Bancários vêm realizando, por todo o país, mobilizações contra as medidas de reestruturações propostas pela direção do banco e pelo governo Bolsonaro. Como fruto do debate com membros da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), o Comando Nacional dos Bancários decidiu, na segunda-feira (22), manter as ações.
“Definimos um calendário de atividades e mobilizações, além da elaboração de materiais e estudos que visam o maior engajamento dos funcionários do banco e da sociedade na luta pela defesa dos direitos dos bancários e do Banco do Brasil como instituição pública a serviço do desenvolvimento nacional”, explicou o coordenador da CEBB, João Fukunaga.
O calendário, com atividades diárias e semanais, foi encaminhado para todas as entidades sindicais da categoria. Para esta quinta-feira (25), às 11h, foi definida a realização de um grande “tuitaço”, que seja capaz de estourar a bolha social das entidades de trabalhadores e mostre para a sociedade a importância do BB e os ataques que o banco vem sofrendo. Para isso, convocam a categoria a se manifestar nas redes sociais com a #BBoBancoDeTodos.
Privatização iminente
O foco, além dos debates já realizados pelas entidades e pela CEBB se volta, também, à atuação dos parlamentares, particularmente os deputados federais, em decorrência da apresentação do Projeto de Lei 461/21, de autoria do deputado federal Kim Kataguiri (DEM/SP), que abre a possibilidade de privatização do Banco do Brasil, com sua inclusão no Programa Nacional de Desestatização.
“É preciso que não apenas os funcionários do BB, mas toda a categoria, seus familiares e amigos participem das atividades em defesa do Banco do Brasil. Uma instituição de fundamental importância para a toda a sociedade brasileira”, disse a secretária de Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na CEBB, Fernanda Lopes. “Contamos com a participação de todo mundo no tuitaço desta quinta, assim como nas demais atividades que serão realizadas”, concluiu.
A maioria da população brasileira segue com posição contrária à privatização da Caixa Econômica Federal e de outras empresas públicas do país. Chega a 59,8% o índice de cidadãos no Brasil que são contra a entrega ou venda do patrimônio público para a iniciativa privada. Enquanto 28,6% dos entrevistados disseram ser a favor de estatais privatizadas, 11,6% não souberam opinar ou não responderam. Os dados são de pesquisa da MDA, instituto de opinião pública contratado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O resultado do estudo foi divulgado nesta segunda-feira (22).
Com percentual de 30,1%, e na condição de banco 100% público, a Caixa lidera ainda a lista de empresas públicas que a sociedade menos quer ver privatizada. A pesquisa CNT/MDA foi realizada com 2.002 pessoas, em 137 cidades de 25 estados brasileiros, entre os dias 18 e 20 de fevereiro.
Os entrevistados foram ouvidos também sobre as privatizações de estatais como o Banco do Brasil, a Petrobras, a Eletrobras, a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e a Casa da Moeda, com posição de resistência a qualquer proposta de privatização. A exceção ficou com os Correios, cuja venda para a iniciativa privada teve o apoio de 64,2%, ante número contrário de 8,7%. Em relação à Petrobras, entre os contrários e os favoráveis ao processo de privatização da estatal, o registro é de empate técnico: 50% para um lado e o restante para o outro.
De um modo geral, porém, o resultado do estudo aponta para a situação de que, quanto mais as pessoas têm a empresa pública como parte do dia a dia, menos elas querem privatizar
Brasil: de mal a pior
O levantamento CNT/MDA revela, por fim, que os brasileiros estão pessimistas em relação à situação do país. Para entre 68% e 76% dos entrevistados, as condições de emprego, da renda, da saúde, da educação e da segurança pioram a cada dia. Essas posições estão apoiadas na ideia de que o pacote de privatizações do governo Bolsonaro não se apresenta como um bom negócio e tampouco traz benefícios para o país e para a população, privilegiando apenas as elites econômicas e políticas.
