Dezembro 16, 2025
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O Banco Santander lucrou R$ 7,520 bilhões no Brasil no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 18,4% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar do desempenho positivo, o banco eliminou 1.173 postos de trabalho nos últimos 12 meses — sendo 1.385 somente no 2º trimestre deste ano — e fechou 561 pontos de atendimento, o que escancara a contradição entre os ganhos crescentes e o desmonte da estrutura física e humana.

No trimestre, o lucro líquido gerencial caiu 5,2%, passando de R$ 3,861 bilhões nos primeiros três meses do ano para R$ 3,659 bilhões no segundo trimestre. O retorno sobre o patrimônio (ROE) anualizado ficou em 16,4%, com acréscimo de 0,9 ponto percentual em 12 meses.

“A política de redução de custos agressiva implementada pelo Santander no Brasil não é observada nos demais países da América, tampouco na casa matriz na Espanha. É importante destacar que grande parte das demissões realizadas no país afetaram as mulheres, que já representaram 59% do quadro de empregados e hoje, segundo o Relatório de Transparência do Governo Federal, somam apenas 43% da força de trabalho. É lamentável essa discriminação, é lamentável uma política de corte que não tem trazido nenhum benefício aos empregados, aos clientes, nem à sociedade brasileira. O papel do Banco Santander, que atua no Brasil há mais de 30 anos por meio de uma concessão pública, deveria ser o de promover o atendimento à população e contribuir com o desenvolvimento econômico e social. Nós, das entidades sindicais, seguiremos mobilizadas em defesa do emprego bancário, lutando por melhorias nas condições de trabalho e por um atendimento de qualidade a todos os clientes”, afirma Wanessa Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

O crescimento no semestre foi impulsionado pela expansão da margem financeira, que subiu 4,4% em 12 meses, puxada pela alta de 11,3% na margem com clientes. Já na comparação trimestral, houve queda de 3,3% na margem financeira, reflexo da elevação das taxas de juros, parcialmente compensada pelos ganhos com clientes.

Globalmente, o banco teve lucro de € 6,833 bilhões no período, alta de 13% em doze meses. A operação brasileira foi a segunda mais lucrativa do grupo, com € 996 milhões, atrás apenas da matriz na Espanha (€ 2,258 bilhões), representando 14,6% do lucro global.

Crédito e inadimplência

A Carteira de Crédito Ampliada cresceu 1,5% em 12 meses, chegando a cerca de R$ 675,5 bilhões. Em relação ao trimestre anterior, porém, houve retração de 1,0%. A carteira pessoa física ficou praticamente estável, com destaque para o crescimento no cartão de crédito (+13,1%) e queda no crédito consignado (-10,2%). Já a carteira pessoa jurídica teve queda de 5,0% no ano, com retração de 13,0% no crédito para grandes empresas e alta de 11,2% para pequenas e médias empresas.

A inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,1% em junho de 2025, praticamente estável em relação a junho de 2024. As despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD) aumentaram apenas 0,7%, somando R$ 13,3 bilhões.

Receitas e despesas

As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 10,949 bilhões no semestre, permanecendo estáveis. Já as despesas de pessoal, incluindo PLR, aumentaram 4,0%, alcançando cerca de R$ 6,3 bilhões. Com isso, o índice de cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias ficou em 174,4% no fim do semestre.

Redução no quadro e fechamento de agências

Ao final de junho de 2025, o Santander contava com 53.918 empregados, frente aos 55.091 de junho de 2024. Em doze meses, foram 1.173 demissões líquidas. No mesmo período, a base de clientes aumentou em 4,5 milhões, atingindo 71,7 milhões de pessoas.

No que se refere à estrutura física, o banco fechou 561 unidades de atendimento em um ano, das quais 159 no último trimestre.

Fonte: Contraf-CUT

A Comissão de Empresa das Funcionárias e dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reuniu, no final da tarde desta quarta-feira (30), com a direção do banco para discutir a integração dos trabalhadores egressos dos bancos incorporados — Banco Nossa Caixa (BNC), Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) e Banco do Estado do Piauí (BEP) — aos planos de previdência da Previ e ao plano de saúde da Cassi, ambos utilizados pelos funcionários do BB.

