Maio 14, 2025
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É inquestionável que o racismo em nossa sociedade figure como um problema urgente a ser combatido. Hoje, mesmo após mais de cem anos dos movimentos abolicionistas e do próprio fim da escravidão, é comum encontrarmos atos racistas e preconceituosos, os quais constrangem o indivíduo em relação a seu semelhante – o que resulta do arcaico legado racista que herdamos e perpetuamos em nosso processo de formação social. O negro figura-se sempre como inferior.

No Brasil, ao longo das últimas décadas foi necessária a criação de mecanismos jurídicos para assegurar a igualdade entre todos os brasileiros. A Lei nº 7.716/1989 (Lei Caó), fruto da Constituição Federal de 1988, passou a ser um marco importante nesse sentido, ao tratar dos crimes de racismo.

Embora esses mecanismos legislativos tenham surgido como mais uma ferramenta na tentativa acabar com o racismo vigente no país, percebe-se que poucos foram os avanços nesse campo, uma vez que ainda é frequente e constante a violência contra a população negra.

Embora hoje perceba-se mais abertamente a ideia de discriminação racial no país, ainda assim o racismo se apresenta de forma estruturada, velada, mascarada (e em algumas ocasiões, escancarada), fazendo com que os negros ainda ocupem destaque nos baixos indicadores sociais do país. E mesmo com a população brasileira sendo formada majoritariamente por 53,9% de pessoas negras.

Dados recentes do IBGE apontaram que existe uma grande diferença no acesso a níveis de ensino pela população negra: das pessoas na faixa etária entre 15 e 24 anos que frequentavam o nível superior, 31,1% dos estudantes eram brancos, enquanto apenas 12,8% eram negros e 13,4% pardos. Esse levantamento ainda aponta que enquanto para o total da população a taxa de analfabetismo é de 9,6%, entre os brancos esse índice cai para 5,9%; e entre pardos e pretos a taxa sobe para 13% e 14,4%, respectivamente.

O desemprego apontando como um dos maiores problemas enfrentados pelo país na atualidade, apresentou dados desiguais. Quando comparado a variável cor da pele, a taxa de desemprego entre os que se declararam brancos (10,2%) ficou abaixo da média nacional (12,7%) no primeiro trimestre de 2019. Enquanto isso, as taxas entre pretos (16%) e pardos (14,5%) ficaram acima da media.

Segundo dados do Ipea, no Brasil o rendimento médio mensal dos brancos chegou a (R$ 1.780,60), quase o dobro do valor relativo aos grupos de negros (R$ 1.012,76).

A disparidade de renda entre negros e brancos reflete, entre outras coisas, a desigualdade no trabalho. De acordo com o Instituto Ethos, em 2017, nas 500 maiores empresas com operação no Brasil, menos dos cargos executivos são ocupados pela população negra, e apenas 6,3% nos cargos de gerência.

Na área da saúde a situação não é diferente, a análise do Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil aponta que nas consultas do SUS os negros e pardos são minoria, como, por exemplo, mostram os dados sobre o exame de pré-natal, no qual 71% das mães de filhos brancos fizeram mais de sete consultas; já o número de mães de filhos pretos e pardos que passaram pelos mesmos exames foi 28,6% inferior. Em relação à Doença de Chagas, 86% da população que notifica a doença é composta por negros (quase sempre diagnosticada tardiamente). Sobre a percepção de saúde: 37,8% da população adulta preta ou parda avaliou sua saúde entre regular e muito ruim, já o índice fica em 29,7% entre as pessoas brancas. Os dados preocupam pelo fato de que muitas vezes a população negra tem no serviço público a única fonte de melhoria de sua saúde e cada vez mais esse sistema apresenta-se burocratizado, mecanizado e insensível, mostrando o andamento do desmonte do Estado de bem-estar social.

Na análise das religiões cultuadas no Brasil, verifica-se um aumento nos casos de intolerância e violência, principalmente contra as religiões de matrizes africanas. Agressões físicas e verbais a membros dessas religiões, destruição de terreiros, queima de imagens sagradas têm sido frequentes nos noticiários, e os números de denúncias crescem a cada ano. São Paulo e Rio de Janeiro lideram o ranking.

