Maio 16, 2025
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Muitos trabalhadores não sabem, mas uma palavrinha chata chamada ultratividade tem muito a ver com a vida deles. É ela que garante que a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), vales alimentação e refeição, auxílio-creche, adicional por tempo de serviço e todos os diretos definidos na Convenção e/ou no Acordo Coletivo de Trabalho não sejam retirados dos trabalhadores quando estes instrumentos perdem a vigência.

“Como a reforma trabalhista feita pelo governo Temer acabou com a ultratividade e o governo Bolsonaro vetou o trecho da Lei, aprovada pelo Congresso Nacional, que garantia a ultratividade durante a pandemia de Covid-19, todos os direitos previstos nas CCTs e nos ACTs são suspensos”, explicou o advogado trabalhista Jefferson Martins de Oliveira, que presta assessoria jurídica para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

O veto de Bolsonaro citado pelo advogado foi sobre o inciso IV do artigo 17 da Lei 14.020/2020, que dizia durante o estado de calamidade pública, “as cláusulas das convenções coletivas ou dos acordos coletivos de trabalho vencidos ou vincendos, salvo as que dispuserem sobre reajuste salarial e sua repercussão nas demais cláusulas de natureza econômica, permanecerão integrando os contratos individuais de trabalho, no limite temporal do estado de calamidade pública, e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva”.

Fim dos direitos

Um exemplo é a CCT e os ACTs dos bancários, que vencem no final do mês de agosto. Caso as negociações em andamento entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não sejam concluídas até o dia 31 de agosto, bancários e bancárias entram em setembro sem todos os direitos previstos na convenção e nos acordos coletivos da categoria. Os bancos poderão, por exemplo, deixar de pagar os vales alimentação e refeição e até a PLR.

“Muitos bancários não conseguem se ver sem os chamados ‘benefícios’, mas a maioria deles foi conquistada graças às negociações coletivas do movimento sindical. Se não houver acordo até o final deste mês e os bancos não garantirem a ultratividade, de um dia para o outro, a categoria pode perder direitos históricos, obtidos após décadas de negociações coletivas”, destacou a mestre em Desenvolvimento Econômico (IE-Unicamp), Bárbara Vallejos, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Desde o início da pandemia no país, pedimos para que os bancos garantissem a ultratividade da nossa CCT e acordos coletivos. Mas, eles estão com a faca e o queijo nas mãos após a eleição de um Congresso Nacional retrógrado, formado em sua maioria por representantes do empresariado, e de um governo que não tem qualquer compromisso com a manutenção dos direitos dos trabalhadores”, disse a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Mobilização da categoria

“Nossas negociações começam nesta terça-feira (4). Vamos continuar cobrando que os bancos garantam a ultratividade e acelerar o ritmo das negociações, mas precisamos que as bancárias e os bancários se mobilizem e participem das atividades da Campanha Nacional. Sabemos que os bancos têm condições de atender todas as nossas reivindicações, mas somente com muita pressão e a participação da categoria vamos conseguir arrancar alguma coisa dos bancos”, observou a presidenta da Contraf-CUT ao explicar que, devido ao necessário isolamento social, a maioria das atividades sindicais serão realizadas pelas redes sociais.

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, também coordenadora do Comando Nacional da categoria, ressalta a necessidade de participação dos trabalhadores.

“Sabemos que muitos bancários temem represálias em caso de participação nas atividades dos sindicatos. Mas, estamos vivendo uma nova realidade na qual o engajamento da categoria é fundamental. Temos certeza que os trabalhadores usarão sua criatividade para, mais uma vez, se unir à nossa campanha para, juntos, mantermos nossos direitos e termos nossas reivindicações atendidas”, disse.

Fonte: Contraf-CUT

Na reunião desta sexta-feira do Comando Nacional dos Bancári@s foi anunciada a substituição na coordenação da Comissão Executiva (CEE) dos Empregados da Caixa Econômica Federal. Dionísio Reis, diretor do Sindicato dos Bancári@s de São Paulo, Osasco e Região, anunciou sua saída da coordenação, que será ocupado pela diretora do Sindicato dos bancári@s de Brasília, Fabiana Uehara Proscholdt.

