A mobilização de carreiras da elite do funcionalismo federal por reajuste salarial vem se amplificando no âmbito do Banco Central (BC). Em boletim divulgado nesta quinta-feira (6), o Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal) informou que já houve adesão de cerca de 50% do quadro à articulação que busca convencer os servidores comissionados a entregarem seus cargos e os demais a não aceitarem substituí-los.
O primeiro levantamento parcial, que contabiliza funções entregues desde o final de 2021, quando se iniciou o movimento, mostra que cerca de 1.700 trabalhadores assinaram as listas que indicam o nome dos participantes.
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“Estamos em janeiro, que é um mês de férias, e mesmo assim conseguimos essa adesão”, comemora o presidente do Sinal, Fábio Faiad.
O número engloba tanto pessoas que já ocupavam funções de confiança e entregaram os cargos quanto substitutos fixos e eventuais outros suplentes que pudessem ser eventualmente convocados para assumir essas cadeiras.
O sindicato ainda não sabe informar a quantidade específica de comissionados que desistiram do posto. Segundo a entidade, o levantamento é complexo e por isso os dados mais detalhados serão divulgados somente no início da próxima semana, quando o grupo será recebido pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
Previsto para a próxima terça (11), o espaço na agenda é o último feito da mobilização. O grupo vinha se queixando da falta de canal de diálogo com a direção do banco, que também não tem comentado o assunto junto à imprensa.
“Foi o primeiro resultado positivo desse trabalho, então, a gente tem que comemorar isso”, afirma Faiad.
Os funcionários do Bacen reclamam uma correção de 26,3% nos salários, que sofreram o último aumento em 2019. O percentual demandado resulta do cálculo da inflação de lá pra cá.
“Não é nem aumento salarial exatamente. Nem estamos pedindo isso. Queremos pelo menos a correção de acordo com a inflação, que é o que todo trabalhador tem direito”, argumenta Faiad.
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Geral
O movimento de entrega de cargos comissionados na administração federal se dá também em outras carreiras que pedem reajuste e outras demandas. Entre os auditores do trabalho, por exemplo, cerca de 53% dos que ocupavam postos de comando já desistiram das funções.
Na Receita Federal, um total de 1.237 auditores fiscais liberaram os cargos de chefia, segundo dados do Sindifisco Nacional, entidade que representa o segmento. Todos essas organizações integram o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), que prepara uma mobilização nacional para o próximo dia 18.
Fonte: Brasil de Fato