Faz 89 anos que as mulheres brasileiras conquistaram o direito ao voto. Em 24 de fevereiro de 1932, com decreto do governo, o voto feminino foi assegurado. A conquista foi fruto de intensas lutas, tanto no país como em outras nações, onde as mulheres desenvolveram campanhas pelo direito ao voto. Mas cinco anos antes, a professora Celina Guimarães Viana* conseguiu o registro para votar, ao solicitar a inclusão de seu nome na lista de eleitores da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Papel importante também teve a advogada Berta Lutz, que participou das primeiras entidades de defesa dos direitos das mulheres no Brasil. Das campanhas das sufragistas e participação das trabalhadoras em grandes greves e mobilizações, desde o começo do século passado, as mulheres se empenharam em lutas não só pelo direito ao voto, mas para o reconhecimento da cidadania integral, com igualdade de direitos. Uma luta que se ampliou pelas dimensões política, social, econômica e comportamental.
As mais prejudicadas com a crise
“Nossa luta é permanente e ainda temos muitos desafios pela frente. Começamos 2021 com uma crise econômica e sanitária que prejudicam as mulheres de forma mais grave. Desde o início da pandemia, aumentaram os registros de violência doméstica. O desemprego nos atinge de forma mais aguda e agora são as mulheres que têm de manter milhões de famílias atingidas pelo fim do auxílio emergencial, que precisa voltar, mas não menos do que era antes de ser cancelado pelo governo”, afirmou a secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elaine Cutis.
Plenárias
O 24 de fevereiro antecede o início da campanha Março, Mês da Mulher, que a Contraf-CUT vai desenvolver em conjunto com outras entidades. As atividades começam esta semana. A primeira delas é uma plenária virtual da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), que vai debater a luta das mulheres e o voto feminino. Será no próprio dia de comemoração da conquista, na quarta-feira (24), às 17h, pelo Facebook e pelo Youtube da CUT-SP. Participam a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) e a vereadora Juliana Cardoso (PT-São Paulo), com mediação da secretária da Mulher da CUT-SP, Márcia Viana.
A segunda plenária virtual será na quinta-feira (25), pela página da Contraf-CUT no Facebook, das 18h às 19h30. Com mediação de Elaine Cutis, o encontro vai definir propostas de atividades a serem feitas em março. Também vai debater a mobilização das mulheres no atual contexto político brasileiro e a atuação feminina no parlamento. Participam as dirigentes sindicais Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT; Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região; Suzineide Rodrigues, presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco; Adriana Nalesso, presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro; Tatiana Oliveira, presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, e Magali Fagundes, presidenta do Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi-MG).
Categoria bancária
“A categoria bancária sempre teve um forte protagonismo na luta em defesa dos direitos das mulheres. Fomos a primeira categoria que conquistou, em negociação com o setor patronal, uma cláusula sobre igualdade de oportunidades. Temos uma mesa de negociação específica e permanente, onde debatemos de forma cotidiana questões relativas ao direito das mulheres. Agora criamos um canal específico nos bancos para dar auxílio às mulheres vítimas de violência doméstica e para romper o círculo da violência. Temos muitas coisas a discutir nessa plenária, para preparar nossas atividades em março”, afirmou a secretária da Mulher da Contraf-CUT.
Março será o mês de lutas das mulheres na Contraf-CUT, com diversas atividades. Acompanhe as atividades pelo nosso site e nossas redes sociais e participe da mobilização das mulheres bancárias, que são referência à luta pelos direitos das mulheres trabalhadoras no Brasil.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) convoca os empregados da Caixa que trabalharam ou estão trabalhando presencialmente na pandemia a responderem ao formulário da pesquisa “Projeto Covid-19 como uma doença relacionada ao trabalho”, elaborada por cientistas de instituições como a USP e a Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Ao responder o questionário, essencial para auxiliar na prevenção da doença e minimizar suas consequências clínicas e sociais nas unidades da Caixa, a identidade do bancário fica mantida em total sigilo. Quem for do banco público, há a opção de clicar aqui e participar da pesquisa.
A iniciativa de preencher o formulário, sobretudo por quem se encontra na linha de frente, como é o caso de boa parte dos empregados da Caixa, cujo trabalho mostrou-se fundamental para o fomento às políticas públicas em tempos de pandemia, tem sido determinante para o planejamento de ações de proteção à saúde do trabalhador e contra a retirada de direitos.
