Maio 17, 2025
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Seis em cada 10 trabalhadores brasileiros têm medo de perder o emprego nos próximos 12 meses, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos a pedido do Fórum Econômico Mundial (FEM). O Brasil está entre os dez países que têm a maior proporção de empregados com este temor.

O levantamento mostra que a Rússia possui mais trabalhadores com medo do desemprego (75%), seguida pela Espanha (73%). Em nono, o Brasil possui 63%. Entretanto, os brasileiros possuem um nível alto de preocupação, e 32% se disseram muito preocupados com a ameaça de demissão.

Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese, afirma que o medo dos brasileiros de perder o emprego está vinculado à estruturação do mercado de trabalho. “Os países como Brasil e Rússia, que possuem um mercado desestruturado, levam um receio muito grande para seus trabalhadores em relação à perda do emprego”, explicou, em participação no Jornal Brasil Atual.

No Brasil, a elevada taxa de desocupação tem aumentado ainda mais desde o início da pandemia. Na penúltima semana de setembro, o Brasil atingiu a marca de 14 milhões de brasileiros sem emprego, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Automação do emprego

Segundo o especialista do Dieese, o baixo crescimento que já existia mesmo antes da pandemia é um fator importante para explicar o aumento do desemprego, mas os trabalhadores formais também começam a perder espaço com o avanço da tecnologia e automação da mão de obra, processo que pode ter se acelerado nos último meses.

“Existe a tecnologia chegando e substituindo a mão de obra dos trabalhadores formais e uma alta vulnerabilidade no setor informal. Tudo isso diante de uma desaceleração econômica com ampliação da taxa de desemprego, o que não permite às pessoas entrarem no mercado de trabalho. Elas passam a viver uma instabilidade grande”, explica o diretor técnico do Dieese.

A pesquisa mostra ainda que o temor pelo desemprego é em parte superado pela expectativa de requalificação profissional, promovida pelo próprio empregador, para atender às novas demandas. No Brasil, 79% dos trabalhadores disseram estar confiantes com a possível requalificação no trabalho.

Fausta acredita que a requalificação é importante, porém, é insuficiente diante do quadro atual. “A qualificação profissional sempre foi vendida como um mecanismo para o trabalhador se reintegrar ao mercado, mas não vemos isso. As pessoas que estão na base da pirâmide estão voltando em condições de maior vulnerabilidade e menos renda”, apontou.

Fonte: Rede Brasil Atual

O Tribunal Superior do Trabalho recebeu 313.837 processos de janeiro a setembro, 19,3% a mais do que em igual período de 2019. As ações julgadas somaram 251.845, crescimento de 8%. Os dados são da edição mais recente do Relatório de Movimentação Processual, divulgado pelo TST.

Do total recebido, 276.687 são casos novos. Há ainda 36.590 recursos internos e 560 retornos para nova decisão. Dos julgados, a maioria (152.571) foi em decisões monocráticas (individuais). Os demais 98.914, em sessões.

Estoque maior, tempo menor

Já o total de processos pendentes de julgamento aumentou 50,7% em relação ao ano passado. Assim o acervo de ações na principal Corte trabalhista cresceu 16,7%, para 495.252 em setembro.

Por sua vez, o tempo médio de julgamento caiu 1,3%, para 234 dias. Esse prazo fica abaixo de uma das metas previstas pelo planejamento estratégico do TST, que é de 320 dias.

Principais devedores

Os principais temas dos processos são horas extras (35.295), tomador de serviços/terceirização (29.936), negativa de prestação jurisdicional (29.773), valor da execução/cálculo/correção (25.173) e honorários advocatícios (24.991). Entre os “top 10 litigantes”, os que têm maior número de ações, estão Petrobras (8.064 ações), União (7.395), Banco do Brasil (6.249), Bradesco (5.868), Correios (5.715) e Caixa Econômica Federal (4.621).

A lista se completa com Estado do Rio de Janeiro (4.358), Itaú (4.103), Santander (3.276) e Telefônica (3.273). Em relação a dezembro do ano passado, o total de processos trabalhistas envolvendo esses 10 caiu 18,2%.