A apresentação de uma proposta até o dia 31 de julho foi um compromisso assumido pelo banco em reunião realizada no dia 5 de fevereiro, quando foi anunciada a criação de um Grupo de Trabalho (GT) voltado exclusivamente à busca de soluções para os impasses enfrentados por esses trabalhadores. A medida atendeu a uma reivindicação histórica do movimento sindical.

Migração para a Previ

Durante o encontro, o BB apresentou a possibilidade de migração dos planos de previdência Previ BEP, Economus e Fusesc para a Previ, mantendo os direitos e características atuais. A proposta prevê a migração de todos os planos para a Previ, com a possibilidade de que em seguida, os funcionários da ativa possam optar pela migração para o Previ Futuro.

A Comissão de Empresa avaliou que a proposta representa um avanço, por permitir ganhos aos trabalhadores, redução de custos para o banco, como copatrocinador, e para as associações, além de contribuir para a otimização da gestão dos recursos previdenciários.

A coordenadora da CEBB, Fernanda Lopes, destacou a importância do momento e fez um alerta sobre a necessidade de atenção às mudanças. “É fundamental que os colegas que optem pela migração compreendam bem as regras e as diferenças que entrarão em vigor para que tomem decisões conscientes e seguras.”

Uma das reivindicações centrais do movimento sindical era a inclusão dos funcionários oriundos de bancos incorporados na parcela 2B da tabela PIP. Até o momento, a única alternativa prevista é que aqueles que migrarem para o Previ Futuro possam pontuar na nova tabela, tornando-se aptos a contribuir para a 2B — a parcela em que o banco contribui na mesma proporção do participante.

No entanto, a efetivação da migração para a Previ dependerá ainda de ajustes técnicos e atuariais, que serão conduzidos com acompanhamento da Comissão de Empresa.

Pós-laboral: luta segue na mesa de custeio da Cassi

No campo da saúde, o banco informou que permitirá a adesão dos funcionários da ativa, oriundos dos bancos incorporados, ao plano da Cassi, após a apresentação da proposta da mesa de custeio da Cassi — espaço onde estão sendo discutidas, entre outras questões, as regras do pós-laboral para novos ingressantes na caixa de assistência.

O estatuto vigente estabelece que os novos participantes do plano de associados só poderão permanecer na Cassi após a aposentadoria como autopatrocinados, ou seja, sem a contribuição do banco.

Antônio Netto, representante da Fetec-CUT/SP na CEBB, foi enfático ao defender a responsabilidade do banco. “Nossa luta continuará para que todos os funcionários oriundos de bancos incorporados tenham a possibilidade do pós-laboral com a permanência da contribuição do patrocinador. Além disso, essa também é a luta dos funcionários que ingressaram no banco após 2018.”

Ele reforçou que a inclusão do banco no custeio do pós-laboral é uma demanda legítima, justa e alinhada aos princípios constitucionais da igualdade e da isonomia. “É essencial que o Banco do Brasil trate de forma equitativa todos os seus funcionários, sem discriminação baseada na origem bancária.”

A coordenadora Fernanda Lopes também criticou a exclusão. “Uma proposta que exclui o direito ao pós-laboral não resolve o problema — ao contrário, perpetua a desigualdade e o sentimento de injustiça entre trabalhadores que ajudaram e ajudam diariamente na construção do banco. Seguiremos firmes na luta para que esses colegas tenham o direito de permanecer no plano de saúde da Cassi após a aposentadoria, com a devida participação do banco no custeio, assim como os demais funcionários do BB.”

Luta por isonomia plena continua

A CEBB reafirma que a luta por isonomia plena permanece como uma bandeira central para o conjunto das trabalhadoras e trabalhadores do Banco do Brasil. “Chamamos todos e todas — sejam oriundos do BB, da Nossa Caixa, do Besc ou do BEP — a se manterem mobilizados e unidos nessa luta. O diálogo e a solidariedade são fundamentais para construirmos um futuro mais justo e equilibrado para toda a categoria”, concluiu Fernanda.