“A gente acompanha esse trabalho desde 2016, no momento do golpe. Precisamos inventar uma nova forma de fazer a executiva dos empregados, de cobrar e garantir os direitos dos empregados. Tenho muito orgulho de ter participado desse momento e de ter moldado os trilhos que permitem fazermos uma série de discussões atualmente. Agradeço à coordenação, à Juvandia Moreira (presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Setor Financeiro – Contraf-CUT e da coordenação do Comando Nacional) e à Ivone Silva (presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e também da coordenação do Comando Nacional) pelo aprendizado”, disse Dionísio que coordenou a CEE da Caixa por quatro anos, mas permanece com integrante da comissão.

“É uma baita responsabilidade e eu agradeço a confiança que foi depositada em mim pela Juvandia , pela Ivone , pelo Sindicato dos Bancári@s de Brasília e por todos os colegas. Já acompanho o Dionísio há um tempo. Ele fez um trabalho fantástico enquanto coordenador. Vale ressaltar que vamos continuar trabalhando juntos. Nosso foco sempre é defender os trabalhadores da Caixa, seus direitos e o próprio banco enquanto empresa 100% pública. Temos uma Campanha Nacional pela frente e espero contar com todos os colegas da Caixa unidos e mobilizados”, declarou Fabiana.

Fonte: Contraf-CUT

O Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil entregaram, na tarde desta sexta-feira (31), a minuta de reivindicações para o Acordo Coletivo de Trabalho dos funcionários do BB. As reivindicações foram definidas no 31º Congresso dos Funcionários do banco, realizado no dia 12 deste mês. A entrega ocorreu logo após a reunião que definiu o calendário das negociações sobre a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria bancária.

“Mesmo com o isolamento social, conseguimos debater amplamente a minuta em reuniões virtuais nos diferentes âmbitos e, depois, durante nosso 31º Congresso Nacional. Ela carrega os anseios dos funcionários, que estão mobilizados para as negociações e para a defesa dos seus direitos e empregos”, afirmou o coordenador da CEBB, João Fukunaga.

A luta contra a privatização, com a defesa do caráter público do BB; a manutenção da mesa única de negociações com a Fenaban; a manutenção dos direitos dos funcionários; e a regulação do teletrabalho estão entre as principais reivindicações da minuta específica dos funcionários do BB.

Importância do banco

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional, também destacou a importância da definição da pauta no 31º Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil. “Essa pauta foi feita pelos funcionários do Banco do Brasil, que é importantíssimo para o desenvolvimento social e econômico do país e para garantir o atendimento bancário em vários municípios onde não existem outros bancos”, disse.

Já a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, também coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, destacou a importância da presença do BB na mesa única de negociações e a defesa do caráter público do banco.

“A participação da direção do banco na mesa única é algo que ocorre ao longo de muitos anos, desde 2003. Vocês sabem bem nossa defesa dos bancos públicos que está na minuta entregue hoje”, disse Juvandia Moreira.

A primeira reunião de negociações com o Banco do Brasil foi agendada para o dia 5/8, às 14h. Estará em pauta a regulamentação sobre teletrabalho.

Fonte: Contraf-CUT

  • Bradesco anuncia que deve fechar mais de 400 agências este ano
  • Banco também informa suspensão do fornecimento de lanches
  • COE Bradesco cobra reunião
  • Além dos dois pontos, garantia do emprego está na pauta

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco reivindica a abertura de negociações sobre o fechamento de agências. Na quinta-feira (30), reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico, com o título “Bradesco deve fechar mais de 400 agências este ano”, traz uma afirmação do presidente do banco, Octávio de Lazari, de que o ajuste na estrutura física do banco vai continuar de forma intensa em 2020 e 2021.

De acordo com o executivo, o fechamento de agências deve se intensificar no segundo semestre deste ano, em meio ao planejamento dos modelos de atendimento da instituição financeira.

Segundo o texto, foram 414 fechamentos nos últimos 12 meses. “A gente deve fechar mais de 400 ou transformar em unidades de negócios neste ano”, afirmou Lazari. “Em redução de quadro de funcionários, não temos planos. Tem um turnover natural, mas o compromisso de não demitir”.

“O Bradesco vem anunciando constantemente o fechamento de agências, que ultrapassa o número informado em 2019. Isso em plena pandemia, o que vem causando pânico e insegurança aos trabalhadores, num momento tão difícil”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora do COE Bradesco.

