Novembro 22, 2024
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Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense participa do Congresso Estadual dos Bancários do Banco do Brasil

A recriação da Vice-Presidência de Gestão de Pessoas, com a respectiva Diretoria de Gestão de Pessoas (Dipes) vinculada, e das gerências de Gestão de Pessoas (Gepes) nos estados e, ainda, a designação de funcionários capacitados nas agências para acolher os adoecidos. Essa é uma das principais deliberações do Congresso Estadual dos Bancários do Banco do Brasil realizado na última sexta-feira, 3 de maio, como parte da programação da Conferência Estadual dos Bancários e das Bancárias do Espírito Santo.

Leandro Aresta, Diretor do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, participou de forma virtual do evento, realizado no Hotel Flamboyant, em Guarapari, e foi eleito delegado da base da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) ao 24º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, em São Paulo.

O tema saúde e condições de trabalho perpassou todo o evento. Os bancários apontaram uma realidade nos locais de trabalho de adoecimento em função das metas. Segundo relatos, todos estão sendo bombardeados por cobranças constantes por resultados feitas por e-mail, pelo Conexão, Tô Ligado, Capacitaí e diversos outros canais da rede interna.

A demanda por ofertar produtos está causando hiperfadiga. Enquanto a cobrança fica sobre o trabalhador, a bonificação em geral é do superior. As metas aumentaram em mais de 300% de um semestre para o outro. Funcionários recém-contratados estão sendo demitidos no estágio probatório por não se enquadrarem no perfil de vendedores de produtos segundo seus gestores.

“Precisamos mudar o formato da gestão e reorganizar o quadro para garantir o cuidado com as pessoas, um atendimento mais humanizado aos bancários, com prevenção e acolhimento”, afirma a diretora do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, Goretti Barone. Ela destaca que se o Banco do Brasil avançou em diversidade, ainda está atrasado no item cuidado com as pessoas.

A diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e membro do Comando Nacional dos Bancários, Fernanda Lopes, destacou na sua exposição na abertura do evento que o principal ponto de debate hoje tem de ser a questão da saúde, especialmente a saúde mental.

“Depois de mais de um ano, já foram 18 mesas de negociação [com a atual gestão do BB] , e a primeira coisa que a gente falou foi que o problema são as metas; a forma como essas metas são colocadas é o que causa o adoecimento. Daí a gente vira o ano, ainda tem um aumento no Conexão”, criticou ela. Talvez lá na diretoria em Brasília tenha melhorado, mas nas agências, principalmente na rede varejo, os colegas continuam sentindo [o assédio], continuam adoecendo”. Na sua avaliação, apesar do avanço que foi a criação de GTs para tratar das metas, não houve encaminhamento prático, pois os bancos não abrem os números para os trabalhadores.

O adoecimento dos bancários também deu o tom da apresentação do diretor de bancos públicos da FederaçãoInterestadual dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Fetraf) e representante da Comissão de Empresa do BB, Danilo Funke. “São exatamente os trabalhadores e as trabalhadoras na ponta que fazem a máquina funcionar, que fazem o lucro dos bancos. E infelizmente, hoje, temos uma instituição na qual a gente vê nossos colegas sofrendo muito com adoecimento, se sentindo oprimidos, essa é uma triste realidade”, afirmou. Na sua avaliação, nesta Campanha Salarial “a gente, com movimento de mobilização, tem que buscar mais do que tudo avançar nas pautas que nos interessam; no que tange ao Banco do Brasil, aumentar o tom de cobrança sobre as esferas superiores internas da instituição”.

Centralidade da campanha

O diretor do Sindicato e membro do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Pereira de Araújo, também chamou a atenção para o adoecimento da categoria em função da política de gestão dos bancos que só visam o lucro. Ele apontou que para virar o jogo é preciso a reação da categoria. “A centralidade da campanha salarial é a luta, a mobilização, a greve. A mesa de negociação tem que ser resultado da mobilização dos trabalhadores. Não o contrário, a mesa como espaço privilegiado, como estrategicamente quer a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban)”.

Chamando os bancários para a luta, Carlão afirmou: “o ator principal da campanha é o bancário, é ele que tem que colocar a campanha em movimento, a mesa é resultado dessa mobilização”. Ele destacou que isso se torna ainda mais fundamental após a reforma trabalhista que retirou direitos dos trabalhadores e acabou com a ultratividade das cláusulas das convenções e acordos coletivos, instrumentos que podem garantir mais qualidade de vida para os trabalhadores.

Delegados

Ao final do evento foram eleitos os delegados da base da Federação do Rio de Janeiro e Espírito Santo ao 24º Congresso Nacional dos Funcionários do BB.

Representando o Espírito Santo foram eleitos: Bethania Emerick, Igor Chagas Silva, Nathalia Gallini e Ramon Nunes Ferreira. Como suplentes Juliana de Oliveira Ferreira Furtado, Leticia Lander Costa Batista e Thiago de Vasconcelos Duda.

Na base do Rio de Janeiro foram eleitos Leandro Aresta (SEEB da Baixada Fluminense) e Flávio Pereira (SEEB de Três Rios).

*com informações do Sindibancários/ES