Essa participação visa ajudar na adoção de medidas mais efetivas voltadas aos trabalhadores do banco. Mais ações podem ser criadas a partir dos resultados obtidos pelo estudo do Comitê de Ética de Pesquisas da Unesp, cujo propósito é a elaboração do “Dossiê Covid-19 no mercado de trabalho”, com base no registro da história contada sob o ponto de vista do bancário e de trabalhadores de outras categorias profissionais. Um dos objetivos é dar visibilidade ao trabalho presencial de todos os que trabalharam ou continuam trabalhando durante a pandemia.
“Essa é a chance do empregado da Caixa colaborar com a elaboração de um dossiê sobre a Covid-19 no trabalho, tendo como referência informações para serem utilizadas na defesa dos direitos dos trabalhadores”, explicou Maria Maeno, médica, pesquisadora do Trabalho e doutora em Saúde Pública pela USP, em vídeo no qual convida a classe trabalhadora a participar da pesquisa.
Segundo Maeno, que faz parte do grupo de pesquisadores, a voz dos trabalhadores precisa ser ouvida por toda a sociedade. “Ninguém melhor do que eles para narrar de como trabalharam e trabalham, em quais momentos perceberam os perigos da doença e de como foram as providências tomadas pela direção do banco para que fossem protegidos”, argumentou. A médica diz que, no portal www.congressointernacionaldotrabalho.com, podem ser encontradas informações sobre a pesquisa e sobre a história de vida de trabalhadores que morreram e dos que sobreviveram, além de notícias sobre a Covid-19 no ambiente de trabalho. Em caso de dúvida ou dificuldade para preencher o formulário, basta enviar um e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. .
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) enviou dois ofícios para a direção do banco público na noite desta segunda-feira (22). No primeiro, reivindicou esclarecimentos sobre a previsão da publicação do balanço e solicitou a antecipação do pagamento da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), como forma de valorizar o trabalho feito pelos empregados durante o ano de 2020.
“A pandemia exigiu um esforço redobrado dos colegas para atender a população num momento tão difícil, no qual a Caixa exerceu um papel social importantíssimo junto aos mais necessitados”, afirmou Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa).
No segundo ofício, a Contraf-CUT pediu esclarecimentos sobre a reestruturação da Vice Presidência de Logística e Operações (VILOP). “As atividades de várias áreas estão sendo migradas, inclusive empregados. Recebemos denúncias que isso tem impactado no andamento das atividades executadas nas áreas anteriores, gerando descontinuação, desordem e ausências”, explicou Fabiana. “Além disso, também tem gerado muita apreensão entre os empregados, pois não existe qualquer transparência no processo de realocação”, finalizou.
O Brasil registrou 639 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. Com o acréscimo, são 247.143 vítimas do coronavírus no país desde o início do surto, em março. Os registros às segundas-feiras tendem a ser defasados em função do número reduzido de profissionais que atuam aos domingos. O erro tende a ser corrigido ao longo da semana.
Também foram contabilizados 26.986 novos casos da doença, em um total de 10.195.160. Ontem (21), o Brasil ultrapassou um mês com média de mortes acima de mil (desde o dia 21 de janeiro). As curvas epidemiológicas de casos e mortes seguem em patamares elevados, similares aos registrados durante a primeira onda de maior impacto, entre junho e setembro. Os números são consolidados diariamente pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).
Curvas epidemiológicas de novos casos e mortes no Brasil. Fonte: Conass
Vacinação
Somente 3,27% da população foi vacinada no Brasil, ou 7 milhões de doses aplicadas. O ritmo é lento e aquém do potencial do Sistema Único de Saúde para imunização. Entretanto, faltam doses. A lentidão do governo federal para a aquisição de vacinas agora reflete em um processo conturbado e frágil no caminho para alcançar a desejada imunidade coletiva. O que há de concreto é a expectativa para esta semana da chegada de 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, que vem da Índia. E também a entrega de 3,5 milhões de doses da CoronaVac, em processo de finalização no Instituto Butantan.