Os representantes dos trabalhadores exigiram e garantiram a instalação de uma mesa de acompanhamento mensal, com participação da Previ e da Cassi, para monitorar a implementação das mudanças e garantir transparência e participação durante todo o processo. O banco concordou com a proposta.

Fonte: Contraf-CUT

Mais de 650 bancárias e bancários de todo o Brasil, que trabalham nos diversos bancos que atuam no país, vão realizar, de 22 a 24 de agosto, em São Paulo, sua 27ª Conferência Nacional, tendo como principal objetivo a definição das prioridades e o plano de lutas da categoria até o ano que vem. O evento é promovido pelo Comando Nacional dos Bancários.

Consulta Nacional

“Realizamos a Consulta Nacional à categoria, que contou com mais de 30 mil respondentes, e 11 conferências nas diferentes regiões do país. Na Conferência Nacional, vamos debater sobre os pontos que foram trazidos de nossas bases sindicais e sobre diversas questões do dia a dia de trabalho da categoria e da sociedade brasileira para definirmos as ações em defesa da categoria e da classe trabalhadora como um todo”, informou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional do Bancários.

“É um processo bastante democrático, do qual toda a categoria pode participar, apontando suas prioridades em questões, relacionadas à defesa do emprego bancário, à implementação de novas tecnologias nos bancos, ao adoecimento relacionado ao trabalho, ao preconceito e equidade, à melhoria dos salários e rendas complementares, enfim mais específicas da categoria”, explicou Juvandia. “Mas também outras que envolvem a classe trabalhadora em geral e a sociedade como um todo, ligadas ao orçamento familiar; isenção de imposto de renda e outras questões tributárias; jornada de trabalho; crédito pessoal; e igualdade de gênero”, completou.

Os resultados da Consulta Nacional serão divulgados durante a 27ª Conferência Nacional.

Diversidade

As delegações devem respeitar a cota de gênero mínima de 30%. Outra recomendação é para que haja, pelo menos, 10% de delegados, ou delegadas, com até 35 anos de idade.

Para garantir a participação de delegadas mães e delegados pais de crianças com até seis anos de idade, será disponibilizada uma “creche”, com espaço de recreação e cuidadores no local. Basta que, no momento da inscrição, seja informada a necessidade, para que a estrutura adequada para este serviço esteja preparada para recepcionar todas as crianças inscritas.

Conferências regionais

Das 11 conferências regionais, seis já foram realizadas com bancários do Rio de Janeiro (Federa-RJ), Santa Catarina (Fetrafi-SC), São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb-SP/MS); Minas Gerais (Fetrafi-MG), Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS) e da Bahia e Sergipe (Feeb-BA/SE).

Os bancários do Nordeste (Fetrafi-NE) se reúnem de 1º a 3 de agosto, em Teresina (PI); do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES) em Itaperuna (RJ), no dia 2 de agosto; do Paraná (Fetec-PR) e do Centro-Norte (Fetec-CN), no dia 9 de agosto, ambas em formato remoto, por meio de plataforma de conferência eletrônica pela internet; e de São Paulo (Fetec-SP), na capital do estado, no dia 16 de agosto.

Neste ano, nas conferências regionais foram debatidos oito temas: Conjuntura nacional e internacional; os impactos de novas tecnologias e da IA no trabalho bancário; a regulação do sistema financeiro nacional; redução da jornada de trabalho sem redução salarial; terceirização e pejotização no setor bancário; formação; comunicação popular; e mobilização e organização dos trabalhadores.

“Os debates realizados nas conferências regionais, e também nos encontros de trabalhadores de cada um dos principais bancos, são importantes para direcionar as prioridades que serão definidas na Conferência Nacional. Sem elas, não seria possível realizarmos a conferência nacional em apenas dois dias, devido à diversidade de demandas e propostas de ação trazidas pelos trabalhadores do ramo”, observou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro, que divide a coordenação do Comando Nacional dos Bancários com a presidenta da Contraf-CUT.

Além das conferências regionais da categoria, são realizados encontros estaduais/regionais de trabalhadores de cada um dos bancos e os principais bancos do país também realizam encontros/congressos nacionais.