Em relação à origem dos casos novos, a maior parcela vem do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, que abrange a Grande São Paulo e a Baixada Santista: 45.678. Logo depois, está o TRT da 15ª Região, no interior paulista, com 44.582. Em seguida, vêm a 1ª (Rio de Janeiro), com 33.366, e a 3ª (Minas Gerais), com 32.139. O menor número de novas ações – 1.573 – tem como origem a 19ª Região, em Alagoas.

Fonte: Rede Brasil Atual

A forma como recursos públicos são investidos muda a vida de uma cidade. Assim como a qualidade de vida das pessoas que nela habitam. Desta forma, debater um Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil tem de ter as cidades como tema central. Essa tarefa, em seminário realizado nesta segunda-feira (19), pela Fundação Perseu Abramo (FPA) e pelo PT, ficou a cargo da socióloga Inês da Silva Magalhães, ex-ministra das Cidades (2016) e do advogado, ex-prefeito de São Paulo (2013 a 2016), ex-ministro da Educação (2005 a 2012), Fernando Haddad.

Inês lembrou avanços importantes na gestão de Haddad à frente da maior cidade do Brasil. E destacou a importância de ações colaborativas entre estados, municípios e o governo federal. “Ações coordenadas e articuladas são o pano de fundo necessário para construir a agenda do século 21”, avalia, sendo essa uma das lições que podem ser tiradas em tempos de coronavírus. “Luz especial no tema da inovação, a conectividade. A pandemia colocou o acesso ao wi-fi na agenda do dia”, destacou. Para a ex-ministra, as cidades do século 21 precisam de programas e projetos não só para dar conta de temas tradicionais. “É necessário melhorar a qualidade do acesso aos serviços para os mais pobres.”

Os debates conduzidos em torno do tema cidades reforçam, ainda, a necessidade de medidas emergenciais. “O tema da retomada das obras de PAC e a contratação das obras de habitação para baixa renda, a retomada do programa de urbanização de favelas”, exemplificou a socióloga. “É inconcebível que um país como o Brasil abandone essa agenda. O Minha Casa Minha Vida inaugurou um programa de habitação para uma parcela da população que não é bancarizada. Em um país com 14 milhões de desempregados, não é razoável que toda ação seja feita via tomada de crédito bancário.”

Maior e mais complexo

Haddad fez coro à complexidade do tema. “Manchas urbanas são cada vez maiores. Temos 22 milhões de habitantes na Região Metropolitana de São Paulo que responde por quase 20% do PIB nacional”, afirmou o ex-prefeito. “A cada R$ 5 produzidos no Brasil inteiro, R$ 1 é produzido na Região Metropolitana de São Paulo”, disse, ressaltando a importância de seus moradores viverem de maneira a poderem aumentar sua produtividade e a qualidade de vida. “E temos de pensar em escala nacional. A Região Metropolitana de São Paulo não fica muito na frente do Rio, Salvador, Recife, Fortaleza. São manchas urbanas com milhões de habitantes.”

Quanto maior a cidade, mais difícil estabelecer políticas públicas que promovam qualidade de vida no curto prazo. Haddad usou como exemplo a chegada das universidades em cidades médias de todo o Brasil durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. As oportunidades aumentam, livrarias, vida cultural, bares, restaurantes, novos moradores, explicou. “Foram centenas de cidades médias que receberam recursos do governo federal na saúde, educação, no combate à fome com o Bolsa Família. Um conjunto de realizações que explica o sucesso do PT. Essas cidades responderam (na eleição de 2018) ao apelo de manter o projeto petista em função dessas transformações.”

Crise e recuperação

Assim, para Haddad, um plano de reconstrução e transformação do Brasil precisa levar em conta como acelerar o tempo de impacto das políticas públicas nacionais nas grandes cidades. “Encontramos uma equação depois de 2013 que começou a viabilizar a produção de moradia barata na cidade de São Paulo”, lembrou. “Mas poucas coisas tiveram a escala necessária para impactar a qualidade de vida no curto prazo. Difícil mudar uma metrópole no curto prazo.”

As formas de aceleração, avalia, são complexas. “Podemos aproveitar a crise para fazer uma engenharia com investimentos públicos que tenham impacto de curto prazo na ida das pessoas. Um plano de recuperação para os 40 milhões que moram em regiões metropolitanas e a necessidade de geração de oportunidades no pós pandemia.”