Já o cronograma de aquisição de vacinas apresentado na última semana pelo Ministério da Saúde conta com expectativas difíceis de serem alcançadas. Estão no programa imunizantes que sequer tiveram o pedido de uso emergencial recepcionados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). É o caso da Covaxin, vacina indiana do laboratório Bharat Biontech.
Negociações
Diante do imbróglio do governo federal, outras instituições de poder articulam da forma como podem mais vacinas. Governadores tentam comprar diretamente de fornecedores, como é o caso da Bahia que tenta negociar 50 milhões de doses da vacina russa Sputnik V.
O Congresso Nacional entra também agora no processo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), concedeu uma entrevista coletiva no início da tarde após reunião entre senadores e representantes de farmacêuticas. As empresas em questão são a Jansen e a Pfizer, ambas com vacinas em uso em boa parte do mundo. Entretanto, existe um problema na autorização desses fármacos.
O Estado brasileiro se recusa a aceitar contratos que se eximem da responsabilidade da empresa em eventuais efeitos colaterais. A Pfizer argumenta que mais de 60 países aceitaram o contrato padrão da mesma forma como foi apresentado no Brasil. E que reduziu o valor dos fármacos em razão da emergência e também da questão da responsabilidade.
Pacheco disse que “a composição do preço das vacinas compreende um lucro abaixo do normal relacionado com a impossibilidade das empresas lidarem com riscos futuros. Este vem sendo um dos impeditivos”. E que vai “transmitir para o ministro (Eduardo) Pazuello os problemas da indústria e identificar o que precisa ser feito para superar os obstáculos”, disse o senador.
“Uma das possibilidades é um ajuste normativo, uma lei, ou no âmbito de medida Provisória, ou projeto de lei original que permita a União que fique com os riscos, constitua garantias e contrate seguros com essa finalidade. Vamos identificar uma forma adequada que possa permitir que o Brasil tenha as vacinas da Pfizer e da Jansen o mais rápido o possível”, completou.
O Itaú demitiu recentemente mais de 200 gerentes operacionais (GO) e gerentes-gerais comerciais (GGC) em todo o Brasil. O número pode ser ainda maior que isso, uma vez que as homologações não são mais feitas nos sindicatos desde a reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro de 2017.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região questionou as demissões, e o banco negou que elas estivessem ocorrendo por conta do projeto de novo modelo de agências (projeto Itaú 2030), mas sim porque a empresa estaria buscando um “novo perfil de liderança” de profissionais.
“Cobramos que o banco realoque os trabalhadores que não se enquadram nesse 'novo perfil de liderança', ao invés de demití-los. Reforçamos ainda a nossa reivindicação para que o Itaú pare de demitir durante a pandemia. É inadmissível que um banco do porte do Itaú, que continua lucrando alto mesmo na pandemia, mande para a rua pais e mães de família que terão grande dificuldade de se recolocarem no mercado de trabalho nesse momento de grave crise sanitária e econômica”, protesta o dirigente sindical Sérgio Francisco, bancário do Itaú.
Projeto piloto nas agências
O Sindicato também questionou o banco sobre diversas denúncias de que o projeto piloto de novo modelo de agências (projeto Itaú 2030) – que a princípio envolveria apenas 50 unidades nas regiões de Guarulhos (SP) e São João de Miriti (RJ) – estaria sendo implementado em diversas regiões de São Paulo de forma não oficial.
“Instalou-se uma clima de tensão e insegurança nessas agências, pois os trabalhadores estão perdidos sem saber o que vem pela frente”, diz Sergio Francisco.
O Itaú negou que esse “piloto pirata” estivesse ocorrendo, uma vez que o projeto piloto muda mais de 8 mil acessos nas agências escolhidas, e se a unidade não faz parte do piloto, não consegue operar dentro desses acessos.
“Mas não é bem isso que os bancários estão denunciando. O que acontece é que diversas agências fora do piloto já estão se estruturando com novos cargos e nova forma de atuação, que é resultado da unificação das áreas Comercial e Operacional, uma das mudanças que fazem parte do projeto Itaú 2030”, destaca o dirigente.