Quando analisados outros critérios para o entendimento das relações raciais no Brasil, observamos as mesmas disparidades históricas entre brancos e pretos. De acordo com o Mapa da Violência, as mortes por assassinato entre os jovens negros no país são, proporcionalmente, duas vezes e meia maior do que entre os jovens brancos.

De um lado, se houve queda de 25,5% dos homicídios da população branca; em contrapartida, houve aumento de 29,8% dos assassinatos na população negra. Ao longo dos anos permanece alto o índice de violência sofrida pela população negra.

Diante desses dados, nota-se que em várias áreas ainda não se fez valer o direito de igualdade entre negros e brancos. E ai nos perguntamos, somos iguais em quê?

O autor é doutorando do programas de pós-graduação em Ciências Sociais na PUC-SP e membro do Observatório do Racismo

Fonte: Rede Brasil Atual

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) foi informada pelo banco Santander que outros estados, além de São Paulo e Rio de Janeiro, farão parte do “rodízio” de fechamento de agências. A prática faz parte das medidas implementadas para resguardar a segurança e a saúde dos clientes e funcionários do banco, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus.

“O banco informou que ainda estuda quais agências e estados entrarão no rodízio e que, por mais que alguns gestores tenham sido consultados, a relação pode sofrer alterações até a data de implementação desta nova fase de fechamento de agências”, informou o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Mario Raia, que representa a entidade nas negociações com o banco.

“É uma pena que algumas localidades consultadas pelo banco tenham vazado a informação sobre a possibilidade de fechamento de agências sem que haja confirmação de quais serão efetivamente fechadas. Isso cria expectativas desnecessárias entre os funcionários. Poderia ter sido evitado”, lamentou o dirigente da Contraf-CUT. “Esperamos que o banco agilize a divulgação oficial para acabar com a ansiedade”, completou.

As primeiras unidades do Santander que tiveram suas atividades interrompidas se localizam nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro, locais com o maior número de casos registrados de COVID-19 no Brasil. O processo se iniciou na semana de 24 de março e parte dos funcionários destas agências foram colocados em férias coletivas compulsórias por 15 dias. O banco anunciou na ocasião que, após esse período, seria realizado um rodizio com outras unidades, de forma a manter o atendimento ao público nestas capitais. O período de 15 dias se encerra na semana do dia 8 de abril.

Férias coletivas

Em comunicado, o banco informou aos seus funcionários que “de acordo com as regras contidas na Medida Provisória nº 927/20, publicada em 22 de março de 2020, pode ser concedidas férias pelo período de 15 dias, como medida de viabilizar o isolamento e preservar a saúde do colaborador”. O banco disse ainda que “desta forma, a auto declaração para fins de afastamento não é mais aplicada”.

Consultado sobre a utilização de mecanismos previstos na MP 927/2020, o banco afirmou que a referência que faz à MP 927, limita-se à permissão de redução do prazo para comunicação das férias aos funcionários e de dispensa de comunicação prévia ao órgão local do Ministério da Economia e sindicatos representativos da categoria. O artigo 11 da MP determina que a notificação aos funcionários pode ser feita com apenas 48 horas de antecedência.

O banco garantiu, porém, que todos os direitos, inclusive o acréscimo de 1/3 serão pagos e que o montante não será parcelado, mesmo a MP o autorizando do contrário.

“O Comando Nacional dos Bancários havia reivindicado que os bancos não utilizassem os mecanismos da MP 927. Vamos analisar para ver se não há prejuízos aos funcionários e monitorar para verificar se o pagamento está sendo realizado com todos os direitos previstos na CLT, sem os ataques da MP 927”, disse Mario Raia.

Auto declaração para afastamento

Conforme comunicado do banco, a auto declaração não serve mais como solicitação de afastamento. O banco está reformulando o documento que será utilizado apenas para dar conhecimento ao RH da situação.

