Em mensagem enviada no último dia 23 de dezembro aos funcionários, o presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza, anunciou mudanças na estrutura organizacional do banco. Pedro Coutinho não é mais o vice-presidente executivo comercial. Ele foi substituído por Juan Moreno, que era vice-presidente da Banca Comercial do Santander México.
Juan Moreno, que está no Grupo Santander desde 1997, ficará responsável pela Rede Comercial, Universidades e Canais, reportando ao vice-presidente executivo sênior de varejo, Conrado Engel.
Pedro Coutinho foi nomeado para a recém-criada Vice-presidência Executiva de Desenvolvimento de Novos Negócios, que reportará diretamente ao presidente do Santander. “O foco será a busca de novas oportunidades de negócios, bem como a consolidação, expansão e incremento acelerado de algumas atividades já em desenvolvimento”, justificou Zabalza.
Expectativas
“A saída de Pedro Coutinho abre a possibilidade de mudança na gestão do banco”, aponta o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “Esse modelo baseado em demissões, rotatividade, falta de funcionários, cobrança de metas abusivas, assédio moral, estresse, insegurança e adoecimento não serve e só tem piorado as condições de trabalho e o atendimento aos clientes”, explica o dirigente sindical.
O Santander foi o banco que mais cortou postos de trabalho nos primeiros nove meses de 2013, fechando 3.414 empregos, conforme análise do Dieese. Pioraram até os serviços de limpeza, uma vez que muitas agências passaram a ter somente algumas horas de faxina por dia. “Essa redução de custos é ruim para o atendimento, o desempenho e a imagem do banco”, salienta Ademir. “Não é à toa que o Santander foi o banco que liderou no ano passado o ranking mensal de reclamações de clientes no Banco Central”, acrescenta.
Para o diretor da Fetraf RJ-ES, Paulo Garcez, “a saída de Pedro Coutinho traz um grande alívio para os funcionários das agências, cansados das pressões descabidas para alcançar resultados inatingíveis”.
“Esperamos que o novo responsável pela rede comercial não traga a política nefasta de terceirizações do México”, alerta a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Vera Marchioni.
“Queremos que o banco seja o melhor, mas para isso tem que investir nas pessoas, coisa que não vem ocorrendo”, enfatiza o presidente da Afubesp, Camilo Fernandes.
Ademir ressalta que “uma nova gestão do banco passa pelo fim das demissões, mais contratações, igualdade de oportunidades e melhores condições de saúde, segurança e trabalho, bem como pelo respeito aos aposentados, quase sempre tratados com descaso na rede de agências”.
Fonte: Contraf-CUT