Novembro 26, 2024
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Federação de sindicatos da China promete ajuda ao Brasil nas vacinas

Representantes do Fórum das Centrais Sindicais – que reúne CSB, CTB, CUT, Força, Nova Central e UGT – realizaram um encontro virtual nesta quinta-feira (21) com a direção da Federação Nacional dos Sindicatos da China (FNSCH) para tratar dos esforços por vacinas contra a covid-19 no Brasil. Os chineses comprometeram-se a intermediar o diálogo entre as centrais brasileiras e o governo de Pequim para a liberação de insumos para os imunizantes.

“Vamos usar todos os nossos canais e esforços para levar a mensagem de vocês ao governo central e ao Partido [Comunista Chinês] sobre as necessidades imediatas do povo brasileiro ante a pandemia”, afirmou o secretário internacional da FNSCH, An Jianhua.

As centrais buscaram estreitar as relações entre os dois país, estremecida após uma série de ataques aos chineses promovida por integrantes do governo brasileiro. Tanto o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, como o próprio presidente Jair Bolsonaro atribuem à China responsabilidades pela ocorrência da pandemia. Além disso, um dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também se destaca pelas agressões às autoridades diplomáticas da China.

Contudo, sem citar nominalmente as autoridades brasileiras, Jianhua afirmou que “algumas palavras de ignorantes” não vão comprometer as relações amistosas entre os dois países. Além disso, ele agradeceu uma carta das centrais enviada ao Congresso, em novembro, em desagravo à série de ofensas proferidas.

A FNSCH é a maior entidade sindical do mundo, com 302 milhões de trabalhadores filiados, reunidos em 1,7 milhão de sindicatos. A entidade também ocupa a vice-presidência na Assembleia Popular, o mais importante órgão legislativo do país comunista.

Além da coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac e distribuída no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, os chineses produzem insumos para diversas outras vacinas.

União

O presidente da CUT, Sérgio Nobre, afirmou que a iniciativa demonstra a organização do movimento sindical brasileiro. “Iremos aonde for necessário. Falaremos com todos os interlocutores que puderem nos ajudar a enfrentar essa crise sanitária, agravada pela incompetência e sordidez do presidente Bolsonaro”, afirmou ele.

O contato diplomático com os chineses ocorre dois dias após as Centrais firmarem acordo com o governo venezuelano para o fornecimento de 80 mil metros cúbicos de oxigênio por semana para Manaus. No encontro, os sindicalistas chineses também manifestaram solidariedade à população do Amazonas, e prometeram, ademais, o envio de ajuda humanitária à região.

Com informações da CUT