Segundo comunicado, o afastamento para gestantes, pessoas com doença crônica e funcionários acima de 60 anos se dará apenas por férias compulsórias de 15 dias, que podem ser solicitadas pelo próprio gestor e serão concedidas em cinco dias após a solicitação, como permitido pela Medida Provisória 927/2020. O trabalho em home office é outra possibilidade, mas o mesmo somente é possível quando há essa disponibilidade. O afastamento poderá, por fim, se determinado por atestado médico.

“Também neste caso, vamos analisar para ver se não há prejuízos aos funcionários e nem se as determinações são contrárias ao que ficou acordado entre o Comando Nacional e a Fenaban”, observou o dirigente da Contraf-CUT. “Caso haja prejuízos aos funcionários, ou desrespeito ao acordado, a Fenaban e o banco serão comunicados para que a situação seja resolvida. Caso contrário, o movimento analisará que medidas podem ser tomadas para defender os trabalhadores”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

A Medida Provisória (MP) 936, que possibilita a suspensão dos contratos de trabalho ou a redução das jornadas e salários em função da crise decorrente da pandemia de coronavírus, pode ser votada ainda nesta sexta-feira (3) pelo Congresso Nacional. As centrais sindicais se reuniram remotamente nesta quinta-feira (2) e criticaram a MP 936. Os dirigentes também reprovaram as iniciativas adotadas até agora pelo Executivo federal, que privilegiaria o sistema financeiro.

“A resposta do governo, ante à pandemia e a redução da atividade econômica, é tímida, indigesta e extremamente insignificante frente ao montante de recursos disponibilizados para o setor financeiro”, afirmam as centrais em nota.

Inconstitucionalidade

Para as entidades, os acordos entre trabalhadores e empregadores não podem ser individuais. Os sindicalistas informaram que, ainda hoje, vão sistematizar propostas a serem levadas ao Congresso e apresentadas como emendas.

“Ressaltamos que a Constituição brasileira garante o acordo coletivo justamente porque no acordo individual o trabalhador sempre sai prejudicado”, afirmam ainda, orientando os empregados a procurar seus sindicatos.

Qualquer medida deve respeitar o artigo 7º da Constituição, que só permite redução salarial por meio de acordo coletivo, e a participação das entidades sindicais em todas as negociações. Além disso, os salários devem ser mantidos integralmente, “de forma a manter o poder de compra e fomentar uma retomada econômica”. As centrais propõem ainda 180 dias de estabilidade, prorrogação do seguro-desemprego e isenção de tarifas.

A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) também publicaram nota pública criticando a possibilidade de efetuar redução de salário e jornada e suspensão de contrato por meio de acordo individual.

A MP prevê que, durante o estado de calamidade pública em razão da pandemia da covid-19, o empregador poderá acordar com o empregado a redução proporcional da jornada de trabalho e salário, por até 90 dias, sendo preservado o valor do salário-hora de trabalho. Poderão ser feitas reduções de 25%, 50% ou 70%.

O empregado que tiver sua jornada e salário reduzidos terá direito ao Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, custeado com os recursos do seguro-desemprego. O valor a ser recebido pelo governo vai depender do salário do trabalhador e da porcentagem da redução. Por exemplo, se o salário bruto do trabalhador é R$ 1500 por mês, e houver redução de 50% no salário e jornada, o salário passa a ser de R$ 750 mensais. É sobre esta base de cálculo que o valor do benefício emergencial será calculado.

Outra possibilidade trazida pela medida provisória é a suspensão temporária do contrato de trabalho, que poderá durar até 60 dias – podendo ser fracionada em dois períodos de 30 dias. Nesta hipótese, a empresa deverá manter os benefícios que o empregado já recebe, e companhias que tiveram receita bruta anual de R$ 4,8 milhões ou mais no ano passado deverão pagar 30% do “salário”, que na verdade será um auxílio sem caráter salarial, sobre o qual não incidem contribuições. Neste caso, a União paga 70%. No caso de empresa com receita inferior, a União pagará 100%.