Fornecimento de lanches

Os representantes dos trabalhadores vão cobrar também a revogação da suspensão do fornecimento de lanche a partir do dia 01/08 nos departamentos e agências, anunciado pelo Bradesco com a justificativa de desperdício. “Não concordamos com a suspensão, principalmente nas agências. Não houve nenhuma negociação, simplesmente fomos comunicados. Vamos solicitar uma reunião com o banco para tratar esses dois temas, além de outros pontos, como a garantia de emprego”, finalizou Magaly.

Fonte: Contraf-CUT

  • Empregados lançam carta aberta à população para defender Caixa 100% pública
  • Texto é assinado pela Contraf-CUT, pela Fenae e pela Cee/ Caixa
  • O documento está disponível para download no site da Contraf-CUT

Os empregados da Caixa Econômica Federal divulgaram nesta semana uma carta aberta à população para defender que o banco continue 100% público. O texto, assinado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), pela Federação Nacional das Pessoas pela Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e pelo Comitê de Defesa da Caixa, desempenha um papel de banco de pandemia de coronavírus e afirma que já foram oferecidos mais de 120 milhões de brasileiros em busca do auxílio emergencial, seguro desemprego e FGTS.

“Os funcionários da Caixa já atendem mais da metade da população brasileira, demonstrando ser imprescindível como banco público e primordial em sua ação social. Defender uma Caixa, como banco público, passa também pelo reconhecimento de seus empregados e pela defesa de melhores condições de trabalho ”, diz o documento.

Os funcionários criticam “como fragilidades” as ações do governo Bolsonaro no combate à covid-19 e ao enfrentar crises econômicas e enfatizam o papel do banco público nesse contexto.

“O que seria o país, nessa calamidade, seria uma caixa não mantida pública ao longo de tantos anos? Se seus empregados, ontem e hoje, ao lado das entidades que representam, não lutam para impedir a venda e a privatização da instituição? Quem, neste momento, está efetuando tão árdua tarefa? ”

O material pode ser lido aqui, está disponível para download na área de acesso restrito do site será enviado por comunicado aos sindicatos e federações.

Fonte: Contraf-CUT

Nesta sexta-feira, dia 31 de julho, representantes do Comando Nacional do Bancários se reuniram virtualmente com a Comissão de Negociação da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Foi a segunda reunião e, como previsto, foram definidos o calendário e as pautas temáticas que serão tratadas nas primeiras reuniões. Durante o mês de agosto, estão previstas 12 reuniões (consultar calendário ao fim da matéria).

Pela primeira vez, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense participou de uma mesa de negociação com a Fenaban. O Sindicato esteve representado pelo Coordenador Geral, Alcyon Costa. Um feito histórico, em termos de representatividade, para bancárias e bancários da Baixada Fluminense que tiveram um porta-voz de forma direta desta vez.

"O foco serão os dois temas centrais da Campanha Nacional deste ano: home office e emprego. A pandemia do Covid19 tem sobrecarregado bancárias e bancários. Devemos assegurar que empregos serão mantidos e nenhum direito ou conquista será perdida", analisou Alcyon.

A próxima reunião acontecerá na próxima terça-feira, dia 4, e vai discutir o teletrabalho ou home office. Na quinta, 06, o tema é emprego.

Após a reunião com a Fenaban, o Comando Nacional dos Bancários entregou aos representes do Banco do Brasil a minuta específica com as propostas dos empregados do banco. Os representantes receberam a minuta e prometeram analisá-la, sinalizando que estão abertos para iniciar as negociações.

Os representes da Caixa que estiveram ausentes na reunião passada, marcaram presença desta vez. Eles informaram que receberam a minuta da Caixa (por e-mail), que deveria ser entregue ao banco na reunião anterior. O Comando Nacional, porém, insistiu em fazer a entrega formal da minuta à Caixa.

 

 

Sindicatos de trabalhadores de vários países rejeitaram nesta quinta-feira (30) a indicação do ex-ministro Abraham Weintraub para um cargo na diretoria executiva do Banco Mundial. O nome de Weintraub foi confirmado por nota da instituição, divulgada na noite de ontem.

“O Sr. Weintraub deve assumir seu cargo na primeira semana de agosto e cumprirá o atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020, quando a posição será novamente aberta para eleição”, disse o Banco Mundial.

