A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu nesta segunda-feira (25) com os representantes do banco para tratar do fechamento de 450 agências até 2020, conforme anúncio feito pelo presidente da instituição à imprensa no dia 30 de outubro.
“O anuncio foi feito sem que houvesse qualquer diálogo com o movimento sindical. Por isso, procuramos o banco para obter informações detalhadas e deixar claro que vamos defender a manutenção dos empregos”, disse a coordenadora da COE, Magaly Fagundes. “Queremos saber quais são as agências a serem fechadas, como se dará o fechamento, qual o prazo e cronograma para que isso aconteça e, principalmente, em que isso afetará os funcionários”, completou a coordenadora da COE do Bradesco.
O banco alegou que se trata apenas de um estudo e que, por isso, não conseguiria passar todas as informações, mas garantiu que a redução no número de agências não levará a demissões. O banco também disse que, na medida em que houver alguma definição das etapas deste estudo, o movimento sindical será informado.
“Nos surpreende o banco dizer que trata-se apenas de um estudo. Como pode o banco fazer um anúncio tão grave como esse sem que haja definições? Isso alarma os funcionários e os deixa apreensivos, com medo do desemprego”, disse Magaly.
A Coordenadora da COE ressaltou ainda que a cláusula 54 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria estabelece que os bancos criem programas de realocação e requalificação profissional para evitar demissões decorrentes de processos de reestruturações dos bancos. “Solicitamos a imediata adesão do banco a esta cláusula”, disse.
Valorização dos empregados
Os representantes dos trabalhadores também questionaram a busca por especialistas em investimentos no mercado de trabalho. “Nossa dúvida era se o Bradesco havia abandonado a política de valorização do quadro de funcionários da instituição, uma vez que o banco sempre alegou ser uma instituição de carreira fechada”, explicou Magaly.
O Bradesco informou que a política de valorização dos funcionários do banco está mantida e que a busca por profissionais no mercado visa apenas suprir a carência interna de especialistas em investimentos para estender esse segmento às agências de alta renda. Segundo o banco, para ser elegível a estas vagas é preciso atender um perfil profissional e possuir a Certificação CEA da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e conhecimento em tecnologia da informação.
Mutirão para renegociação de dívidas
Sobre o mutirão de aberturas de agências até às 20h, marcado para ser realizado do dia 2 de dezembro a 6 de dezembro, para orientação e renegociação de dívida, o banco informou que será um serviço voluntário e que as horas extras serão pagas.
Fonte: Contraf-CUT