Tanto a redução salarial e de jornada quanto a suspensão do contrato poderão ser feitas mediante acordo individual formal para quem ganha até R$ 3.135,00 ou para quem ganha mais de R$ 12.102,00. Para os trabalhadores cujos salários estiverem entre esses valores, o acordo coletivo é obrigatório.

Para o advogado trabalhista Mauro Menezes, sócio do Mauro Menezes & Advogados, a MP afronta a Constituição. “A Constituição, no artigo 7º, não admite alteração que reduza salário ou jornada sem que haja uma negociação coletiva sindical, ou seja, o sindicato tem que participar. Toda experiência das relações de trabalho demonstra que não havendo possibilidade de intervenção da entidade sindical, a renúncia a direitos é algo que não deve ser feita individualmente. A Constituição não permite, nem mesmo nas situações de crise, que haja reduções de salários sem que isso seja produto de uma negociação coletiva”, opina.

Valorização dos sindicatos

Segundo o Dieese, os parlamentares devem reduzir ao máximo as perdas nos rendimentos dos trabalhadores formais, além de garantir estabilidade com a participação dos sindicatos.

Segundo o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, trabalhadores com salários acima do teto do seguro-desemprego, que é de R$ 1.813,03, sofrerão “perdas substanciais”. Os funcionários também poderão ter jornadas reduzidas entre 25%, 50% e 70%, que receberão parcela proporcional do seguro, também registrando perdas que podem chegar a até 30%. “De fato, vai haver redução. Para quem ganha menos, a redução é menor. Para quem ganha mais, a redução é maior. O Congresso precisa diminuir ao máximo essa diminuição da renda real dos trabalhadores. O ideal seria que o governo suportasse a folha de pagamento, para manter o máximo de renda real”, afirmou Fausto.

Fonte: Contraf-CUT

Na terça-feira (31/3), o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, voltou aos noticiários após declarar, em entrevista à Folha de S.Paulo, que “a ciência médica é tão ou mais imprecisa que a ciência econômica”.

A frase foi dita em resposta à pergunta se a resistência do presidente da República, Jair Bolsonaro, às determinações do Ministério da Saúde e a fatos científicos no tratamento do coronavírus comprometeria a credibilidade do Brasil no cenário mundial.

Novaes vem se posicionamento contra o chamado lockdown (termo inglês para aplicação de um protocolo de emergência que impede que as pessoas saiam de suas áreas). No Brasil, alguns governadores e prefeitos estão tomando medidas de isolamento, entre cidades e estados, para conter a propagação da COVID-19.

O médico e professor Marcelo Urbano Ferreira, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, disse que ficou “estarrecido” com a declaração de Novaes.

“Ele faz um comentário genérico sobre ciências médicas, como se isso fosse algo homogêneo”, pontuou. “O que está em jogo, no caso da COVID-19, é com que velocidade surgirão novos casos, a ponto de, eventualmente, produzir um colapso no serviço de saúde, principalmente, na assistência médica mais complexa, que exige UTIs, ventiladores mecânicos e uma série de medicamentos e de infraestrutura que não são triviais, não são medidas rápidas de serem implementadas e não estão disponíveis em grande quantidade no país”, explicou.

Ferreira destacou que existem muitos trabalhos de modelagem matemática prevendo com que velocidade, em diferentes cenários de intervenção, a epidemia pelo coronavírus vai atingir um ponto em que os países não terão mais condições de cuidar dos seus doentes. Esse, aliás, é o atual drama na Itália e Espanha. Os dois países demoraram na imposição do lockdown. Na semana passada, em apenas um dia, a Itália registrou mais de 1.700 mortos e a Espanha 838.

“O que sabemos, até agora, é que, claramente, se não forem tomadas medidas bastante restritivas, daqui a menos de um mês, simplesmente não haverá condições de prestar uma assistência médica, minimamente aceitável, para nossos doentes aqui no Brasil”, alertou.

