Maio 13, 2025
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Dados do Atlas da Violência 2020 apontam que a forte concentração dos índices de violência letal na população negra é uma das principais expressões das desigualdades raciais existentes no Brasil. Produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o estudo mostra que os jovens negros são as principais vítimas de homicídios no país e que as taxas de mortes de negros apresentam crescimento acentuado ao longo dos anos. Entre os brancos os índices de mortalidade são muito menores e, em muitos casos, apresentam redução.

Para o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, trata-se de um verdadeiro genocídio contra o povo negro, respaldado pelo Estado. “O aparato policial do Estado é o que mais mata! Esta política deve ser combatida!”, disse.

Em 2018, 75,7% das vítimas de homicídios eram negras (soma de pretos e pardos), uma taxa de homicídios de 37,8/100 mil habitantes. Entre os não negros (soma de brancos, amarelos e indígenas) a taxa naquele ano foi de 13,9/100 mil habitantes. “Esse dado mostra que para cada pessoa não negra assassinada, ocorreram 2,7 homicídios de negros. Ou seja, ocorrem quase três vezes mais homicídios de negros do que de brancos em nosso país”, disse indignado o dirigente da Contraf-CUT.

#VidasNegrasImportam

“Os indicadores sociais da violência indicam o aprofundamento das desigualdades raciais. Isso é facilmente perceptível quando observamos que a redução da taxa de homicídios se concentrou entre a população não negra. Entre os negros houve aumento”, ressaltou Almir.

Os dados do Mapa da Violência 2020 indicam que, entre 2008 e 2018, as taxas de homicídio apresentaram um aumento de 11,5% para os negros, enquanto para os não negros houve uma diminuição de 12,9%.

“Mas, não podemos deixar de lembrar que o racismo no Brasil é estrutural, está presente em toda a estrutura social. E, assim como ocorre no quesito violência, quando falamos sobre mercado de trabalho o negro também sofre discriminação”, completou o dirigente da Contraf-CUT. “Aos negros e negras são destinados os cargos de menor importância e salários e são ceifadas todas as possibilidades de ascensão profissional”, concluiu.

Consciência Negra

Na sexta-feira, 20 de novembro, a Contraf-CUT, sindicatos e federações de trabalhadores do ramo financeiro de todo o país se somam às atividades do Dia da Consciência Negra e a partir das 12h, realizarão uma manifestação pelas redes sociais com a hashtag #VidasNegrasImportam.

“Vamos utilizar o Twitter para denunciar a discriminação racial, que pune a população negra, com a violência, a discrimina no mercado de trabalho e em toda a estrutura da sociedade. Não podemos mais tolerar o racismo!”, disse Almir.

Fonte: Contraf-CUT

Depois de cobrança da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, a direção do banco fez uma nova apresentação das propostas para um acordo sobre teletrabalho, ponto eletrônico e acordo de quitação do espelho do ponto. O acordo deve regular o teletrabalho para entorno de 35 mil a 38 mil funcionários. Porém, ainda não foi apreciado por todos os trabalhadores, devido a dúvidas geradas na apresentação realizada em 28 de outubro para a COE. Além dos membros da COE, participaram do encontro os presidentes dos sindicatos e das federações de todo o Brasil.

A reunião começou com o tema que tem gerado mais dúvidas: o controle da jornada de trabalho com ponto eletrônico. O Itaú explicou como será feito todo o processo, que deve abranger cerca de 57 mil funcionários. O projeto piloto está sendo testado desde 2019, com mil bancários, inicialmente da aérea de tecnologia e algumas agências de São Paulo, e se expandiu para outras áreas.

Além do controle mensal do registro de ponto diário, os funcionários poderão acessar um termo de quitação de suas horas semestralmente e terão a possibilidade de concordarem ou não. Caso não haja concordância o funcionário deve procurar os sindicatos e abrir um chamado na Central de Pessoas. Os sindicatos acompanharão todo o processo para garantir que não haja irregularidades. Importante ressaltar que a quitação é opcional e se refere somente à jornada trabalhada, não impedindo nenhuma outra reclamação trabalhista. O banco também informou que as entidades se comunicarão com os funcionários através do e-mail corporativo da empresa.