Melhores quadros

Haddad destacou que o PT tem os melhores quadros pra pensar o urbanismo brasileiro. “A esquerda sempre pensou muito as cidades. A literatura progressista sobre cidades é adotada inclusive por prefeitos conservadores. O que significa dizer que tem a qualidade reconhecida por quem é inteligente, mas está do outro lado do ponto de vista da macroeconomia.”

Inês manifestou sua preocupação diante do que vem por aí, com a aprovação de leis, como a que permite a privatização da água. Para ela, uma política que estimula a privatização não permitirá avanços nas áreas de saneamento. “A paralisação das obras vai trazer um passivo que prejudicará e tornará mais cara a retomada das obras.”

Para ela, do ponto de vista mais estrutural, é importante adotar ações que viabilizem um novo padrão de produção das cidades. “Um modelo mais justo, mais sustentável, com áreas de criação de novos centros. Alterar a matriz do transporte público, aumentar o financiamento em transporte de alta capacidade. Também retomar e fazer parcerias com os municípios responsáveis pela política urbana, de forma que pratiquem justiça tributaria, com IPTU progressivo para imóveis vazios, política de Zonas Especiais de Interesse Social. Um padrão de reprodução das cidades que não seja aumentar o perímetro urbano”, elencou.

“As cidades do século 21 têm de ser pensadas de forma que o desenvolvimento urbano esteja conectado com a agricultura urbana, para fornecer o alimento da merenda, por exemplo, via agricultura familiar e agroecológica. Nossa plataforma de cidades sustentáveis engloba coisas que já foram implementadas e incentivadas pelos governos petistas.”

Fonte: Rede Brasil Atual

O início da Campanha Nacional Contra as Demissões nos Bancos Privados começou nesta quinta-feira (15) com protestos e repercussões na mídia e nas redes sociais. Reportagens, protestos digitais e entrevistas marcaram a ação do movimento sindical bancário. Às 16h, houve o tuitaço com a hashtag #QuemLucraNãoDemite, que movimentou tanto a categoria bancária como a população em todo o país.

No início da noite, a TVT fez reportagem sobre a campanha. O repórter Jô Miyagui, autor da reportagem, informou que os três maiores bancos privados, Itaú, Bradesco e Santander tiveram juntos um lucro de R$ 21,7 bilhões no primeiro semestre deste ano. As demissões, de acordo com a reportagem, atingiram 2.600 trabalhadores.

“Não adianta os bancos privados fazerem marketing para a população, para dizer que eles têm um comportamento bom, que têm linha de crédito social. O marketing mais importante é garantir os empregos. É o gesto que a sociedade precisa nesse momento. É o melhor marketing nesse momento. Empresa que lucra não pode demitir”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Além dos três grandes bancos, outras instituições financeiras também descumpriram o acordo do começo do ano. “Também têm bancos pequenos como o Carrefour, o Banco Original, o C6 e outros bancos pequenos que começaram também. A gente resolveu fazer uma campanha unificada, contra todos os bancos do sistema financeiro, expondo para a sociedade que é uma covardia demitir na pandemia”, afirmou a secretária geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro.

Para ver a reportagem da TVT, clique aqui.

Madruga Bancário

Após a reportagem da TVT, a campanha contra as demissões também foi pauta da live no Madruga Bancário, perfil do Instagram (@madrugabancário) bastante popular entre a categoria bancária. Em um bate papo com o Madruga, Juvandia explicou como surgiu o acordo para não demitir durante a pandemia, firmado com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), no primeiro semestre de 2020. “Cobramos equipamento e também a suspensão das demissões porque mais importante era garantir o emprego. O desemprego já estava alto. Cobramos e os grandes bancos se comprometeram. Eles falaram que era um compromisso de mesa e que não queriam se comprometer com data. Mas, o acordo era de não demitir na pandemia. A pandemia não acabou e o compromisso está colocado”, relatou a presidenta da Contraf-CUT.

Além do rompimento do acordo, Juvandia também destacou na conversa com o Madruga Bancário os danos para a economia que representam as demissões. “É uma irresponsabilidade social. Quanto mais gente empregada, mais elas vão ter recursos para fazer a economia girar. Isso é importante para o país. Você vê que o auxílio emergencial foi fundamental nesse momento de crise. Se não fosse isso, estaríamos em uma situação muito pior. Quando as pessoas têm menos renda, o governo arrecada menos também. Se todas as empresas começarem a demitir, a economia vai encolher cada vez mais”, alertou a presidenta da Contraf-CUT.