Fonte: Contraf-CUT

Nesta segunda-feira (28), foi realizada a 5ª Reunião Ordinária do Comitê Gestor do Plano Juventude Negra Viva (PJNV), na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. O encontro foi convocado pelo Ministério da Igualdade Racial e pela Secretaria-Geral da Presidência da República, por meio da Secretaria da Juventude, e contou com a participação de representantes de diversas entidades e ministérios.

Dois pontos centrais marcaram os debates: a proposta de realização de um seminário nacional de comunicação e a inclusão de 50 municípios mapeados na adesão ao PJNV. A ideia é dinamizar as ações do plano por meio de mesas temáticas, debates e atividades culturais, além de ampliar o alcance das políticas públicas em regiões mais afetadas pela violência letal contra a juventude negra.

“O seminário vai nos ajudar a comunicar melhor o plano e suas ações. E a adesão dos 50 municípios mapeados é fundamental para interiorizar a política pública e atacar o problema onde ele é mais grave”, explicou o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, que é membro do Comitê Gestor do PJNV e também representou a CUT Nacional na reunião.

O PJNV é um instrumento da política de igualdade racial voltado à juventude negra, com o objetivo de reduzir a violência letal e outras vulnerabilidades sociais que afetam essa parcela da população, combatendo o racismo estrutural. A importância do plano fica evidente diante dos dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na última semana: em 2024, foram registradas 44.127 mortes violentas intencionais, sendo 79% das vítimas homens negros e 48,5% com menos de 29 anos.

“Reduzir a letalidade da juventude negra é o grande objetivo do PJNV. Basta observar os dados alarmantes do Anuário da Segurança Pública para entender a importância deste plano. A iniciativa do governo Lula é um passo fundamental para conter a violência policial e o genocídio da juventude negra”, afirmou Almir Aguiar.

O plano foi construído a partir do diálogo com mais de seis mil jovens de todo o país e envolve a articulação de 18 ministérios. Ele está estruturado em 11 eixos transversais que abrangem áreas como justiça, segurança pública, educação, saúde, cultura e meio ambiente.

A programação do comitê continua nesta terça-feira, no auditório da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, da deputada federal Benedita da Silva, mesas de debate e a eleição da delegação de jovens negros que participará da 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (V Conapir).

Fonte: Contraf-CUT

A categoria bancária comemora a sanção do Projeto de Lei nº 1.246/2021, na última quarta-feira (23), pelo presidente Lula. A medida, de autoria da deputada federal Tábata Amaral, obriga reserva mínima de 30% de vagas para mulheres em conselhos de administração das empresas estatais, sejam 100% públicas, de economias mistas ou abertas, além de subsidiárias, controladas e outras companhias em que União, estados ou municípios detenham direta ou indiretamente a maior parte do capital com direito a voto. A nova lei também prevê reserva de vagas para mulheres negras e com deficiência.

A secretária da Mulher da Contraf-CUT e coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes, comemora o avanço institucional. "O reconhecimento de que uma política pública é um instrumento necessário para mudar a trajetória de desigualdade, que impôs às mulheres salários mais reduzidos e menor representatividade em cargos de liderança, reflete uma série de lutas dos movimentos sociais, incluindo o movimento sindical bancário", explica a dirigente. "Além disso, é uma medida que serve de referência para que empresas privadas também apliquem a cota", completa.

A nova lei também prevê que, dentro dos 30% de postos reservados às mulheres, 30% serão destinados exclusivamente às mulheres autodeclaradas negras ou com deficiência. Para que a medida tenha efeito, em nota, o Planalto explicou que o texto da lei "atribui a fiscalização do cumprimento mínimo aos órgãos de controle externo e interno das empresas públicas e sociedades de economia mista". A medida determina também que os conselhos de administração que infringirem o cumprimento das cotas serão impedidos de deliberar sobre quaisquer outras matérias.

Segundo dados apresentados pela ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, durante a solenidade para a sanção da nova lei, as estatais federais contam, atualmente, com 25% de mulheres à frente dos conselhos. Mas essa é a média, porque há conselhos com mais de 50% e outros com menos de 30% de representatividade.