Home Office

O banco reafirmou também que irá pagar uma ajuda de custo de R$ 80,00 por mês. O pagamento será feito em duas parcelas semestrais de R$ 480,00 cada. O Itaú garantiu ainda que irá respeitar os intervalos para refeição e os períodos de descanso. Serão mantidos, integralmente, os vales refeição e alimentação. O vale transporte vai ser pago proporcionalmente, para os dias em que o funcionário fizer o trabalho presencial, no local de trabalho. O banco vai fornecer o computador para o trabalhado em home office, além do que batizou de Kit conforto, que compõe teclado, mouse e cadeira ergométrica.

“A reunião foi muito boa para esclarecer as dúvidas que os dirigentes sindicais colheram na base. Agora, cada entidade voltará à sua base para fazer o debate no âmbito da sua diretoria e se posicionar quanto ao acordo”, afirmou Jair Alves, coordenador da COE do Itaú.

Fonte: Contraf-CUT

Se você ainda não assinou o abaixo-assinado pela aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDC 956/18), da deputada Erika Kokay (PT-DF), que susta os efeitos da CGPAR 23, ainda dá tempo. Para assinar a petição online, clique aqui. Segundo os organizadores da mobilização, a intenção é atingir 50 mil assinaturas para o documento que será encaminhado aos deputados federais. Divulgue em suas redes e fortaleça a luta contra o desmonte dos planos de saúde de autogestão.

A iniciativa visa pressionar o presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ), a pautar a votação dessa matéria. O PDC de Erika Kokay já venceu importantes etapas. Foi aprovado em duas das mais importantes comissões temáticas da Casa Legislativa: Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) e Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC). Falta, agora, ser votado em plenário para concluir o seu ciclo de tramitação.

O PDC 956/18 propõe a sustação dos efeitos da resolução 23 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração da Participações Societárias da União (CGPAR) por considerá-la inconstitucional e ferir diversos dispositivos legais nas esferas da saúde suplementar e trabalhista.

A resolução impõe séria restrições à destinação de recursos das empresas com a assistência à saúde dos empregados e que algumas empresas já começam a implantar, transferindo, em pouco tempo, todos os custos de tratamentos de saúde aos titulares.

O objetivo desse dispositivo é abrir para as operadoras privadas um novo nicho de mercado, representado pelos milhares de empregados e seus dependentes, como forma de reequilibrar as finanças das empresas que exploram comercialmente os serviços de saúde coletiva, visando a obtenção do lucro. Caso esse modelo seja adotado, a Associação Nacional dos Participantes de Previdência Complementar e Autogestão em Saúde (Anapar) alerta que nem todos os atuais participantes terão condições de migrar para planos de saúde privados.

O abaixo-assinado é fruto da articulação de entidades representativas de participantes de planos de autogestão, entre elas a Anapar, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), e Federação Única dos Petroleiros (FUP).

“Para fazer chegar este abaixo-assinado a todos os deputados federais, o apoio de todos é de suma importância. É momento de mostrar a força e unidade dos trabalhadores, da população e de setores da sociedade na resistência contra retrocessos”, destaca o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.

Fonte: Fenae

A saúde financeira do sistema bancário parece ter sido uma das poucas a não sofrer grandes abalos após oito meses de pandemia da covid-19 no país. A economia brasileira começou o ano com registro de “pibinho” por falta de ações do governo pela recuperação da economia. De março para cá, a situação só se agravou. O tombo previsto para o PIB no ano é superior a 5%. Empresas perderam negócios e trabalhadores perderam empregos. O desemprego explodiu, para mais de 14%. Com medo da inadimplência, os três maiores bancos do país aumentaram suas provisões. Por isso, o lucro líquido alcançado por Bradesco, Itaú e Santander entre janeiro e setembro deste ano foi de “apenas” R$ 34 bilhões. Apesar da saúde sólida, as demissões nos bancos não pararam de ocorrer.