O Itaú se comprometeu a levar o problema das agências que estão atuando no “piloto pirata” para ser discutido junto à diretoria.
GERA
Outro problema que está levando a muitas denúncias ao Sindicato é o Gera, programa que substituiu o Agir. “Na visão do banco, o novo programa traria 'benefícios coletivos' maiores e melhor resultado para o cliente, mas não é isso que dizem os bancários. O banco também se compromete a debater sobre o assunto em breve”, diz Sérgio Francisco.
Banco de horas negativa
Em negociação com o Sindicato, ficou acordado entre as partes que os trabalhadores terão um período de 18 meses, a partir do mês de março, com o limite de duas horas por dia, para compensar as horas negativas.
O acordo terá acompanhamento trimestral para avaliação podendo ser prorrogado por mais seis meses caso os trabalhadores não consigam zerar suas horas negativas. Leia mais sobre o acordo aqui.
O governo conservador, economistas neoliberais, financistas, a elite econômica, milionários e a mídia corporativa fazem um carnaval fora de época com o pretenso déficit da previdência. Com sangue nos olhos, defendem reformas da previdência para cortar benefícios, dificultar aposentadorias, privatizar a previdência e condenar idosos à miséria. Para eles, a culpa pelo desequilíbrio das contas é dos velhinhos, que teimam em aposentar, sobreviver um pouco mais e deixar pensão para seus dependentes.
A seguridade social engloba previdência social (INSS), assistência social e assistência à saúde (SUS). De acordo com a Constituição Federal, estas despesas devem ser custeadas pela arrecadação previdenciária, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Na tabela abaixo, comparei as receitas destas três fontes e as despesas com benefícios previdenciários e assistenciais, e os gastos do Governo Federal com o SUS em 2020 e 2014. Em números de dezembro de 2020, as receitas caíram quase 30% de 2014 para 2020, enquanto as despesas subiram somente 4%.
O problema, portanto, não foi o aumento excessivo das despesas, mas a redução descomunal das receitas. Neste período, o número de benefícios da previdência aumentou 12%, de 32,1 milhões para 36,1 milhões. Mesmo com 2020 sob pandemia, os gastos com o SUS aumentaram pouco mais de 6% no período. Até 2014 a economia brasileira crescia continuamente. Naquele ano tivemos a menor taxa de desemprego da História recente do Brasil. A arrecadação de tributos federais acompanhava esta trajetória. A partir de 2016 a economia mergulhou em recessão, o desemprego bate um recorde atrás do outro, milhões de pessoas desistem de procurar emprego simplesmente porque não encontram, explodiu o número de pessoas fazendo bico, trabalhando sem carteira assinada ou atendendo por aplicativos sem relação formal de trabalho. O que significa que milhões de pessoas deixaram de contribuir para a previdência social.
Tabela com valores de arrecadação e despesa compara os números de 2014, atualizados para 2020, com os números efetivamente realizados no ano passado / Fonte: INSS
Previdência e reformas
A reforma trabalhista aprovada no governo Temer contribuiu decisivamente para aprofundar esta situação. A destruição do aparato fiscalizatório do Estado facilitou a informalidade. A reforma trabalhista e a recessão incentivaram a redução de salários e encargos sociais, deteriorando ainda mais as receitas da seguridade social e o equilíbrio das contas. A sociedade brasileira tem um grave problema a resolver.
A solução de Bolsonaro e Paulo Guedes foi a mais cruel possível – fazer o ajuste em cima dos trabalhadores, para reduzir o fluxo de aposentadorias e fazer com que as pessoas recebam benefícios por menos tempo, retardando a entrada em benefício.
Mais receitas
A solução necessária, aquela que interessa aos trabalhadores, é outra. Primeiro é preciso reativar a economia para gerar empregos com carteira assinada, aumentar a massa salarial e, portanto, a arrecadação dos tributos que sustentam a seguridade social. Isto depende de políticas públicas voltadas para investimentos, por exemplo, em infraestrutura, construção civil e áreas que geram muitos empregos. Esperar isto do atual governo, que só pensa em cortar, é ilusório.