"Então, essa lei é mais um passo para uma transformação muito maior que precisamos ter. A representatividade de mulheres no Congresso Brasileiro, por exemplo, hoje é inferior a 15%. Se considerarmos as 100 maiores companhias brasileiras listadas na Bolsa de Valores do Brasil, o percentual médio de mulheres em conselhos de administração é ainda menor: 10%", completou Fernanda Lopes.

Bancos públicos que já se destacam no cumprimento da lei

Atualmente, o Conselho de Administração do Banco do Brasil conta com a participação de mulheres em 50% das cadeiras. Mas a gestão da empresa pública, de capital misto, trabalha para ampliar a diversidade e garantia de paridade de gênero em todos os setores. Em julho de 2023, durante uma reunião com a CEBB, o BB anunciou a criação do Grupo Matricial da Diversidade, responsável pela implementação das ações para promoção da diversidade e igualdade de oportunidades. Entre as ações desse coletivo estão:

- Escuta ativa dos grupos BB Black Power, PCDs, BB Azul, Autistas no BB, Neuro divergentes, LGBTQIA+, Liderança Feminina, Mulher na TI;
- Estudo do diagnóstico da diversidade no BB e melhores práticas; e
- Auxílio na implementação de programas de ações afirmativas.

A Caixa é outro exemplo positivo entre as empresas públicas, também graças à atuação do movimento sindical que, em 2024, conquistou na Campanha Nacional a inclusão de um dispositivo no Estatuto Social do banco que obriga o banco a ter, no mínimo, 30% de mulheres em todos os cargos de função.

Fonte: Contraf-CUT

O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se reuniram nesta segunda-feira (28), na capital paulista, para a “Negociação Nacional Bancária sobre Novas Tecnologias, como a IA, e a Atividade Bancária”.

Com base em dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a coordenadora do Comando Nacional e também presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, destacou que 1 a cada 4 empregos serão impactados, em algum grau, pela Inteligência Artificial (IA) Generativa, sendo que a maioria dos postos de trabalho expostos à IA serão transformados, exigindo ações para a qualificação e requalificação de trabalhadores.

A pesquisa apontou ainda que as mulheres têm duas vezes mais chances de serem expostas à IA generativa e em postos de trabalho que tendem a desaparecer pelos avanços tecnológicos.

“Dados do próprio setor mostram que o uso de IA é intenso, por parte dos bancos, e está reduzindo os custos dessas empresas. Na Consulta Nacional dos Bancários 2025, que acabamos de realizar, maioria significativa dos trabalhadores apontaram que esses ganhos de produtividade, obtidos com os avanços tecnológicos, devem ser traduzidos em aumento salarial. Além desse pedido, nós, do Comando Nacional, cobramos que esses ganhos obtidos com a tecnologia também se traduzam com a redução da jornada para quatro dias de trabalho semanais, sem redução salarial”, ressaltou Juvandia Moreira.

A dirigente completou que a categoria também quer verificar em que medida a IA está sendo utilizada para controle dos trabalhadores, e como essas novas tecnologias podem estar vinculadas às questões de direitos por igualdade de oportunidades dentro das empresas, desumanizando os processos de contratação, ascensão e até demissão dos empregados

Em seguida, o presidente da Fetrafi-NE, Carlos Eduardo, apresentou à Fenaban, a proposta dos trabalhadores de instalação de uma mesa permanente para negociações sobre IA, a partir da qual, seriam debatidos os seguintes pontos:

