para que elas possam acessar a universidade”, defendeu.

“Para além disso, precisamos entender que há uma intersecção entre a questão do trabalho de cuidados e a realidade apresentada, de que entre essas jovens há uma proporção maior das que não estudam e ao mesmo tempo não trabalham. Ou seja, o volume de jovens negras nesta situação tem relação com a responsabilidade maior que recai sobre elas, no cuidando de seus familiares, sejam irmãos mais novos, filhos ou idosos. Portanto, a socialização do cuidado como política pública é fundamental”, completou.

Fonte: Contraf-CUT

Bancárias e bancários de todo o país se reúnem, em São Paulo, entre os dias 4 e 9 de junho, para definirem a pauta de reivindicações da categoria. De 4 a 6 de junho ocorrem os congressos e encontros nacionais dos trabalhadores de cada banco em específico e de 7 a 9 de junho ocorre a 26ª Conferência Nacional das Bancárias e dos Bancários, com o objetivo de definir a pauta de reivindicações e a estratégia de atuação e de negociações com os bancos na Campanha Nacional.

Inicialmente, a conferência havia sido pensada para ocorrer de forma totalmente presencial, com seus mais de 600 delegados reunidos para debater sobre os temas de interesse da categoria, levando em conta a conjuntura política e social do país. Mas, para não prejudicar a participação da delegação do Rio Grande do Sul, os representantes do estado poderão participar remotamente.

“Nossa campanha é construída desde as agências bancárias e departamentos administrativos dos bancos. Toda bancária e todo bancário tem a oportunidade de ajudar a definir nossa pauta de reivindicações”, explicou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, ao se referir à Consulta Nacional aos Bancários, que é realizada a cada campanha. Neste ano, os bancários podem participar e ajudar a definir as prioridades da campanha até o dia 2 de junho.

“As conferências estaduais e regionais e os encontros de bancos públicos e privados complementam as propostas da base. Depois, na Conferência Nacional, se define o que vamos colocar na mesa de negociações e quais são os enfoques que vamos dar à nossa Campanha”, completou a presidenta da Contraf-CUT.

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Organização e mobilização nacional

O movimento sindical bancário é referência para outras categorias pela grande organização e mobilização de suas campanhas. E isso só acontece porque todas as bancárias e todos os bancários podem participar desde a definição das prioridades e estratégias da campanha, até a aprovação final das cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e dos acordos específicos por bancos.

Isso contribui para que a campanha se fundamente nos reais anseios da categoria, que se vê verdadeiramente representada na pauta de reivindicações e, até mesmo por isso, participa das atividades propostas pelo Comando Nacional e pelos seus sindicatos.

“Os bancários, organizados por seus sindicatos, federações e pela Contraf-CUT e o Comando Nacional, se mobilizam e se unem na luta para garantir seus direitos e obter novas conquistas”, observou Juvandia.

A presidenta da Contraf-CUT ressalta, porém, que a campanha da categoria é constante. “Os dirigentes sindicais estão presentes em suas bases, em cada agência e departamento administrativo dos bancos, para acompanhar o dia a dia de trabalho e saber quais são os problemas que afetam as trabalhadoras e os trabalhadores e quais são seus anseios, o que eles querem, o que eles precisam para desenvolver suas tarefas profissionais em um ambiente saudável, com segurança. Sabendo disso, nas mesas de negociações permanentes, os dirigentes sindicais defendem as bancárias e bancários e a valorização do trabalho de cada um, para que, com direitos e remuneração adequada, a categoria possa ter uma vida digna com suas famílias”, disse.

Juvandia alerta, no entanto, que as entidades e dirigentes sindicais sozinhos podem fazer muito pouco. “Para lutar pela resolução dos problemas que afligem a categoria e pela valorização do trabalho bancário, é preciso que cada trabalhadora, cada trabalhador também esteja antenado nas questões que são apresentadas pelos sindicatos e participe das atividades propostas. Com organização, união e participação de todos somos mais fortes! É isso que nos possibilita alcançar grandes objetivos”, completou.

Veja abaixo o calendário de atividades:

Fonte: Contraf-CUT