O deputado Patrus Ananias (PT-MG) discursa no lançamento da Frente Nacional em Defesa da Soberania Nacional, que teve presença de representantes de movimentos sociais e entidades sindicais Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Foi lançada nesta quarta-feira (29), na Câmara dos Deputados, a Frente Nacional em Defesa da Soberania Nacional, com a participação de parlamentares do campo popular e democrático e representantes de movimentos sociais, de atingidos por barragens, universidades, gestores públicos, sindicatos, federações e associações de categorias, como bancários, trabalhadores do ramo financeiro, petroleiros, eletricitários de Furnas e Eletrobras, urbanitários, professores e advogados.
O presidente da Frente, deputado federal Patrus Ananias (PT-MG), afirmou, em mensagem às bases da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que o movimento pretende levar para a sociedade o debate sobre a soberania do país. “Um país soberano, como queremos o Brasil, é um país que cuida em primeiro lugar de seu povo. Um país continental, bonito, como o Brasil, não pode ter pessoas sem alimentação, sem acesso aos direitos básicos, criança fora da escola”, disse.
O parlamentar explicou que a Frente atuará “por escola de qualidade, políticas públicas, saúde e segurança alimentar, que garantam vida e dignidade a nosso povo, para firmar nosso país, como independente, com uma economia a serviço do povo brasileiro”.
Em seu discurso no ato de lançamento da Frente, Ananias ressaltou que nos lances mais recentes da política brasileira, “vivenciamos a demolição de direitos trabalhistas e sindicais, a desconstrução do Estado, a entrega do patrimônio nacional, a subordinação aos interesses e demandas do capital”. Por isso, mesmo com o avanço da defesa da soberania feita pelo governo Lula, ele acredita que o país tem desafios grandes a enfrentar, como o “poder incontrolado e pervasivo das grandes empresas de tecnologias do norte global, as chamadas big techs”.
Para que alcance seus objetivos, Ananias antecipou que a Frente vai levar esse debate para toda a sociedade brasileira, em fóruns como o próprio Congresso Nacional, assembleias legislativas, câmaras municipais, escolas e universidades, igrejas, movimentos sociais, entidades representativas de trabalhadores e empresários, além de atuar junto a meios de comunicação e redes sociais. “Vamos mobilizar corações e mentes pelo nosso país afora. Vincular o tema da soberania ao projeto nacional, à participação popular, ao desenvolvimento nacional articulado ao desenvolvimento regional”, completou o deputado.
Para o secretário de Relações do Trabalho e responsável da Contraf-CUT pelo acompanhamento das pautas do Congresso Nacional, Jeferson Meira, o Jefão, que participou do evento na Câmara, “a Frente é também fundamental para as entidades sindicais e os trabalhadores, pois um país de fato soberano e democrático obrigatoriamente tem sindicatos fortes, capazes de defender direitos e conquistas de todas as categorias profissionais, pois esse é um elemento decisivo para o equilíbrio e o bem-estar social”.
Jefão lembra que os objetivos da Frente, apontados por seu presidente, coincidem com os do movimento sindical progressista. “Nos últimos anos, desde o golpe contra a presidenta Dilma, em 2016, enfrentamos todas as forças retrógradas que atuaram sistematicamente contra os direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro em geral, tanto com a reforma trabalhista como com o desmonte do Estado, que incluía a entrega do patrimônio público a grandes grupos capitalistas”. O secretário também entende que a criação do movimento pela soberania nacional “ocorre num momento oportuno, em que todas as forças progressistas devem se unir, pela soberania, pela democracia plena e pela justiça social em nosso país”.
Fonte: Contraf-CUT