Leia mais:

Bancários protestam contra demissões

Fonte: Contraf-CUT

O Brasil chegou, na última semana de setembro, a 14,013 milhões de desempregados, de acordo com o acompanhamento semanal, pela Pnad Covid19, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado nesta sexta-feira (16). No início da pandemia, na primeira semana de maio, esse número era de 9,817 milhões. Em setembro, a taxa média de desemprego saltou praticamente quatro pontos percentuais, de 10,5% para 14,4%.

É nessa conjuntura que os bancos privados iniciaram demissões, em total desrespeito ao acordo firmado na mesa de negociações com o movimento sindical bancário, de não demitir durante a pandemia. Nesse período, foram 2.600 demissões na categoria. Os três maiores bancos, Itaú, Bradesco e Santander, demitiram 2.130. Ao contrário de outros setores da economia, esses mesmos bancos tiveram, no primeiro semestre, lucro de R$ 21,7 bilhões, mas, mesmo assim, recorreu às demissões para aumentar ainda mais suas rentabilidades.

Os bancos não vacilam em colocar bancários entre os milhões de brasileiros sem trabalho durante a combinação de uma crise sanitária com uma econômica. Além dos 14 milhões de desempregados identificados no final de setembro pelo IBGE, a população fora da força de trabalho é bem maior e soma 73,390 milhões. São pessoas que não estavam trabalhando nem procurando serviço. Em maio, eram 76,176 milhões.

Responsabilidade social é um princípio que os bancos ignoram, apesar de gastarem este ano mais de R$ 1,2 bilhão em publicidade, para melhorar a imagem frente à população. São empresas que lucram durante a pandemia e demitem milhares de trabalhadores. Por causa disso é que nesta quinta-feira (15) foi feito um protesto digital contra as demissões nos bancos. Milhares tuitaram a hashtag #QuemLucraNãoDemite. O protesto faz parte da campanha nacional contra as demissões que a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf-CUT) e o movimento sindical bancário estão realizando.

Fonte: Contraf-CUT

O aumento da fome no Brasil, a redução do auxílio emergencial em plena pandemia e os ataques à agricultura familiar estão no centro dos debates e das ações da Jornada Nacional de Lutas contra a Fome e por Soberania Alimentar. Por isso, a jornada realiza mais de 100 atividades em 18 estados nesta sexta-feira (16), Dia Mundial da Alimentação, e também no sábado. A jornada, que começou na segunda-feira (12), conta com a participação da Via Campesina Brasil, das frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, movimentos e organizações do Campo Unitário por Terra Trabalho e Dignidade, Fórum das Centrais Sindicais e o Renda Básica, entre outros.

Entre as atividades para chamar a atenção para o descaso do governo federal com as populações mais vulneráveis, que colocou o Brasil novamente no Mapa da Fome e pedir o #ForaBolsonaro, estão as da Periferia Viva – articulada pelo Levante Popular da Juventude. Trata-se de uma iniciativa dos movimentos populares das periferias brasileiras que busca articular apoio aos esforços já em curso de mobilização social e vigilância civil para o enfrentamento à pandemia da covid-19.

Também estão previstas ações de solidariedade envolvendo a campanha Mutirão Contra a Fome. Desde o início da pandemia, essa iniciativa doou mais de 70 toneladas de alimentos para comunidades carentes nas cidades.

Ainda na noite desta quinta-feira, uma live promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reunirá personalidades que dedicam a vida e o trabalho à segurança alimentar e ao combate à fome. Entre elas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o agrônomo José Graziano da Silva, ex-presidente do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Participam ainda a antropóloga Maria Emília Pacheco, o líder do MST João Pedro Stedile, a apresentadora Bela Gil e a atriz e ativista Letícia Sabatella. A RBA terá em breve reportagem sobre o evento, transmitido pelo canal do MST no YouTube.

Volta da fome

Em todo o mundo, inclusive no Brasil, a fome não para de aumentar. Em 2018, conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 821 milhões de pessoas já passavam fome, em média uma em cada nove pessoas. O Brasil, que havia saído do Mapa da Fome em 2014, voltou. Dados do IBGE de 2018 indicam 10,3 milhões de brasileiros que passa o dia sem fazer todas as refeições. O quadro foi agravado pela pandemia da covid-19.

Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) destaca que o cenário de fome, o aumento do desemprego e a carestia dos alimentos fazem parte da política econômica adotada por Bolsonaro. O governo vetou praticamente toda a Lei Assis Carvalho, com origem no Projeto de Lei 735, o PL da Agricultura Familiar, que garantiam socorro emergencial à agricultura camponesa que produz mais de 70% dos alimentos.

Dados do Censo Agrícola de 2017 indicam que a agricultura familiar responde por 87% da produção de mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz e 21% do trigo. E tem presença na produção de carne, leite e derivados.

Para o MPA, o governo federal é responsável pela fome no país. “Com o veto de Jair Bolsonaro à Lei Assis Carvalho e o péssimo Plano Safra lançado em junho deste ano, fica evidente a sua falta de compromisso com o povo, com a agricultura familiar e camponesa. Assim, nesta Jornada de Luta, necessitamos demonstrar para sociedade que a saída para crise da fome passa pela Agroecologia e pelo apoio e incentivo a agricultura camponesa e familiar”, diz trecho de nota. 


Confira manifesto assinado pelas entidades participantes da Jornada contra a fome

Contra a fome e pelo direito de se alimentar bem

“Metade da humanidade não come; e a outra metade não dorme, com medo da que não come”. Josué de Castro. em Geografia da Fome.

A pandemia escancarou as consequências da crise do capital sobre a vida dos trabalhadores e trabalhadoras. Essa crise, política, econômica, social e ambiental, não é provocada por nós, mas pelas empresas do capital e por um estado empresarial, repressor. Mas somos nós que pagamos a conta e sofremos as consequências.

Somos mais de 13 milhões de desempregados e cerca de 40 milhões de pessoas que vivem do trabalho informal ou trabalho precário. O Brasil voltou para o Mapa da Fome, em decorrência de gestões que ignoram as necessidades reais do povo e para garantir os lucros exorbitantes do capital que não tem pátria e menos ainda senso de humanidade. As exportações dos produtos brasileiros nada têm a ver com a solidariedade aos povos de outros países, senão a ganância, mesmo que falte o que comer ao povo brasileiro.

Esse é o quadro que coloca os mais pobres de volta à fome. E que também traz problemas para os setores médios. Pois o preço dos alimentos tem aumentado de forma assustadora, já que o agronegócio produz commodities, os supermercados especulam com a fome e as empresas promovem o uso de comidas artificiais que só deixam a população adoecida.

Depois do golpe

Em 2018 – dois anos pós o golpe ao governo Dilma Rousseff – o Brasil já contabilizava 10,3 milhões de brasileiros e de brasileiras em situação de pobreza ou de extrema pobreza (segundo dados do IBGE). E esta fome não está somente na cidade. Esses números já são infinitamente maiores e imaginemos como estará o povo pobre no próximo período sujeito à alta no preço dos alimentos.

A falta de controle de estoque de alimentos regulado pelo Estado, a existência de um Plano Safra exclusivo para o agronegócio, bem como os vetos às medidas de apoio e fortalecimento da Agricultura Familiar e Camponesa, que é responsável em produzir comida de verdade, é o que tem piorado a situação de fome no Brasil

A crueldade das empresas e indústrias de alimentos está presente em todos os lugares, do campo, das águas, florestas e da cidade. Seja na introdução dos agrotóxicos dentro do modelo produtivo. Seja na forma como se apresentam os alimentos ultraprocessados que não possuem capacidade de nutrir dos corpos e mentes humanos. Descarta-se o lixo das indústrias na boca de nossas crianças, e a classe trabalhadora tem sido a mais afetada nisso com menos tempo para o preparo dos alimentos nos grandes centros urbanos.

Mulheres mais atingidas

Nesse quadro, as mulheres têm sido as mais atingidas. Elas são historicamente responsáveis pela alimentação das famílias. E por isso têm que lidar com o combate à fome, buscando formas de colocar comida na mesa, lidando com a falta de emprego, pois foram as que mais perderam o emprego com as crises e, ainda, enfrentam uma grave ampliação da violência. A juventude, em especial a negra, segue morrendo nas periferias das cidades e sem oportunidades de produzir nos seus territórios. Os povos e comunidades tradicionais têm seus territórios atacados ainda mais, como forma do capital retomar suas taxas de lucro. 