Em março, os três haviam se comprometido, em negociações com os sindicatos da categoria, que não haveria demissões nos bancos durante a pandemia. A onda de contágios ainda não acabou, o país chega a 6 milhões de casos, as mortes em decorrência da covid-19 voltaram a rondar a casa do milhar por dia e já somam 164 mil vidas perdidas. Mas se a pandemia seguiu de pé, a palavra dos bancos, não.

Demissões nos bancos têm nome e rosto

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do governo, houve quase 13 mil demissões no sistema financeiro em nove meses. O Bradesco, sozinho, deixou sem trabalho 1.300 pessoas entre março e setembro, de acordo com os bancários. Uma das reações encontrada pelos sindicatos e a confederação nacional da categoria foi recorrer às redes sociais para denunciar o trio de bancos que agravou a situação da economia do Brasil.

Uma série de vídeos vem sendo divulgada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Gravadas por atores, as mensagens são baseadas em relatos de personagens reais, de funcionários que não podem se expor, tidos como exemplares por Bradesco, Itaú e Santander. Expressam o sentimento de traição dos bancos ao promover demissões de empregados que passaram anos cumprindo com suas obrigações. Postados no canal da entidade no YouTube, os testemunhos de ex-bancários dos três maiores bancos do país já tiveram mais de 52 mil visualizações.

 

Humanizar os números

“O sindicato quis mostrar com esses vídeos uma coisa mais humana. Quando a gente vê só os números, fica uma coisa muito fria. A gente quis, com atores, mostrar a história verdadeira dos bancários. Que se dedicam muito. Cumprem metas e mesmo assim são demitidos” A explicação é da presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva.

“A gente quis dar um rosto para essas demissões. São pais e mães de família. São pessoas de quem suas famílias dependem. Pessoas que profissionalmente se dedicaram muito e mesmo assim foram demitidas. E isso apesar de todos os lucros dos bancos.”

demissões nos bancos
Ivone: bancos precisam explicar contradições

De acordo com Ivone, o sindicato vem promovendo ações nas redes sociais e toda semana essas campanhas, que “atingem, sim, a imagem dos bancos”, aparecem entre os assuntos mais comentados. E os bancos são cobrados e acabam tendo de se explicar. “Isso porque a imagem dos bancos é aquela coisa de propaganda, olha, vem pra cá, nós estamos preocupados com sua saúde, somos seus parceiros. Parceiro nada. Estão colaborando para os péssimos números de demitidos na economia, apesar de seus lucros serem exorbitantes”, afirma a presidenta da entidade.

“A gente tem tido bastante retorno positivo. Gente falando ‘é isso mesmo!’ E os bancos têm de dar satisfações aos clientes, porque eles sentem a contradição entre a propaganda e a vida real”, observa. “As demissões afetam as condições do atendimento. Você passa nas agências e vê filas enormes. Principalmente no Bradesco, que tem feito muita propaganda, as pessoas estão vendo que as agências não condizem com as propagandas.”

demissões nos bancos
Manifestação de sindicato dos bancários na Avenida Paulista

Os bancários de todo o Brasil vão participar nesta terça-feira (17), às 11h, do tuitaço contra as demissões no Banco Bradesco. Os trabalhadores devem utilizar e divulgar as hashtags #QueVergonhaBradesco e #QuemLucraNãoDemite nos seus perfis nas redes sociais, preferencialmente no Twitter. A ação faz parte da campanha organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, que visa denunciar a quebra do compromisso assumido pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), feito em mesa de negociação com o Comando Nacional Bancário, de não realizar demissões durante a pandemia.

Só o Bradesco já demitiu este ano mais de 1.200 trabalhadores, de acordo com cálculos da COE Bradesco. Isso no mesmo período em que obteve Lucro Líquido Recorrente de R$ 12,657 bilhões nos primeiros nove meses de 2020.

Ao todo, os bancos já demitiram no Brasil mais de 12 mil trabalhadores este ano, de acordo com do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. É um claro descumprimento ao acordo firmado em março. Divulgue ao máximo este protesto, fale para seus amigos e familiares ajudarem a denunciar os bancos que tiveram grandes lucros este ano e não cumprem o acordo com os bancários de não demitir durante a pandemia.