“Um grande colapso do sistema de saúde com prejuízos de vidas, além do custo inaceitável que tem do ponto de vista social e humanitário, tem um impacto econômico assustador no país”, arrematou o médico. Completando: “Quando a gente pensa na quantidade de profissionais da área de saúde que está sendo infectada e, eventualmente, um número não pequeno, em casos graves, começando a perder vidas, isso é uma perda de capital humano impressionante. Vamos lembrar que o Brasil é um país onde ainda temos dificuldades de acesso à educação e formação profissional”.

O economista Caio Momesso, formado pela Unicamp e mestre em Administração Pública e Governo pela FGV-EAESP, também considerou as declarações de Rubem Novaes desastrosas, especialmente uma vazada, na semana passada, de um grupo no WhatsApp, onde o presidente do BB afirmou que a vida não tem “valor infinito”.

“É muito preocupante ver algumas autoridades, num momento em que mais precisamos da liderança delas, colocar uma falsa dicotomia entre economia e coronavírus”, observou.

“Nos últimos dias, várias pessoas estão se mobilizando, inclusive na economia, de diferentes matrizes de pensamento, conseguindo convergir para fazer propostas aos governadores. Essa convergência só é possível se a gente tem um chão ético mínimo para dialogar, algo que já é presente no campo da ciência”, destacou.

“Não fazer nada [contra o aumento de casos no Brasil] não evitará que a economia entre em colapso. O vírus é um fator externo, com impactos econômicos no mundo inteiro”, destacou. “[A fala mais recente], do presidente do Banco do Brasil, segue o mesmo discurso da dicotomia usada por Bolsonaro na guerra contra governadores e prefeitos”, completa.

Momesso avalia que, mais adiante, por causa desse tensionamento político, o governo federal poderá culpa outras lideranças políticas pela crise econômica. Sobre como mitigar os efeitos da crise financeira causada pelo coronavírus, o economista ressalta que existem propostas sendo discutidas em várias frentes.

“Um avanço é a renda básica aprovada no Congresso. É importante pensar, principalmente, nas pessoas e empresas mais vulneráveis, que não têm recurso de caixa. Outras propostas são a suspensão de cobranças, aplicação de juros só de rolagem, para que as dívidas não aumentem. Nesse sentido, a atuação dos bancos públicos é fundamental. Também precisamos pensar em maneiras de garantir a segurança alimentar. Por exemplo, como lidar com a logística de distribuição de alimentos, aos mais vulneráveis, no momento em que boa parte precisa se manter isolada?”, pontuou.

O debate sobre a criação da renda básica partiu da proposta apresentada pelas Centrais Sindicais ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que propuseram uma renda mínima de meio salário mínimo por pessoa, e articularam com setores empresariais e partidos políticos. O governo queria que o auxílio fosse de apenas R$ 200. Somente por causa da pressão da Central Única dos Trabalhadores (CUT), das demais centrais sindicais e de parlamentares de esquerda, o valor foi aumentado para R$ 600,00, podendo chegar a R$ 1.200,00 por família.

Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), destacou o papel das centrais sindicais, que apresentaram uma proposta de renda básica para o presidente da Câmara dos Deputados e articularam com setores empresariais e partidos políticos. “É isso que muitos países estão fazendo, garantindo renda e mandando o povo ficar em casa para controlar o contágio, enquanto buscam soluções para o atendimento da rede de saúde, testam remédios, desenvolvem vacinas”, disse.

Texto: Lilian Milena, com edições da Contraf-CUT

Fonte: Contraf-CUT

Historicamente na vanguarda da classe trabalhadora brasileira, os bancários não poderiam agir diferente durante o enfretamento da pandemia coronavírus (Covid 19). Mesmo sendo um serviço fundamental para a população, mais de 230 mil bancários estão trabalhando de casa, em sistema de home office. Isto representa 51% da categoria.