A natureza também tem sido duramente ameaçada e com ela a vida humana. Imagens de animais selvagens morrendo pelo fogo chocam o mundo inteiroNossas florestas estão sendo destruídas com a única função de manter a acumulação capitalista materializada em sua forma atrasada no agronegócio brasileiro. A resistência é necessária e deve se dar entre todos que acreditam numa sociedade mais justa, onde todos possam comer e viver com dignidade.

Seguimos afirmando que a agricultura familiar e camponesa é o alicerce para a soberania alimentar de uma nação. Por isso lutamos no campo e na cidade pela defesa dos territórios indígenas, quilombolas, camponeses, pesqueiros, dos Fundos e Fecho de Pasto. Pela construção de políticas que contemplem desde a produção ao consumo. Rechaçamos a expansão agrícola e mineral que avança sobre áreas de produção de alimentos e sobre as florestas e biomas.

Para combater a fome no Brasil nos comprometemos

1 – Seguir com todas as ações de solidariedade humana que têm ajudado a salvar vidas. Através da partilha do pouco que temos, amenizando a situação de fome de muitas famílias, principalmente as crianças. Nossa solidariedade é de classe, ativa e orgânica para que os povos se organizem a mudar sua realidade de vida.

2 – Lutar pela derrubada dos Vetos de Bolsonaro à Lei de Assis de Carvalho, proposta no PL 735/2020É um passo fundamental para ampliar a produção de alimentos saudáveis pela Agricultura Familiar e camponesa. E para poder disponibilizar esse alimento para quem mais precisa, garantindo renda aos povos, especialmente as mulheres e a juventude.

3 – Lutar pela retomada construção dos estoques públicos de alimento URGENTE, para que o Estado regule preços e não deixe faltar os itens básicos para o povo do seu país a exemplo do feijão, do arroz, dentre outros. Construir um sistema de abastecimento alimentar. Sabemos que os estoques públicos que regulam os preços nas entressafras e nas situações de problemas climáticos são decisivos para manter a alimentação do povo.

4 – Enfrentar este governo que tem abertamente decretado a fome para o país. FORA BOLSONARO! A liberação do Auxílio Emergencial, que até agora fez a diferença na vida das pessoas, não foi por vontade do governo federal que, na primeira oportunidade que teve, negou o apoio para os agricultores/as seguirem produzindo alimentos (veto ao PL 735). Reafirmar o direito ao pleno emprego e a uma renda digna é materializar o direito de se alimentar bem, com segurança e soberania alimentar.

5 – Lutar para que todas as políticas públicas voltadas à construção da soberania alimentar tenham a capacidade de atender as demandas diferenciadas dos povos e comunidades tradicionais, da juventude e das mulheres, como forma de garantir um desenvolvimento econômico, social e ambiental baseado na agroecologia e na igualdade de condições para todos. É necessário retomar o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Fortalecer o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Ampliar o acesso à água para abastecimento humano e para a produção de alimentos com cisternas e expandir a rede de restaurantes populares.

Alimentar a esperança

Nós, Movimentos Populares, Entidades e Sindicatos do campo e da cidade vamos continuar lutando e alimentando a esperança. Defendemos um Programa de Renda Básica Permanente, Programa de Produção de Alimentos Saudáveis. A derrubada dos Vetos à Lei Assis Carvalho, Programas de Compra de Alimentos com doação a quem precisa. Programa de Geração de Empregos, Abastecimento de Água e Valorização do Salário Mínimo.

Por isso, neste DIA MUNDIAL EM DEFESA DA ALIMENTAÇÃO, temos a responsabilidade de nos dirigir à sociedade brasileira para manifestar nossa grande preocupação com a fome que se agrava em nosso país.

A produção de alimentos depende da preservação ambiental e da biodiversidade dos biomas. Para manter as florestas em pé, precisamos dos povos do campo, das águas e das florestas, VIVOS e em seus TERRITÓRIOS. Não é só fogo, é capitalismo e destruição. Tirem as mãos das nossas riquezas! Soberania nacional e popular já!! Fora Imperialismo!

Alimentar a esperança para alimentar as pessoas!