O secretário geral da Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), Ambet Yuson, dirigiu-se aos governos do Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad & Tobago. Expressou a preocupação e oposição dos filiados nesses países à indicação do governo brasileiro para liderar o grupo na instituição.

A ICM atua junto ao Banco em parceria com outras organizações sindicais internacionais. Busca melhorar o sistema de salvaguardas e riscos nos empréstimos para projetos de infraestrutura. Atua, em particular, em relação à segurança e saúde no trabalho, direito de organização sindical e negociação coletiva e formas de contratação.

Opositor da democracia

“Opositor manifesto da democracia, da cooperação, do diálogo, da liberdade de expressão e do multiculturalismo. O ex-ministro foi correndo e às escondidas. Com medo de ser preso por acusação de racismo e incitação ao ódio, foi ocupar o cargo bem remunerado que, por princípio ideológico, deveria rejeitar”, afirma o especialista em Relações Internacionais Nilton Freitas, representante Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) na América Latina e Caribe.

Os trabalhadores consideram que a atuação do ex-ministro do governo Bolsonaro vai trazer riscos de desagregação e geração de conflitos. E lembram que o representante brasileiro manifesta oposição aos valores e princípios da instituição. “Um código de ética fundado em princípios como integridade, respeito e trabalho em equipe deve, todavia, limitar esses riscos”, afirma Nilton Freitas.

Fonte: Rede Brasil Atual

  • Fórum discutiu impacto da pandemia nos países e efeitos do teletrabalho
  • Participaram representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe
  • Pandemia afeta bancári@s em três continentes
  • Nova coordenação do fórum foi escolhida nesta quinta-feira

Terminou nesta quinta-feira (30) o 3º Fórum da rede de sindicatos UNI Finanças da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O encontro discutiu a digitalização bancária, teletrabalho, futuro do trabalho na categoria e estratégia para o período pós-pandemia. O fórum reuniu representantes da Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Realizado por videoconferência, também elegeu a nova coordenação da UNI para os países de fala portuguesa.
O encontro avaliou a necessidade de as entidades sindicais bancárias da CPLP estreitarem relações diante do agravamento da crise sanitária e econômica mundial. Decidiu-se que as reuniões desse fórum serão mais frequentes.
“Estou vendo o impacto da pandemia na África. As pessoas já estão querendo voltar para os escritórios. Essa questão não é apenas africana, mas sim de todos”, afirmou a diretora regional da UNI Finanças África, Lebogang Keabetswe. Felipe Makengo, do Sindicato dos Bancários de Angola, deu um panorama da situação em seu país. “Angola vive uma crise economia desde o segundo semestre de 2014. Com o surgimento da pandemia e a queda do preço do petróleo, vivemos uma situação com perda de empregos e postos de trabalho. Até ontem, havia 48 casos de óbito em Angola. A introdução do teletrabalho tem criado dificuldades. Trabalhar em casa não é a mesma coisa que trabalhar no local de trabalho. Em Angola, temos bancos públicos com problemas. Um vai ser privatizado e outro, que tem 4 mil funcionários, anunciou a dispensa de 1.600 trabalhadores”, falou Makengo.