Fonte: Contraf-CUT

A pandemia do novo coronavírus é uma ameaça à saúde pública, mas também à segurança das mulheres. Com o isolamento social necessário para conter o contágio, aumentaram os casos de violência doméstica. No primeiro semestre de 2020, as mortes em decorrência da violência contra mulher cresceram 2% comparado ao mesmo período de 2019. Os dados são do Anuário de Segurança Pública, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O isolamento social só agravou uma tendência de agressões às mulheres dentro de casa. Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para o Atlas da Violência 2019 mostra que a taxa de homicídios de mulheres fora do domicílio aumentou 28% em 10 anos. Mas no mesmo período, as ocorrências registradas em casa subiram 38%.

Se aumentou o feminicídio durante a pandemia, por outro lado, diminuiu o registro de agressões a mulheres, de acordo com a 14ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Pelo estudo, o número de registros de violência doméstica registrado nas delegacias durante o primeiro semestre de 2020 foi 9,9% menor do que registrado no igual período do ano anterior.

“O maior tempo de convivência da mulher com seu agressor faz com que a violência aumente. Porém, sabemos que durante a pandemia fica mais difícil para a mulher buscar uma delegacia de polícia para denunciar o agressor. Isso já não era era simples antes e agora ficou ainda mais difícil”, avalia a secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elaine Cutis.

A secretária lembra que já começaram as atividades para o dia 25 de novembro, o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. “Uma das preocupações da nossa atividade neste mês é divulgar a importância de se denunciar as agressões. Sabemos que a denúncia fica mais difícil durante a pandemia, mas além do fone 180, a mulher pode buscar ajuda com a família e amigos, pela internet e mesmo indo a uma farmácia, por exemplo, e mostrando um “xis” feito na palma da mão. Os funcionários destes e outros estabelecimento são treinados a alertar a polícia e ajudar as vítimas da forma mais rápida possível”, explica Elaine Cutis.

As bancárias também podem buscar ajuda nos locais de trabalho. Este ano, a Contraf e o movimento sindical da categoria incluíram na Convenção coletiva de Trabalho (CCT) assinada este ano uma cláusula que cria nas instituições bancárias canais de atendimento às vítimas de violência doméstica. Até mesmo a transferência de local de trabalho será possível, caso a vítima entenda que precisa se afastar do agressor. “A criação dos canais de atendimento é uma conquista da nossa categoria”, afirma a secretária da Mulher.

Fonte: Contraf-CUT

A mesa bipartite de igualdade de oportunidades entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) retomou o calendário de reuniões após a campanha nacional da categoria. O encontro desta quinta-feira (12) teve como temas principais o ‘Programa de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher’ e a implementação do ‘Canal de Denúncia’ para as bancárias vítimas de violência, conforme acordo assinado em março de 2020 e incorporado às Cláusulas 48 a 54 da Convenção Coletiva de Trabalho 2020-2022, assinada em setembro.

A mesa decidiu por intensificar as ações para enfrentamento da violência contra a mulher e contra o racismo já no mês de novembro, tendo em vista ser o Mês da Consciência Negra e também devido aos 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra a Mulher, que compreende o período de 25 de novembro a 10 de dezembro.

A divulgação do canal é uma iniciativa da Contraf-CUT, junto aos sindicatos e federações e será assumida em conjunto pela Fenaban, que compreende a necessidade de tal campanha. “Hoje a gente tem um machismo enraizado na sociedade, e é fundamental termos ações permanentes sobre o tema para ampliarmos a conscientização e impedirmos os retrocessos. Além de auxiliarmos as mulheres a romperem o ciclo da violência, precisamos aprofundar esse debate e criar uma política para tratar essa questão”, avaliou a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis.

Além da campanha conjunta para divulgar o canal, a Contraf-CUT solicitou a retomada do calendário de reuniões, que foi atendida pela Fenaban. Os representantes dos bancos informaram que haverá uma reunião na primeira semana de dezembro, para capacitar cerca de 300 representantes das instituições bancárias e sistematizar as ações para o melhor acolhimento e atendimento das mulheres vítimas de violência. Na segunda semana de dezembro, a mesa torna a se reunir com o movimento sindical para apresentar as iniciativas feitas até então.

