Com inflação acima do esperado, como se viu ontem, e questionamentos na área fiscal, entre outras incertezas, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve aprovar outra alta forte dos juros, na reunião que termina nesta quarta-feira (27). A aposta majoritária está entre 1,25 e 1,50 ponto percentual, o que levaria a taxa básica (Selic) para até 7,75% ao ano.
O esperado sexto aumento seguido dos juros faria com que a Selic atingisse o maior nível em quatro anos. Mas os analistas acreditam que o Copom não vai parar por aí. Já se fala em taxa básica de dois dígitos até o ano que vem. Na última divulgação, a inflação oficial (IPCA) já superou os 10% em 12 meses.
Com juros mais altos, o crédito também sobe. Segundo a Associação Nacional de Executivos (Anefac), a taxa média mensal do cartão de crédito, por exemplo, está em 12,76%, ou 277,42% em 12 meses. A do cheque especial chega a 7,48% (131,78%). Isso no momento em que a renda cai. Ontem, o Dieese informou que a maioria (56%) dos acordos salariais com data-base em setembro ficaram abaixo da inflação, mantendo tendência negativa.
Outro fator que trouxe turbulência aos “aos mercados” envolveu uma possível queda de Paulo Guedes, depois da saída de quatro secretários de sua pasta. A 242ª reunião do Copom começou ontem, com análises da conjuntura e do mercado. Não se sabe se o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, consultou previamente o banqueiro André Esteves.
Fonte: Rede Brasil Atual