A segunda medida é taxar os rentistas e milionários. Impostos sobre grandes fortunas, tributar dividendos e o lucro sobre aplicações financeiras, aumentar a alíquota máximo de Imposto de Renda sobre as rendas mais altas e reduzir para a base da pirâmide, aumentar a tributação das heranças milionárias. Enfim, aumentar tributos sobre o capital financeiro e as grandes propriedades e reduzir impostos sobre os salários e o consumo. Com isto dá para aumentar as receitas para a seguridade social.
Está na hora dos super ricos pagarem a conta, eles que pagam um nada de impostos, sonegam e sempre foram favorecidos neste país que construiu, ao longo de 500 anos, uma das sociedades mais desiguais e de maior concentração de renda do mundo atual.
*José Ricardo Sasseron foi presidente da Anapar, diretor de Seguridade da Previ e diretor do SEEB São Paulo.
Entidades sindicais e do movimento social alertam para os riscos ao país a venda da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia. Na semana passada os trabalhadores da Petrobras no estado realizaram greve que obrigou a direção da empresa a abrir negociação com os trabalhadores. Além disso, houve manifestações de petroleiros em todas as unidades da empresa espalhadas pelo Brasil. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) participa do movimento de apoio aos trabalhadores da Petrobras.
A operação de desmonte da empresa, cujo exemplo mais recente é a venda da refinaria na Bahia, é encoberta pelo noticiário nacional sobre as mudanças na direção da Petrobras promovida pelo governo. Os constantes aumentos de preços nos combustíveis acabaram por provocar a mudança na direção da empresa.
O movimento de solidariedade aos trabalhadores da Petrobras envolve centrais sindicais, federações e sindicatos em todos os estados brasileiros, além de associações e movimento sociais. “A verdadeira ameaça contra a Petrobras é o desmonte que o governo Bolsonaro está fazendo. Com a venda da refinaria, a população sofre ameaça de desabastecimento de derivados de petróleo. O país perde uma ferramenta essencial para o desenvolvimento. Isso sem falar no desemprego que essa venda vai provocar, colocando milhares de famílias ao abandono em plena pandemia”, declarou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.
A refinaria Landulpho Alves foi a primeira refinaria nacional, criada em 1950 na cidade de São Francisco do Conde. Com a refinaria, desenvolveu-se na região o primeiro complexo petroquímico do país, o de Camaçari. É um dos maiores complexos industriais integrados do Hemisfério Sul e desempenha papel importante no setor produtivo do estado. A Refinaria Landulpho Alves está sendo vendida por US$ 1,65 bilhão.
“A direção da Petrobras iniciou um plano de venda de refinarias e terminais. É o desmonte de um patrimônio do povo brasileiro. Caso isso aconteça, corremos o risco de criar monopólios privados, de desabastecimento e do aumento ainda maior dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha”, alertou a presidenta da Contraf-CUT.
O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, através de seus Departamentos Jurídico e de Saúde, reintegrou mais um bancário. Desta vez, do Banco Itaú.
O bancário Júlio Henrique de Paula Amorim, demitido em plena pandemia do novo coronavírus, foi reintegrado pela 7a Vara do Trabalho de Nova Iguaçu.
ENTENDA O CASO
Os bancos vem contrariando o compromisso firmado com a categoria bancária de não demitir durante a pandemia.
Júlio Henrique foi demitido em Outubro de 2020 e ingressou com um pedido de reintegração, através de um escritório particular, mas não obteve êxito.
Em Dezembro de 2020, após procurar o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, o bancário foi atendido pelo Departamento Jurídico, que impetrou um mandado de segurança junto ao Tribunal Regional do Trabalho. Em pouco tempo, foi deferida medida liminar determinando sua imediata reintegração aos quadros de funcionários do Banco Itaú Unibanco S/A.
IMPORTANTE
Em caso de demissão, a orientação é para que o bancário ou bancária entre em contato imediatamente com o Sindicato.