Na reunião desta quinta, os representantes da Fenaban informaram que após a incorporação do canal de atendimento às bancárias vítimas de violência, em setembro, registrou-se um aumento do número de bancárias que denunciaram casos de violência. O que indica que, a partir do momento em que o canal de atendimento foi incorporado à CCT, as vítimas passaram a procurar o atendimento nos bancos.

O debate sobre o atendimento das bancárias vítimas de violência foi levantado pela primeira vez pelo movimento sindical em fevereiro de 2019. Em março de 2020, após debate entre as partes, foi acordada a criação de um programa para as vítimas de violência doméstica e do canal de atendimento nos bancos. O acordo foi incorporado na CCT aprovada em setembro. A reunião desta quinta-feira teve por objetivo encaminhar a estruturação desse sistema de atendimento.

Combate ao Racismo

Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, propôs na reunião que a mesa bipartite de igualdade de oportunidades também passasse a ter ações permanentes de combate ao racismo. “Não podemos ficar restritos só ao mês de novembro (Mês da Consciência Negra). Temos que tratar dessa questão diuturnamente”, disse Almir. Os representantes da Fenaban concordaram em criar uma ação permanente para tratar a questão.

A mesa concordou que é necessário que, tanto na questão de gênero como no combate ao racismo, sejam feitas duas frentes de trabalho. Uma de atendimento às vítimas e outra educativa e de conscientização, dentro dos bancos.

Fonte: Contraf-CUT

A pandemia de Covid-19 impôs a paralisação de muitas atividades produtivas e exigiu que milhões de pessoas praticassem o isolamento social para protegerem a vida, provocando uma rápida e intensa recessão econômica, que gerou, inclusive o fechamento de empresas e o crescimento do desemprego, que já era muito alto, observa o sociólogo e professor Clemente Ganz Lúcio em seu artigo “As pressões sobre o emprego. A população negra foi a mais afetada.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) trimestral, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa geral de desocupação é de 13,3%. Entre os pretos alcança 17,8%. Considerando apenas os brancos, é de 10,4%.

Os números apontam que cerca de 11 milhões de trabalhadoras foram para a inatividade, sem condições de trabalhar ou procurar emprego; outros 8 milhões foram para o trabalho em casa (home office); quase 10 milhões tiveram seu contrato de trabalho suspenso ou redução da jornada de trabalho. Outros 13 milhões continuaram desempregados.

Grandes e médias empresas e até os três maiores bancos privados do país (Bradesco, Itaú e Santander), que obtiveram lucro que soma R$ 36 bilhões nos nove primeiros meses de 2020, demitiram funcionários.

Salários menores

“Nesta crise, a população negra foi ainda mais afetada. Os dados mostram que a renda média da população negra representa apenas 56,2% da recebida pelos brancos”, observou o secretário da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) de Combate ao Racismo, Almir Aguiar.

“Há quem fale que é devido à qualificação profissional. Mas, mesmo com ensino superior, negros e negras ganham, em média, menos do que os não-negros. Não tem nada a ver com qualificação profissional. É racismo mesmo!”, criticou o dirigente da Contraf-CUT.

> Ouça o Podcast da Contraf-CUT sobre o Mês da Consciência Negra

Discriminação no setor financeiro

O dirigente da Contraf-CUT diz, também, que é clara a ausência de negros e negras no sistema financeiro. “Além disso, bancários e bancárias negros recebem percentualmente menos que um trabalhador não negro e a cor da pele é um obstáculo para ascensão profissional. Aos negros são dados cargos de menor remuneração e aqueles que não são de atendimento ao público. Eles ficam escondidos atrás dos biombos. É isso o que mostram os dados dos Censos da Diversidade Bancária, realizados em 2008, 2014 e 2019”, disse.