1 – Informar e consultar os sindicatos sobre o desenvolvimento e a implementação de sistemas de IA que possam ter um impacto significativo nos funcionários dentro do sistema financeiro. Incluindo ainda estabelecimento de mesa de negociação por banco envolvendo as COEs.
2 - Pontos que devem ser negociados de forma imediata: fechamento de agências, cargos eliminados, por exemplo, de caixas, tesoureiro, gerente administrativo.
3 - Reconhecimento dos bancos que a IA tem o potencial de impactar os funcionários de várias maneiras, incluindo: mudanças nas funções e responsabilidades do trabalho; a necessidade de novas habilidades e treinamento; o potencial para deslocamento de empregos e mudanças nas condições de trabalho.
4 - Garantir em ACT que esses novos profissionais não sejam PJ ou terceirizados, ou seja, que o trabalho não seja precarizado.
5 - Negociação de um programa de requalificação e realocação, em se fazendo necessário, para que os bancários possam migrar para outras áreas. Estabelecer um apoio financeiro (indenização adicional) aos trabalhadores demitidos.
6 - Garantir que os sistemas de IA sejam desenvolvidos e usados de forma ética e responsável, em conformidade com as leis e regulamentos relevantes. Problemas nos “scores” que são definidos pela IA que discriminam socialmente os clientes e impactam no trabalho bancário.
7 - Proteger e privacidade e a segurança dos dados de funcionários e clientes.
8 - Garantir que os funcionários tenham o direito de contestar decisões tomadas por sistemas de IA.
9 - Os bancos e sindicatos concordam em estabelecer o “Observatório de Transformação Digital dos Bancários” num trabalho conjunto para monitorar a implementação deste acordo e para desenvolver orientação adicional sobre o uso da IA no trabalho bancário.
10 – Redução da jornada de trabalho para 4x3, sem redução salarial, para que os ganhos de produtividade dos bancos advindos da tecnologia sejam divididos com os trabalhadores.

“A tecnologia não tem que trazer apenas benefício para os bancos, mas também, e principalmente, para os trabalhadores e para a sociedade. Por isso, nós queremos participar ativamente do debate, sobre essas transformações, que estão relacionadas à criação de novas formas de trabalho que os bancários necessitam aprender”, reforçou o presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, Ramon Peres. “As IAs não precisam apenas estar ligadas aos lucros e aumento de produtividade no setor. Podem e devem nos trazer mais segurança e mais ferramentas que estejam ligadas à ética e à responsabilidade social das organizações”, completou.

A também coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, defendeu que “as revoluções tecnológicas devem ser usadas para o bem da sociedade em geral, e não para acabar com empregos e com o atendimento presencial à população”. Para isso, recorreu a um levantamento do Dieese, realizado a partir de pesquisa de tecnologia da própria Febraban: "Em 2024, só 2% das atividades bancários foram feitas nas agências, mas esses 2% representam R$ 3,6 bilhões do total de transações (de R$ 208,2 bilhões no ano), volume semelhante ao de anos anteriores. Ou seja, as agências continuam rendendo para os bancos, o que reforça a necessidade de se manter as unidades físicas e os postos de trabalho”, observou.

Resposta da Fenaban

Os porta-vozes da Fenaban concordaram em incluir os trabalhadores no debate sobre mudanças tecnológicas no setor e aceitaram a proposta de mesa permanente para discussões sobre IA. Além disso, solicitaram ao Comando uma proposta de calendário para os próximos encontros sobre o tema.

Programa Mais Mulheres na TI

Por fim, a Fenaban trouxe os dados do Programa Mais Mulheres na TI, conquistado pela categoria bancária na última renovação da CCT, onde ficou estabelecida 3.000 bolsas de estudos pela escola PrograMaria e 100 bolsas de estudos pela escola Laboratória, de cursos voltados à tecnologia da informação.

Os resultados do PrograMaria foram:

1ª Turma - Análise de dados/Meus primeiros passos em python, teve 9.729 inscrições para 1000 bolsas. Desse total, formaram-se 475 estudantes, sendo:
- 67% de pessoas pretas e pardas;
- 33% de pessoas da comunidade LGBTQIA+;
- 9,4% de pessoas trans;
- 29% mães e responsáveis;
- 40% de pessoas de zonas periféricas;
- 14,5% de pessoas com deficiência.

Em termos geográficos:
- 25% do Nordeste;
- 5% do Norte;
- 5% do Centro Oeste;
- 7,5% do Sul;
- 57,5% do Sudeste.

2ª Turma - Front-end/Minha primeira página web, que teve 4.600 inscritas para 1.000 bolsas.

Desta turma, com formatura prevista para esta semana:
- 56,56% são pessoas negras;
- 25,67% LGBTQIA+;
- 3,09% pessoas trans;
- 36,32% são mães ou responsáveis;
- 25,55% são pessoas de fora das regiões Sul e Sudeste.

3ª Turma - 500 bolsas (curso Front-end/Minha primeira página web):
- Início das inscrições previsto para 18 de outubro.