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Sindicatos de bancários de todo o país realizaram, nesta última quinta-feira (15) um Dia Nacional de Luta contra as demissões que estão sendo promovidas pelos bancos Bradesco, Itaú, Mercantil e Santander, em desrespeito ao compromisso que estas instituições assumiram entre março e abril de que não promoveriam demissões durante a pandemia.

As demissões começaram pelo banco Santander, ainda no início de junho. Como justificativa para as demissões, o banco alega que o compromisso se encerrou em maio e que os bancários são demitidos pelo baixo desempenho. Mas, o Brasil é responsável por 32% do lucro mundial do Santander e mesmo após ter realizado uma provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD) de R$ 10,4 bilhões, o banco registrou um lucro de R$ 5,989 bilhões no primeiro semestre de 2020.

“O Santander vem sistematicamente demitindo trabalhadores e trabalhadoras neste momento de descontrole da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Demissões que, inclusive, ferem estabilidades garantidas em legislação e convenção coletiva/ACT, como, por exemplo, a demissão de gestantes”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o Santander, Mario Raia. “O desrespeito é tamanho que, muitas destas demissões são feitas através de ligações telefônicas e outras atingem a totalidade de departamentos, com a clara finalidade de terceirização das atividades”, completou.

#NãoDemitaMeusPais

Outro banco que descumpriu o compromisso de não demitir durante a pandemia foi o Itaú. Em uma só tacada, o banco demitiu 130 funcionários na área de Veículos, além de outras que ocorram em agências bancárias.

“O banco teve lucro líquido de R$ 28 bilhões no ano o passado e nos seis primeiros meses de 2020, mesmo com a pandemia, lucrou R$ 8 bilhões. Mas, ao mesmo tempo que desenvolveu campanha publicitária para mostrar seu lado humano, demite funcionários durante a maior crise sanitária vivida pelo país nos últimos 100 anos. Tamanha incoerência não pode ficar oculta. Numa hora dessa, o banco precisa mostrar sua responsabilidade com as pessoas, com o país,” afirmou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização de Empresa (COE) do Itaú.

Futuro pra quem?

O Bradesco completa a lista dos três maiores bancos privados do país que descumpriram o compromisso de não demitir durante a pandemia. Em pleno período de pandemia o banco demitiu 427 funcionários.

Nesta terça-feira (13), os bancários promoveram um tuitaço contra as demissões com as hashtags #BradescoNãoDemita #BradescoPenseNoFuturo, em alusão à campanha publicitária na qual o banco convida quem a vê a “experimentar o futuro com o banco”.

“Eles fazem campanha falando que estão se preparando para o futuro, mas se esquecem de pensar no futuro das famílias que estão desabrigando neste momento”, finalizou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

Mercantil

Além dos três maiores privados, o Banco Mercantil do Brasil (BMB) também descumpre compromisso assumido em negociação de não demitir durante a pandemia. O banco anunciou o fechamento das plataformas de serviços em Salvador, Brasília e Recife e demitiu funcionários, gerando protestos da categoria, que usaram a hashtag #MercantilSemCompromisso.

Fonte: Contraf-CUT

Não bastassem as demissões que estão ocorrendo no Itaú, o banco está dobrando as metas exigidas dos trabalhadores pelo programa AGIR, ligado à remuneração variável dos funcionários, com uma série de itens de vendas e atendimento a serem cumpridos. Tudo isso em plena pandemia de coronavírus (Covid-19), momento em que a comercialização de produtos bancários está muito mais difícil.

O crédito consignado é um exemplo: em outubro a meta do produto pelo Agir veio 30% maior do que em setembro e, após o governo divulgar o aumento na margem de consignado INSS de 30% para 35%, a meta do consignado aumentou mais 30%. As exigências do Agir incluem também itens como tempo de atendimento ao cliente, contratação de crédito, abertura de contas, venda de plano de capitalização, entre outros. E vários desses pontos tiveram suas metas ampliadas sem levar em conta o momento atípico pelo qual o país está passando por conta da pandemia de coronavírus.

“O Itaú precisa levar em consideração que estamos enfrentando uma crise sanitária e econômica sem precedentes nas últimas décadas, que o desemprego no país está ainda maior, e que poucas pessoas estão dispostas a contratar produtos bancários”, ponderou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.