Brasil


Gustavo Tabatinga, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), falou sobre a situação da categoria no Brasil. “A gente entrou nesse período de pandemia com um pouco de surpresa porque o governo não divulgou as informações no tempo correto e incentivou que as pessoas fossem contaminadas pelo vírus. Os trabalhadores bancários se viram em uma situação emergencial e deveriam continuar atendendo ao público todos os dias de forma normal. Negociamos diversos acordos para minimizar os impactos da pandemia e colocamos quase 300 mil bancários em teletrabalho”. Gustavo também denunciou o Banco Santander, que, no Brasil, descumpriu o acordo firmado e demitiu trabalhadores durante o período da pandemia.
Quem também relatou a situação brasileira foi o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, que lembrou que o Brasil já acumula 90 mil mortes por causa da pandemia. “Tivemos 30 bancários mortos pela doença, entre eles, três dirigentes sindicais”, disse.
Anibal Borges, do Sindicato dos Bancários do Cabo Verde, explicou que seu país tem o turismo como base da economia. “Daí dá para fazer ideia de como está sendo o impacto na economia caboverdiana”, disse. Mais de 60% da categoria bancária foram para o teletrabalho e outro impacto foi o corte de metade dos salários diante das dificuldades econômicas. “O próprio setor empresarial está deixando de pagar essa parte restante dos salários por causa da crise econômica, revelou Anibal Borges.
Ramiro Zeca Simbe, diretor do Sindicato dos Bancários de Moçambique, falou sobre a situação no país. “O setor financeiro está em pleno movimento em nosso país. Mas temos muitos colegas que estão trabalhando de casa. Temos cinco colegas infectados, alguns em vias de recuperação”.
Fernando Trovoada, do Sindicato dos Bancários de São Tomé e Príncipe, contou como foi o impacto da pandemia em seu país, um arquipélago de 10 ilhas no Oceano Atlântico. “Somos um sindicato pequeno, com 400 associados. Com a pandemia, tivemos que trabalhar em períodos revezados, para não haver aglomeração. Por agora, as regras obrigatórias, como o uso de máscara, deixaram a população farta. Fartos com o confinamento, porque os africanos gostam de festas e quando o governo impõe regras, ficam fartos”.
As negociações também foram afetadas pelo isolamento social e exigiram inovações por parte dos sindicatos. Mário Mourão, do Sindicato do Norte de Portugal, falou sobre as mudanças que adotaram. “Mantemos contatos próximos em reuniões de videoconferência, para acompanhar como os bancos iriam cumprir as regras de combate à pandemia. Notamos algumas dificuldades em algumas agências para que as medidas de prevenção à Covid-19 chegassem o mais rapidamente possível”, afirmou. Fernando Pereira, do Sindicato dos Bancários do Centro de Portugal, falou na mesma linha. “O sindicato teve que se modernizar. Conseguimos a parceria com os sindicatos de bancários do Sul e do Norte em negociação coletiva para garantir os empregos”, relatou.

Mulheres

Guillermo Mateo, diretor regional da UNI Finanças América, destacou a situação das mulheres durante a pandemia. “Nossa responsabilidade é tornar visível a situação de violência e vulnerabilidade que as trabalhadoras sofrem durante a Covid-19. As mulheres são as maiores vítimas de um modelo machista que temos de combater. assumimos esse compromisso”, afirmou.
Ao final do encontro, foi escolhida a nova coordenação da Uni Finanças para a CPLO. O novo coordenador é o Aníbal Borges, de Cabo Verde, e o coordenador-adjunto, Ramiro Zeca Simbe, de Moçambique.

Declaração

Também foi aprovada uma declaração do fórum, cuja íntegra segue abaixo:

 

Queremos um mundo melhor pós pandemia!

 

Vivemos num mundo atingido por fenômenos que modificaram radicalmente e rapidamente as relações de trabalho, os direitos humanos e a vida dos trabalhadores e trabalhadoras.

A concentração de riquezas, o avanço tecnológico, a redução de direitos laborais, o desemprego estrutural e a exclusão das camadas mais pobres vêm criando uma distância muito grande entre as elites econômicas e o resto da população mundial.

A sociedade do emprego formal está declinando e no seu lugar surgem e imperam os serviços de plataformas e aplicativos.

O capitalismo ultraliberal, que desde a segunda metade do século passado cresceu alardeando o fim da intervenção do Estado na economia planetária, construiu lentamente as premissas para este modelo de sociedade excludente e exploradora.

Em nome da liberdade, os teóricos liberais afirmaram que tudo deve ser entregue à iniciativa privada: a água, a saúde, os recursos minerais, o meio ambiente, a educação, os transportes, a energia, as comunicações, o crédito para o desenvolvimento, pois, segundo eles, tudo é mercadoria. E diziam que quem iria ordenar as relações entre a oferta de bens e serviços e os consumidores seria a mão invisível do mercado. Quanto menos Estado, mais o país será rico e poderoso. Muitos acreditaram nestas narrativas.

Muitas leis foram aprovadas nos países para privatizar as empresas públicas e transferir o património do povo para uns poucos. Outras leis foram aprovadas para reduzir direitos dos trabalhadores supostamente para facilitar contratações e melhorar a concorrência entre empresas, mas que na verdade funcionaram para gerar um estoque barato de mão de obra.

Estruturaram ataques às organizações sociais e aos sindicatos para enfraquecer as resistências e a oposição aos projetos das elites.