“Isto é fruto da estratégia da Comando Nacional dos Bancários, que abriu negociação logo no início da crise e manteve um canal de diálogo permanente, para avançar nas medidas na mesma relação que a doença avança”, afirmou Vinicius Assumpção Silva, vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “O comitê de crise, que está funcionando desde o dia 16 de março é uma vitória da categoria, pois permite solucionar diversos casos específicos dos bancos”

Dicas para home office

Alguns recursos podem ajudar os trabalhadores a adaptar-se rapidamente a essa nova realidade:

  1. Ache um lugar confortável: Nem todos terão o espaço adequado para trabalhar de casa, mas em uma emergência é necessário improvisar. Uma mesa de altura adequada, uma cadeira em que se sinta confortável. Faça desse local seu escritório. E, se mora com a família, peça que respeitem esse local como seu escritório nos próximos dias.
  2. Faça acordos com familiares: Informe a eles seus horários de trabalho e suas pausas, explique a delicada situação que estamos vivendo e peça respeito ao seu escritório temporário. Se você faz pausas para um cafezinho na empresa, faça o mesmo em casa, mas volte logo à rotina de trabalho para não se distrair em conversas ou problemas familiares que possam tirar seu foco. Se você tem crianças em casa, melhor escolher um cômodo reservado para trabalhar – não se espante se elas não entenderem a situação.
  3. Teste seus recursos de tecnologia: Verifique se o laptop da empresa está devidamente configurado, sua conexão à internet e se recursos como VPN, chats, e-mails estão funcionando com excelência. Se tiver problemas contate logo o help desk de sua empresa.
  4. Mantenha sua rotina diária de trabalho: cumpra seus horários de sempre.
  5. Faça coisas de sua rotina anterior: Tanta notícia ruim, o caos lá fora, isso pode gerar em você um estado de tristeza e até desencadear quadros. O que é possível fazer da rotina que você tinha? Ouvir as músicas de que você gosta quando estava indo para o trabalho? Estudar inglês na hora do almoço? Olhar as redes sociais no fim da tarde? Não deixe que a rotina de trabalho emende com a rotina familiar. Continue fazendo o máximo de coisas possível que te deem prazer.
  6. Faça novas coisas: Se queria começar um curso on-line, agora talvez com a economia de tempo no trânsito você tenha finalmente espaço na agenda.
  7. Siga todas as instruções de saúde e segurança, pois seu desafio agora é um pouco mais complicado – manter você e os outros seguros e saudáveis e continuar fazendo com que a empresa funcione da melhor maneira possível, porque afinal, as empresas são as pessoas.

Fonte: Contraf-CUT

2 de abril é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. De acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, mais de setenta milhões de pessoas em todo o mundo, sendo dois milhões no Brasil, convivem com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), que afeta a maneira como indivíduos se comunicam e interagem.  A data alerta para a importância da inclusão de autistas no mercado de trabalho.

De acordo com Adilson Barros, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), atualmente, cerca de 85% das pessoas com autismo estão fora do mercado de trabalho. “Num planeta repleto de diversidade, a inclusão se torna cada vez mais necessária. As empresas precisam abrir os olhos e se atentar para a capacidade de pessoas com TEA. Os autistas também são ótimos profissionais e se destacam pelo foco e concentração nas atividades”, explicou.

Segundo a dinamarquesa Organização Não Governamental (ONG) Specialisterne, a taxa de retenção desses profissionais é de 93% após um ano de contratação.

Representante inspiradora

Numa sociedade que caminha a passos curtos para a inclusão de pessoas com Transtorno de Espectro de Autismo. A jovem ativista ambiental sueca, Greta Thunberg é uma inspiração. A garota, que possui a Síndrome de Asperger, um dos espectros de autismo, se destacou no mundo ao sentar do lado de fora do prédio do parlamento sueco e protestar para que o governo da Suécia reduzisse as emissões de carbono.

Ela também é líder do movimento Greve das escolas pelo clima e foi considerada personalidade do ano, em 2019, pela revista americana Time.

Fonte: Contraf-CUT

O Bradesco anunciou nesta quinta-feira (2) que antecipará o pagamento da primeira parcela do 13º salário a seus funcionários para 29 de abril, um mês antes da data habitual de pagamento, 28 de maio. A medida dará um folego financeiro aos empregados em virtude da pandemia de coronavírus (Covid19).

