O Banco Santander enviou, nesta quinta-feira (6), um comunicado para nove agências informando sobre a descontinuidade do projeto de “orientação financeira”, realizado aos sábados com funcionários “voluntários”. E a agência de Duque de Caxias, que em todas as ocasiões que tentaram abrir a agência teve a presença de diretoras e diretores do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, é uma delas. Resultado de um Sindicato forte e de luta, que também conta com o apoio de bancárias e bancários que acreditam em seu trabalho.
“As agências ficam às moscas. O banco percebeu que não teria o retorno, comercial ou não, que esperava. E nossa ação mostra as contradições da ação do banco, que se propunha a dar ‘orientação financeira’, mas cobra altas taxas e tarifas dos brasileiros”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mario Raia, que é funcionário do Banco Santander.
Sindicatos dos bancários realizaram protestos na frente das agências que o banco tentou abrir nos cinco últimos sábados. Nas atividades, dirigentes esclarecem funcionários “voluntários” sobre os riscos aos quais ficam expostos ao trabalhar “voluntariamente” para seu próprio empregador aos sábados e informam a população sobre as tarifas e juros cobrados pelo banco.
Os protestos também ganharam as redes sociais. Utilizando a hashtag #SantanderSábadoNão, bancários postaram fotos mostrando sua indignação com a iniciativa do banco e explicando porquê o banco não pode abrir aos sábados. Além denunciar que o “voluntariado” é forçado e que existem segundas intenções na “orientação” que o banco quer dar.
Orientação de verdade
Para Mario, a verdadeira orientação financeira precisa informar para as pessoas que, para conseguir controlar melhor suas contas e não se endividar, elas devem evitar entrar no vermelho para não ter que pagar os altos juros cobrados pelos bancos. “A diferença entre a taxa que eles pagam pelo dinheiro que guarda de seus clientes, ou que tomam emprestado, é infinitamente menor do que a que cobram das pessoas que precisam de recursos do banco”, disse. “Ainda mais o Santander, que cobra mais dos brasileiros do que dos clientes de outros países onde atua”.
Reportagem publicada pelo Jornal do Brasil, a qual mostra que o banco cobra até 1.761% a mais dos brasileiros do que dos espanhóis pelos mesmos serviços realizados. O jornal mostrou também que, em empréstimos, o banco chega a cobrar até 20 vezes mais dos brasileiros do que dos espanhóis.
As agências onde o projeto foi descontinuado foram: Duque de Caxias – Centro (RJ), Curitiba – Emiliano (PR), Guarulhos (SP), São Paulo– Largo 13 de Maio (SP), Niterói – Praça do Rink (RJ), Porto Alegre – Osvaldo Aranha (RS), Salvador – Cabula (BA), Rio de Janeiro – Santa Cruz (RJ), São José do Campos – Centro (SP).
A luta continua
O dirigente da Contraf-CUT ressalta a importância das ações realizadas pelo sindicato, mas insiste na continuidade das ações. “A suposta ‘orientação financeira’ tinha sido programada para acontecer em 29 agências. O comunicado menciona nove agências onde ela será descontinuada. O movimento sindical vai continuar fazendo o que tem que fazer nas agências onde o banco insistir com essa ação”, concluiu.
PS: A matéria conta com informações da Contraf-CUT