Paralelamente a isso, uma grande guerra de realinhamento comercial mundial entrou no cenário, principalmente entre os Estados Unidos e a China, revitalizando as instabilidades políticas, econômicas e sociais nos países democraticamente mais frágeis.

Uma nova era neoliberal e de intolerância ressurgiu se impondo pela força e pela propaganda, trazendo de volta a sombra dos movimentos ultradireitistas fascistas e do militarismo.

A crise mundial COVID19 mostrou os engodos e as mentiras deste modelo de mundo desigual que a sociedade mundial vinha reproduzindo.

Sem o atendimento feito pelos Estados nacionais na pandemia, as pessoas teriam sido destruídas pelo vírus, pela fome e pela miséria.

Países fortemente liberais tiveram que dobrar-se e oferecer ajuda tanto para conter a pandemia quanto para evitar um desastre econômico e social causados pelo necessário isolamento social e desativação do comércio, indústria e serviços, bloqueando acesso a salários e rendas pelas famílias.

AS máscaras caíram e o mundo viu claramente que não são máquinas, insumos ou capital que produzem bens e serviços. São os trabalhadores. Isso foi importante para que se reflita sobre o mundo que virá.

O mundo que esperamos reconstruir após esta pandemia não poderá ser como era antes: desigual e sem esperanças.

Não queremos voltar a uma normalidade que explora os trabalhadores e trabalhadoras.

Queremos oferecer um mundo melhor às gerações futuras.

Vivemos uma rara oportunidade para elevar a qualidade de vida mundial erradicando a miséria, a fome, a exploração e o desemprego

Precisamos um mundo que tenha bancos públicos que ofereçam políticas anticíclicas para a sociedade prosperar.

E de bancos privados com responsabilidade social e respeito pelos nossos países.

Permaneceremos coerentes com os compromissos e objetivos que nortearam nossa organização desde o primeiro Fórum em Luanda, Angola.

Reafirmamos a necessidade de dar continuidade aos temas discutidos em São Paulo, Brasil no nosso 2º Fórum pertinentes à Comunicação, Informação, Formação e funcionamento da nossa estrutura.

O 3º Fórum se solidariza e homenageia a todos os trabalhadores e trabalhadoras que estiveram e ainda estão na linha de frente de apoio às populações atingidas pela pandemia –  com destaque aos das áreas da saúde –   e principalmente saúda aos trabalhadores e trabalhadoras bancárias pelos quais temos envidado esforços sindicais de defesa dos empregos, salários e direitos, pela sua coragem em não deixar faltar o essencial serviço bancário de apoio às economias.

O 3º Fórum lamenta as mortes de trabalhadores e trabalhadoras de todos os países na crise COVID19 e se solidariza com as suas famílias.

Por eles e por todos nós, continuaremos caminhando em direção à construção de um mundo fraterno, igualitário e justo.

Só a luta nos garante!

Uni Finanças
Uni FinançasAméricas
Uni Finanças África
Uni Finanças Europa
Angola – Sindicato Nacional dos Empregados Bancários de Angola – SNEBA
Brasil – Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro – CONTRAF CUT
Cabo Verde – Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Financeiras – STIF
Moçambique – Sindicato Nacional dos Empregados Bancários – SNEB
Portugal – Sindicato dos Bancários do Centro – SBC
Portugal – Sindicato dos Bancários do Norte – SBN
Portugal – Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas – SBSI
São Tomé e Príncipe – Sindicato dos Trabalhadores Bancários e Parabancários de São Tomé e Príncipe – STBPSTP

Fonte: Contraf-CUT

  • Bradesco lucra 7,626 bilhões no 1º semestre de 2020
  • O número representa queda de 40%, em relação ao mesmo período de 2019
  • Porém, se comparado ao 1º trimestre deste ano, houve crescimento de 3,2%
  • Banco reduziu 2.411 postos de trabalho em doze meses
  • 414 agências foram fechadas no período

O Bradesco lucrou R$ 7,626 bilhões no 1º semestre de 2020, queda de 40%, em relação ao mesmo período de 2019 e crescimento de 3,2% comparado ao 1º trimestre de 2020 (o lucro do 2º trimestre foi de R$ 3,873 bilhões).