O banco disse que tomou a medida para garantir folego financeiro aos trabalhadores em tempo de contingências, e que adiantou somente a primeira parcela para não comprometer o planejamento financeiro dos trabalhadores no fim do ano, quando será paga a segunda parcela.

Para Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Brasdeco, a medida é importante para os trabalhadores, pois aumenta a renda em um período excepcional de pandemia, mas ela lembra que o banco ainda não avançou em outras reivindicações da categoria. “Continuamos cobrando do Bradesco um comprometimento formal de não demitir trabalhadores durante o período de pandemia e que suspensa a cobrança de metas”, disse.

Fonte: Contraf-CUT

Mais uma vitória do Sindicato!Mais uma vitória das bancárias e bancários! Mais uma vitória da categoria!

Mesmo com todas as dificuldades atuais, em tempos de coronavírus, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense conseguiu anular mais uma demissão.

Marcelo Augusto, da agência 7889 do Banco Itaú, em São João de Meriti, tinha 29 anos de banco. O bancário, ao ser desligado, começou a receber ligações de advogados oferecendo seus serviços. Mas, através de consultas a outras bancárias e bancários que foram atendidos pelo Sindicato, procurou nosso atendimento jurídico. O atendimento, feito na área de saúde e com o acompanhamento do advogado, resultou em uma reintegração em tempo recorde.

O bancário foi desligado o dia 11 de fevereiro de 2020. Após contato com o Sindicato, a ação foi distribuída na justiça no dia 30 de março. E, por fim, no dia 31 de março, o juiz do trabalho da 1ª vara de trabalho de São João de Meriti, Dr. Felipe Bernardo, deferiu o mandado de reintegração.

O Sindicato dos Bancários alerta aos gestores do banco Itaú, que uma decisão judicial só pode ser contestada na área jurídica, através de um advogado do banco e dentro do processo.
Portanto, diante de uma ordem judicial, não há espaço para quaisquer questionamento. O Sindicato também lembra aos gestores do banco Itaú que, nas suas condições de gerentes de agência, eles representam a empresa nesses atos formais, e que a postura do banco não é a de geração de conflito quando se trata de cumprimento dos acordos e de decisões judiciais.

 

 

O prazo para entrega da declaração de Imposto de Renda de pessoas físicas foi prorrogado por dois meses. O anúncio foi feito pelo Ministério da Economia, nesta quarta-feira (1º). O prazo da declaração do IR 2020, ano calendário 2019, se encerraria em 30 de abril. Agora, poderá ser realizada até 30 de junho.

Por conta da crise do coronavírus, a Receita concordou em prorrogar o prazo depois de ouvir relatos de contribuintes confinados em casa em razão do coronavírus, alegando dificuldades em obter documentos na empresa ou de conseguir recibos para dedução de despesas.

Em razão do adiamento do prazo de entrega da declaração do IR 2020, o crédito das restituições também tende a ter seu prazo alterado, mas ainda não há uma data definida. O primeiro lote estava marcado para 29 de maio, mas isso poderá mudar, já que as pessoas ainda estarão no período de entrega.

Neste ano, a Receita tinha reduzido, de sete para cinco, o número de lotes de restituição e antecipado o primeiro lote, antes realizado em 15 de junho.

No último dia 26, a Receita Federal também adiou a entrega do Imposto de Renda de microempreendedores individuais e empresas no regime de Simples Nacional também até o dia 30 de junho.

Fonte: Rede Brasil Atual

Com o avanço da pandemia causada pelo novo coronavírus no país, o movimento em hospitais e ambulatórios se intensifica. Os pacientes apresentam sintomas como febre, tosse e falta de ar, típicos da doença. Porém, o que muita gente não sabe é que a falta de ar muitas vezes está relacionada à ansiedade, devido à reclusão durante a quarentena. Nesse caso, as mulheres são as que mais sofrem, pois além de terem de ficar reclusas, muitas delas não estão seguras dentro da própria casa.

