A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem (21) o aumento dos valores das bandeiras tarifárias da conta de luz. O sistema é utilizado em períodos de pouca chuva, quando as hidrelétricas não dão conta da demanda e é preciso utilizar a energia gerada pelas termelétricas, de custo mais elevado. A partir de 1º de junho, a bandeira vermelha patamar 2, nível mais alto de uso de energia das termelétricas, passará de R$ 5 a cada 100 quilowatts-hora (KWh) consumidos para R$ 6. Junto ao aumento do gás de cozinha, dos combustíveis e dos alimentos, esse aumento deve elevar a inflação.
A Aneel justificou o aumento das bandeiras tarifárias da conta de luz por uma mudança na metodologia de avaliação do risco de falta de água nas hidrelétricas, que pretende repassar aos consumidores um valor mais próximo do custo real pela produção e transmissão da energia. A bandeira amarela aumentou de R$ 1,00 a cada 100 KWh para R$ 1,50, um aumento de 50%. Já a vermelha patamar 1 passou de R$ 3,00 para R$ 4,00 (cerca de 33%) a cada 100 KWh consumidos. A bandeira verde não causa aumento no custo da energia. A tarifa básica, que é diferente para cada distribuidora, não terá aumento no momento.
Uma eventual redução das tarifas da conta de luz está descartada esse ano. Havia especulação de que, por conta das bandeiras tarifárias aplicadas nos últimos anos, a tarifa tivesse uma redução de até 4%. Agora a agencia avalia a possibilidade de uma redução de até 5% na tarifa básica da conta de luz em 2020, mas não há definição.
Além do aumento na conta de luz, desde o início do governo de Jair Bolsonaro (PSL) até o final de abril, o preço da gasolina nas refinarias aumentou 31%, ultrapassando os R$ 5 em alguns postos. O gás de cozinha teve dois aumentos esse ano, subindo quase 5% em todo o país. Ao mesmo tempo, o Banco Central elevou a expectativa de inflação para 2019 de 4,04% para 4,07%, valor que ainda pode aumentar até o final do ano.
Fonte: Rede Brasil Atual