4ª Turma - 500 bolsas (curso Análise de dados/Meus primeiros passos em python):
- Início das inscrições previsto para 3 de dezembro.

Os resultados do Laboratória:

Curso mais intensivo, com duração de 20 semanas (5 meses):
- Turma 1: ativa e com término previsto para 1º de agosto, hoje com 40 alunas ativas.
- Turma 2: ativa e com término previsto para 17 de outubro, hoje com 50 alunas ativas.

Fonte: Contraf-CUT

Neste último domingo, 27 de julho, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, através da Coordenadora Geral, Renata Soeiro, e da Diretora Solange Ribeiro, participou da 11ª Marcha das Mulheres Negras, em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Milhares de pessoas estiveram reunidas para o evento que teve como tema "Mulheres negras rumo à Brasília: contra o racismo, por justiça e o bem viver".

O movimento aconteceu no dia em que a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, completaria 46 anos. E contou com a presença de familiares da parlamentar, entre elas a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Lideranças de movimentos sociais, também marcaram presença.

“Marchamos, juntas, para dar às mulheres negras o lugar de destaque que elas merecem. Por reparação, bem viver, e por todas que vieram antes de nós. E, também, pela ancestralidade que continua nos guiando”, comentou Renata Soeiro.

Durante a caminhada, diversas mulheres negras que fizeram parte da história ou foram figuras importantes, foram homenageadas. Como a cantora Preta Gil, que morreu no último domingo (20) aos 50 anos.

A marcha também contou com apresentações culturais e manifestações artísticas.

Você já ouviu falar em meta atuarial, mas ainda tem dúvidas sobre como ela afeta seus benefícios, a rentabilidade dos investimentos ou o equilíbrio dos planos da Funcef? A campanha A Meta em Seu Benefício, realizada pela Fenae, Contraf-CUT e Anapar vai sanar suas dúvidas. Afinal, foi criada justamente para isso! Traduzir o assunto, explicar os impactos e defender os seus direitos como participante dos planos da Fundação.

Nos últimos meses, diversos conteúdos foram divulgados para explicar o que é a meta atuarial, como ela entra no cálculo do benefício, como a alteração desta taxa impacta ativos e aposentados e quais as consequências caso ela não seja alcançada.

Neste tira-dúvidas, reunimos as principais perguntas e respostas publicadas nos canais oficiais da campanha. A ideia é ajudar você a entender de vez esse assunto que, embora técnico, tem tudo a ver com o seu futuro.

Todo o conteúdo também está disponível aqui. Clique e acesse.

Ainda tem alguma dúvida? Fale com a gente! Envie sua pergunta para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo WhatsApp: (61) 98142-8428.

Nosso compromisso é com a transparência e o seu direito à informação sobre seus benefícios. Acesse o site da campanha e saiba mais!

Fonte: Contraf-CUT

Um homem de 58 anos foi condenado nesta semana a 2 anos e 10 meses de prisão por crime de racismo, em Tijucas, região da Grande Florianópolis (SC). A pena deverá ser cumprida em regime aberto. O réu ainda pode recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça e seguirá em liberdade enquanto aguarda o julgamento do recurso.

O crime ocorreu no final de 2023, dentro de uma agência bancária da cidade, e foi registrado pelas câmeras de segurança do local. As imagens mostram que o homem tentou entrar na agência, mas foi barrado na porta giratória por portar objetos metálicos, como um celular e um molho de chaves. O vigilante Eric Santana dos Santos, de 47 anos, seguiu o protocolo e orientou o cliente a colocar os itens em uma gaveta coletora transparente, procedimento padrão.

A reação do cliente, no entanto, foi agressiva. Ele começou a insultar um funcionário que auxiliava no autoatendimento e, em seguida, voltou-se contra o vigilante com ofensas verbais. Antes de sair do local, ainda fez gestos obscenos e imitava sons e movimentos de um macaco, em clara atitude racista.

Eric, que atua como vigilante há uma década, conseguiu anotar a placa do veículo do agressor, o que permitiu sua identificação. Com apoio das imagens e de testemunhas, ele procurou a Polícia Civil e registrou a ocorrência. O nome do agressor não foi divulgado, pois o processo corre sob segredo de Justiça.