Para ele, no entanto, esta triste realidade do sistema financeiro não é verificada apenas nos bancos. “Lutamos diariamente para mudá-la e, agora em novembro, mês da consciência negra, orientamos que os sindicatos e federações da categoria aproveitem a maior visibilidade sobre o tema para intensificar as atividades e denunciar estas injustiças”, completou.

“É fundamental que os bancos contratem mais trabalhadores negros como forma de diminuir essas desigualdades e avançar para um ambiente justo e sem discriminação”, concluiu o secretário da Contraf-CUT de Combate ao Racismo.

Fonte: Contraf-CUT

O Departamento Jurídico do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, juntamente com a Secretaria de Saúde e Segurança do Trabalho, conseguiram a reintegração de mais duas bancárias: uma do Banco Santander e outra do Banco Bradesco. As duas trabalhadoras foram demitidas durante a pandemia, desrespeitando um compromisso firmado no começo do ano de não haver demissões durante a crise sanitária.

Jane Soraia Pessoa, da agência 129 do Banco Bradesco, e Vanessa Fabro Coelho, da agência 3122 do Banco Santander, ambas em Duque de Caxias, tiveram suas reintegrações determinadas pelas 7ª e 6ª Varas do Trabalho da cidade, respectivamente. 

As bancárias foram dispensadas, sem motivo aparente, sob a justificativa de que os bancos estão passando por uma reestruturação, uma reformulação. Mas, na contramão da maioria dos setores da economia, os maiores bancos privados lucraram juntos, em plena crise de saúde e sanitária, R$ 35,7 bilhões. O Santander é o líder em demissões no Brasil, país onde o grupo extrai sua maior fatia de lucro.  

Em 2020, já são mais de 12 mil bancários e bancários demitidos. São pais e mães de família, que ficaram sem emprego em meio a uma crise sem precedentes.

Demitido? PROCURE O SINDICATO

A orientação é que o bancário ou bancária demitida entre em contato com o Sindicato, para que a entidade tenha ciência da demissão, verifique a regularidade da mesma, assegure o correto pagamento dos direitos e subsidie a luta em defesa dos empregos na categoria. É fundamental um acompanhamento jurídico para que seus direitos sejam assegurados. 

SINDICALIZE-SE

Ao se sindicalizar, você fortalece a luta pela manutenção de todos os direitos que conquistamos em décadas de muita mobilização, e ajuda a manter empregos, reajustes salariais, aposentadoria, PLR, vales refeição, alimentação, 13ª cesta, auxílio-creche babá, defender os bancos públicos. Além disso, tem descontos em diversas universidades, colégios e na área de lazer. 

Confira as fotos das reintegrações em nossas redes sociais.

Só a luta te garante! #JuntosSomosFortes

 

Um dia depois de figurar entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil com as hashtag #QueVergonhaBradesco e #QuemLucraNãoDemite, os bancários de todo o país voltaram a chamar a atenção nesta quinta-feira (12) com o Dia Nacional de Luta contra as demissões do Bradesco. Manifestações nas portas das agências e dos departamentos do banco Bradesco protestaram contra as demissões realizadas pelo banco neste ano.

Para Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, não há justificativa para que a empresa de capital aberto que mais lucrou na América Latina no primeiro semestre continue colocando pais e mães de família no olho da rua. “Estamos em luta e não mediremos esforços para barrar esta falta de responsabilidade social”, disse.

A ação faz parte da campanha organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e sindicatos dos bancários, que denunciam a quebra do compromisso de não realizar demissões durante a pandemia, assumido pelo banco e pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em mesa de negociação com o Comando Nacional Bancário. “Não nos daremos por vencidos até que todos os bancos recuem e parem de demitir”, completou Magaly.

O Bradesco já demitiu mais de 1.200 trabalhadores este ano, de acordo com cálculos da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco. Isso no mesmo período em que obteve Lucro Líquido Recorrente de R$ 12,657 bilhões nos primeiros nove meses de 2020.

Os três maiores bancos do país estão demitindo. Ao todo, já dispensaram mais de 12 mil trabalhadores este ano, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, em claro descumprimento ao acordo firmado em março.