De acordo com análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base nos dados relatório apresentado pelo banco na manhã desta quinta-feira (30), a holding encerrou o 1º semestre de 2020 com 96.787 empregados, com redução de 2.411 postos de trabalho em doze meses e foram fechadas 414 agências no período. Apenas no 2º trimestre, período afetado pela pandemia do COVID-19, foram fechados 447 postos de trabalho e 233 agências, apesar do compromisso assumido pelo banco de não demissão enquanto durar a pandemia.

“O compromisso do banco era preservar os empregos, com oportunidades para que os funcionários fossem reaproveitados neste novo modelo. Além da saúde e de preservar a vida, nossa prioridade é garantir o emprego dos funcionários. O balanço demonstra que mesmo em crise o setor continua tendo crescimento e lucro”, lembrou Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado –ROE) ficou em 11,8%, com redução de 8,8 pontos percentuais em doze meses. De acordo com o relatório do banco, as reduções do lucro líquido no período estão relacionadas, principalmente, às maiores despesas com PDD, que foram impactadas pelo reforço de provisão de R$ 3,8 bilhões, em consequência do cenário econômico adverso. No trimestre, porém, o desempenho resultou de redução de 2,5% nos custos em relação ao trimestre anterior e ao crescimento da margem financeira.

Um item com forte impacto nos resultados da instituição foi a conta de impostos e contribuições, que passou de uma despesa de, aproximadamente, R$ 3,8 bilhões para uma receita de R$ 16,7 bilhões, devido à entrada de créditos tributários, revertendo o resultado negativo antes dos impostos, de R$ 9,7 bilhões.

A carteira de crédito expandida do banco apresentou alta de 14,9% em doze meses e 0,9% no trimestre, atingindo R$ 661,1 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 12,3% em doze meses, chegando a R$ 236 bilhões. Os destaques no segmento foram o crédito pessoal (+22,1%), financiamento imobiliário (+18,8%), o crédito rural (+18,0%) e o crédito consignado (+14,2%). Já as operações com pessoas jurídicas (PJ) alcançaram R$ 425,1 bilhões, com crescimento de 16,4% em doze meses. O segmento de grandes empresas cresceu 18,2%, enquanto a carteira de Micro, Pequenas e Médias Empresas, cresceu 11,7%. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias caiu 0,2 pontos percentuais em doze meses e ficou em 3%. As despesas com devedores duvidosos (PDD), por sua vez, subiram 46,6%, totalizando R$ 15,5 bilhões, em função da perspectiva do banco frente ao cenário econômico atual.

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias caiu 1,1% em doze meses, totalizando R$ 12,9 bilhões. As despesas de pessoal, incluindo a PLR, também caíram no período (-4,6%) atingindo R$ 10,2 bilhões. De acordo com o relatório, esse resultado das despesas de pessoal reflete “benefícios com o plano de desligamento voluntário (PDV) de 2019”, e, no trimestre, à queda na despesa com PLR, em função da queda no lucro. Assim, a cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco, no período, foi de 127,1%.

Fonte: Contraf-CUT

  • Santander lucrou R$ 5,989 bilhões no 1º Semestre de 2020;
  • Resultado poderia ser ainda maior se o banco não tivesse aumentado em 63% as provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD);
  • Rentabilidade anual foi de 17,1%;
  • Brasil é responsável por 32% do lucro mundial do banco;
  • Mesmo com o expressivo resultado, banco reduziu seu quadro de pessoal em 844 postos de trabalho nos últimos três meses.

O banco Santander obteve um Lucro Líquido Gerencial de R$ 5,989 bilhões no 1º semestre de 2020, mesmo após ter realizado uma provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD) de R$ 10,4 bilhões. O secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mario Raia, chamou a atenção para o resultado com expressivo lucro. “Não podemos deixar de observar que, apesar de o banco ter dito que houve queda de crescimento, não foi registrado prejuízo, mas sim um lucro de quase R$ 6 bilhões. E também é preciso ressaltar que a base de comparação é o resultado obtido em 2019, quando o banco registrou números astronomicamente altos”, disse.

O dirigente observou que a queda de 15,9% do lucro no primeiro semestre registrado pelo banco, seria uma alta de 8,8%, ao ser excluído o efeito da provisão extraordinária e elevaria o lucro para R$ 7,749 bilhões, de acordo com análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base nos dados relatório apresentado pelo banco na manhã de quarta-feira (29).