Para o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, o caso evidencia o racismo estrutural que ainda impera nas relações sociais e no ambiente de trabalho. "As estatísticas têm mostrado o quanto uma grande parcela da sociedade e instituições são racistas e cruéis com a maioria da população brasileira, que são os pobres e negros. Em pleno século XXI, por mais que se aprofunde o debate sobre as questões raciais no Brasil, seguimos sofrendo ataques constantes e diários. São necessárias políticas mais severas para conter atitudes como o crime cometido contra esse vigilante, em Florianópolis", afirmou.

A condenação se baseia na Lei 14.532/23, que equipara a injúria racial ao crime de racismo, com penas mais rígidas. Apesar disso, Almir destaca que ainda há lacunas importantes a serem preenchidas, especialmente no setor financeiro. "Debatemos com a Fenaban, na última negociação sobre igualdade de oportunidades, a criação de um protocolo de procedimentos em casos de racismo no sistema financeiro, tanto contra bancários como contra trabalhadores negros, como os que atuam na área de limpeza e vigilância", pontuou o dirigente.

A Contraf-CUT reforça a importância de que vítimas de racismo procurem apoio e denunciem. “Somente com o enfrentamento direto e coletivo será possível combater o preconceito e construir ambientes mais justos e igualitários”, finalizou Almir.

Fonte: Contraf-CUT

Os conselheiros eleitos do Instituto Economus divulgaram um documento público cobrando avanços no processo de isonomia de direitos entre trabalhadores oriundos de bancos incorporados pelo Banco do Brasil, como o antigo Banco Nossa Caixa, e os demais empregados do banco público, tanto da ativa quanto aposentados.

A discussão sobre a isonomia se arrasta há mais de 15 anos, desde a incorporação do Banco Nossa Caixa pelo BB, e ganhou novo impulso com a conquista da Campanha Nacional dos Bancários 2024, que estabeleceu o prazo de 31 de julho para que o Banco do Brasil apresente uma proposta concreta sobre questões ligadas à previdência e saúde dos bancários incorporados.

O documento reforça que a busca pela isonomia — por meio da adesão à Cassi e à Previ, da inclusão da participação do banco no pós-laboral e da implementação da nova tabela PIP — representa uma demanda legítima e alinhada aos princípios constitucionais da igualdade. Para os conselheiros, é essencial que o BB trate de forma equitativa todos os seus funcionários, sem distinções baseadas na origem bancária.

A coordenadora da Comissão de Empresa das Funcionárias e dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes, reforça a cobrança por parte das representações sindicais. “Nos somamos aos conselheiros eleitos do Economus nessa luta que já dura mais de uma década. É inaceitável que ainda existam trabalhadores com direitos distintos dentro de uma mesma empresa pública. A isonomia não é apenas uma reivindicação histórica dos colegas incorporados, mas uma questão de justiça. Cobramos que o Banco do Brasil honre o compromisso assumido na mesa de negociação da Campanha Nacional 2024 e apresente, até o fim deste mês, uma proposta que contemple de forma efetiva as reivindicações desses bancários e bancárias.”

O posicionamento dos conselheiros eleitos do Economus também destaca a necessidade de uma análise técnica da proposta a ser apresentada, de forma que ela assegure a sustentabilidade da previdência e da assistência médica para os trabalhadores incorporados, sem comprometer os direitos já consolidados dos demais.

O documento ainda alerta que as diferenças de tratamento geram distorções que afetam tanto os direitos individuais quanto a coesão do corpo funcional do BB. Os conselheiros cobram uma postura transparente, responsável e célere por parte do banco, que demonstre real comprometimento com a igualdade de direitos entre todos os seus funcionários.

Por fim, os conselheiros convocam todos os trabalhadores e trabalhadoras do Banco do Brasil, independentemente da origem — seja do BB, Banco Nossa Caixa, BESC ou BEP — a se unirem em torno da luta por isonomia plena, reafirmando que o diálogo e a solidariedade são fundamentais para a construção de um futuro mais justo e equilibrado para toda a categoria.

Fonte: Contraf-CUT