“Além disso, as próprias condições de funcionamento das agências dificultam o alcance das metas: as unidades estão funcionando em horários reduzidos, muitos bancários estão afastados por serem do grupo de risco, e muitos clientes não estão indo às agências, nem dispostos a atender os bancários por telefone. Tudo isso, somado ao medo das demissões promovidas pelo Itaú em plena pandemia, tem deixado os trabalhadores sobrecarregados, estressados e adoecendo”, denunciou o dirigente.

A COE Itaú cobra do banco a revisão das metas do Agir, que estão ultrapassando os 1.200 pontos. “As metas abusivas sempre foram um problema no setor financeiro, e o Sindicato sempre atuou tentando combater o problema. Mas agora o Itaú está passando dos limites. Exigir o cumprimento de 150% das metas nessas condições totalmente adversas, e com o banco alegando baixa performance para demitir é desumano. Vamos continuar cobrando que isso seja revisto”, finalizou Jair Alves.

Campanha #QuemLucraNãoDemite

Hoje, quinta-feira (15), é o Dia Nacional de Luta Contra as Demissões nos Bancos. A ação faz parte da campanha que será feita por sindicatos de bancárixs de todo o Brasil. O tuitaço de hoje será às 16h e quem participar deve usar as imagens e as frases nas suas contas do Twitter com a hashtag #QuemLucraNãoDemite.

A campanha é contra as demissões que estão sendo promovidas pelos bancos Bradesco, Itaú, Mercantil e Santander, em desrespeito ao compromisso que estas instituições assumiram entre março e abril de que não promoveriam demissões durante a pandemia.

Fonte: Contraf-CUT

O banco Santander não estava pagando aos demitidos em setembro o abono único de R$ 2 mil previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários recém aprovada. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), por meio da Comissão de Organização dos Empregados (COE) cobrou do banco o cumprimento da CCT e o banco pagará aos trabalhadores o que lhes é devido. Com isso, os bancários demitidos entre 4 e 30 de setembro deste ano receberão o abono único, previsto na CCT da categoria. Os desligados não precisam acionar o banco – o pagamento será automático nos próximos dias.

“A CCT 2020-2022 é clara: determina o pagamento do abono único no valor de R$ 2 mil a todos os bancários que estavam ativos até 31 de agosto deste ano. E o prazo para que os bancos efetuassem esse crédito era até 30 de setembro. Portanto, os desligados do Santander em setembro devem receber esse valor imediatamente”, explicou a coordenadora da COE, Lucimara Malaquias.

Mais desrespeito

Lucimara lembra também que o Santander foi o primeiro dos grandes bancos a descumprir o compromisso assumido em março de não demitir durante a pandemia, deixando milhares de pais e mães de família sem emprego em plena crise sanitária, mesmo tendo apresentado lucro. “Seria mais absurdo ainda que, além de demitir, o banco ainda deixasse de pagar os direitos devidos a esses trabalhadores, prejudicando-os ainda mais”, criticou a dirigente.

Diante de denúncias de bancários, a COE enviou ofício ao banco, no início de outubro, cobrando o cumprimento do acordo. “A CCT é clara na definição do critério de pagamento do abono, e ao banco só cabe o cumprimento”, destacou Lucimara, acrescentando que a atuação do movimento sindical na defesa dos direitos da categoria só é possível com a parceria dos trabalhadores. “Os bancários devem continuar procurando seus sindicatos para denunciar qualquer irregularidade. É essa proximidade dos trabalhadores com a entidade que fortalece nossa categoria”, disse.

Lucimara lembrou, porém, que sobre o valor do abono há incidência do Imposto de Renda.

Relembre

A Campanha Nacional dos Bancários 2020 conquistou um acordo de dois anos (2020-2022) que, além de manter todos os direitos da CCT da categoria, determinou para este ano: reajuste de 1,5% sobre salários, mais abono único de R$ 2 mil a todos os bancários; e ainda reposição da inflação para demais verbas como VA, VR, auxílio-creche/babá e valores fixos e tetos da PLR. E para 2021: reposição da inflação mais aumento real de 0,5% sobre salários e demais verbas.

Fonte: Contraf-CUT

Na manhã desta quinta-feira (15), o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense esteve em diversas agências bancárias de sua base, para protestar e denunciar a postura infeliz dos grandes bancos, em plena pandemia.
 
Foi parte das manifestações pelo Dia Nacional de Luta contra as demissões nos bancos, que ocorre em todo o Brasil.
 
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