A "reforma" da Previdência proposta por Jair Bolsonaro é rejeitada por 51% dos brasileiros, mostra pesquisa Datafolha, publicada nesta quarta-feira (10). São favoráveis à proposta 41%, enquanto 2% se dizem indiferentes e 7% não souberam responder.
As mulheres são as maiores opositoras à reforma: 56%. Atualmente, elas se aposentam ao 60 anos, com mínimo de 15 anos de contribuição. A proposta de Bolsonaro aumenta a idade mínima para 62 anos, além de pelo menos 20 anos de contribuição.
Já entre homens, 48% se dizem a favor e 45% contra, um empate técnico – dentro da margem de erro, de dois pontos. Para conseguir a aposentadoria integral, os trabalhadores terão de contribuir por 40 anos.
A maior rejeição, de 63%, aparece entre funcionários públicos. E o maior apoio entre as pessoas de renda familiar acima de 10 salários mínimos (R$ 9.998 em 2019): 50% apoiam a reforma e 47%, são contra.
Pesquisa Vox Populi divulgada ontem aponta para rejeição ainda maior à reforma: 65% dos brasileiros são contrários à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, enquanto 26% se disseram favoráveis e outros 9% não souberam responder.
Mudanças rejeitadas
Alguns pontos específicos da proposta de Bolsonaro são ainda mais rejeitados: a maioria é contra as idades mínimas. 65% das mulheres se dizem contra os 62 anos de idade para se aposentar, enquanto 53% dos homens se opõem a mudança para 65 anos.
Também há maioria contrária a contribuir 40 anos para a aposentadoria integral: 60% rejeitam. mas 66% são favoráveis a cobrar alíquotas mais altas de servidores que ganham mais e 72% a limitar a aposentadoria do servidor pelo teto do INSS (limite que já existe desde 2013 para servidores federais e de estados e municípios com previdência complementar).
O Datafolha mostra que 68% dos brasileiros dizem ter conhecimento da proposta de reforma e só 17% se dizem bem informados. A oposição à reforma é maior entre os pouco informados: 62% são contrários às mudanças. Entretanto, também se opõem: 55% dos bem informados, 54% dos mais ou menos informados e 41% dos que não tomaram conhecimento.
Fonte: Rede Brasil Atual