Os valores das despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) cresceram 63%. Segundo o banco, essa alta na PDD é decorrente de uma despesa de provisão extraordinária de R$ 3,2 bilhões no trimestre.

No primeiro trimestre de 2020 o banco já havia registrado lucro líquido gerencial de R$ 3,85 bilhões, crescimento de 10,5% na comparação com o mesmo período de 2019.

Análise cuidadosa

“Os números do balanço do primeiro semestre, apresentados pelo banco na quarta-feira, precisam ser analisados com muito cuidado. E não podemos deixar de destacar que houve crescimento de 63% da PDD, mesmo tendo sido registrado um índice de inadimplência (superior a 90 dias) de apenas 2,4%, que, aliás, vem caindo”, observou o dirigente da Contraf-CUT, que é funcionário do Santander. A queda da inadimplência citada foi de 0,6% pontos percentuais em 12 meses.

“Ou seja, houve queda de crescimento, mas essa queda se deu devido à reserva de recursos feita pelo banco para um possível calote que, na verdade, vem se reduzindo. Todo esse montante continua nos cofres do banco e podem ser resgados futuramente”, completou.

País das maravilhas

Para Mario Raia, outra variável que mostra que o Santander Brasil não tem do que reclamar é rentabilidade obtida pelo banco. O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) ficou em 17,1%. Excluindo-se o efeito da PDD adicional, a rentabilidade ficaria em 22,1%.

Outro dado do balanço do banco destacado pelo secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT é que o lucro obtido no Brasil representou 32% do lucro global do Santander, que foi de € 1,908 bilhão (queda de 48% em relação ao 1º semestre de 2019, em Euros constantes). O resultado global foi fortemente impactado pela pandemia da Covid-19 no mundo e a deterioração do cenário econômico decorrente desta.

“O Brasil é o país no qual o Santander obtém a maior fatia de seu lucro. Não dá para admitir que o banco obtenha 32% de todo seu lucro mundial aqui e vá para a imprensa dizer que as demissões que está realizando se dão em função do baixo desempenho das pessoas. Isso é inconcebível”, criticou o dirigente da Contraf-CUT. “E ainda não quer que se fale em metas abusivas?”, completou.

Além das demissões, Mario Raia enumerou outras questões que afetam apenas os funcionários brasileiros do banco. “Para o Santander, o Brasil é ‘país das maravilhas’. Mas, para os funcionários brasileiros, o banco age como se fosse a rainha má. Em nenhum outros país, o banco demitiu durante o período de pandemia. Aqui sim. Nos outros países, as horas não trabalhadas no período da pandemia são abonadas por serem consideradas como questão de saúde pública, aqui, o banco criou banco de horas negativas para aqueles que não puderam trabalhar. Nos outros países, o banco não cobra tarifas por serviços bancários de seus funcionários, aqui temos que pagar. É o novo colonialismo implantado pelo banco espanhol”, afirmou, Mario Raia.

Com a cobrança pela prestação de serviços e tarifas bancárias o Santander obteve uma receita de R$ 8,584 bilhões. Isso é 87,2% maior do que toda a despesa que o banco tem com seus funcionários, que somou R$ 4,585 bilhões no período.

#SantanderRespeiteOBrasil

A Coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani, chama a atenção sobre o fechamento de postos de trabalho promovido pelo banco em plena pandemia. A holding encerrou o 1º semestre com 46.348 empregados, com fechamento de 2.564 postos de trabalho em doze meses, sendo 844 apenas no segundo trimestre, durante o período de pandemia de Covid-19 no país. Da mesma forma, foram fechadas 93 agências em doze meses, sendo 50, entre março e junho de 2020.

“O banco promove uma verdadeira demissão em massa, mesmo após ter assumido o compromisso de que não promoveria nenhuma demissão durante o período de crise causado pela pandemia. É por isso que temos denunciado e vamos continuar denunciando essa falta de compromisso do banco com o país e com os brasileiros. Como os clientes podem confiar em uma instituição que deixa de honrar compromissos assumidos?”, questionou Rosani.

Veja abaixo a tabela resumo do balanço, ou, se preferir, leia a íntegra da análise feita pelo Dieese.

Fonte: Contraf-CUT