Um exemplo de casos de ansiedade durante a pandemia é o relatado, em reportagem ao portal R7, pela médica generalista Lilian Bastos, que recebe pacientes com sintomas de ansiedade com frequência. Um dos casos que chamou sua atenção foi o de uma mulher casada, com aproximadamente 25 anos, que chegou à Unidade Básica de Saúde (UBS) com muita falta de ar.

Para Lilian, o pânico de sua paciente é sintoma de mais um desafio trazido pelo coronavírus. “Estava nervosa e chorava bastante. O marido disse que faria algo com ela caso os filhos tivessem qualquer sintoma da COVID-19”, disse a médica.

Pandemia intensifica luta contra a violência à mulher

De acordo com a ONU Mulheres e do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, o número de registro de denúncias pelo canal Ligue 180 aumentou 17%. Só em 2019, 7 a cada 10 vítimas de feminicídio foram mortas dentro de seus lares.

Para Elaine Cutis, secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o período pelo qual o Brasil está passando requer ainda mais atenção às mulheres. “Continuamos cobrando suporte e assistência para as mulheres vítimas de violência, principalmente agora, durante a pandemia, quando elas são obrigadas a ficar em casa, com seu marido, que na maioria dos casos é seu agressor”, afirmou.

Elaine também enfatizou a importância da denúncia dos casos de violência e feminicídio, assim como a punição aos criminosos, que estão se aproveitando desse momento delicado do país. “É importante que as vítimas de violência liguem no 180 e, se forem bancárias, entrem em contato com o canal de violência contra a mulher dos bancos e denunciem qualquer agressão, seja verbal ou física”, completou a secretária da Mulher da Contraf-CUT.

Governo tenta naturalizar violência doméstica

Na contramão da preocupação com a violência contra a mulher, o governo federal tenta naturalizar a situação. Em declaração para a imprensa, no dia 29 de março, Jair Bolsonaro legitimou o homem a agredir uma mulher pelo motivo de estar em confinamento. “Tem mulher apanhando em casa. Por que isso? Em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. Como é que acaba com isso? Tem que trabalhar, meu Deus do céu”, disse o presidente.

Elaine Cutis repudiou a fala e o posicionamento do presidente durante à pandemia. “Não podemos admitir que uma situação tão séria como essa seja aceita pela sociedade e principalmente pelos governantes. Cobramos políticas que tragam segurança para as mulheres, que não só sofrem violências domésticas como também psíquicas e, além disso, também são quem cuida dos filhos, da casa, enquanto ainda trabalham em home office”, concluiu a secretária da Mulher da Contraf-CUT.

Canal de atendimento às bancárias vítimas de violência

As bancárias que forem vítimas de violência doméstica ou psíquica podem denunciar as agressões no canal de atendimento às bancárias vítimas de violência. O aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria que dá as diretrizes para a criação de um programa de prevenção à prática de violência doméstica e familiar contra bancárias, e garante o apoio àquelas que forem vítimas, foi assinado no dia 11 de março pelo Comando Nacional dos Bancários e pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Por reivindicação da categoria bancária, a proposta vinha sendo negociada desde março de 2019. Na reunião de negociação entre o Comando dos Bancários e a Fenaban, ocorrida em fevereiro de 2020, os bancos aceitaram a criação do programa.

Pesquisas apontam que, no Brasil, mulheres vítimas de violência costumam se ausentar do trabalho, em média, por 18 dias . “A ausência de uma política interna para lidar com o problema da violência doméstica vivenciado por muitas mulheres no Brasil leva alguns gestores ao imobilismo ou ao tratamento inadequado da situação. Por isso, intervenções institucionais são necessárias para contribuir e minimizar o sofrimento psíquico da mulher vítima de violência”, disse a secretária da Mulher da Contraf-CUT.

A não obrigatoriedade do cumprimento de metas no período de risco, o abono às faltas, a garantia do emprego, atendimento psicológico e social são algumas das políticas que os trabalhadores e trabalhadoras esperam que sejam criadas pelos programas de prevenção e apoio às bancárias vítimas de violência doméstica.

Fonte: Contraf-CUT