A 12 anos do prazo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a erradicação da fome no mundo, o número de pessoas subnutridas vem crescendo mundialmente. De acordo com relatório “Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo em 2018”, divulgado nesta terça-feira (11) pela entidade, houve um salto de 804 milhões de pessoas nessa situação em 2016 para aproximadamente 821 milhões no ano passado.
O acirramento das tensões sociais, sobretudo da desigualdade, os desastres ambientais e as mudanças climáticas explicam, segundo o professor do Departamento de Geografia da USP e do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental, Wagner Ribeiro, os retrocessos na luta pela erradicação da fomeque voltou a registrar níveis de dez anos atrás.
E, de acordo com o relatório, os piores cenários do quadro de subnutrição são registrados em algumas regiões da África e da América do Sul. No Brasil, o avanço da fome ocorre em conjunto aos desdobramentos e políticas postas em curso após o golpe de 2016 e, além disso, refletem a defasagem histórica do país no que diz respeito à reforma agrária.
“A partir daquela famosa votação da emenda que não permite mais o investimento em algumas áreas sociais, nós temos de fato uma mudança no cenário brasileiro”, critica, fazendo referência à Emenda Constitucional do Teto de Gastos (EC) 95 , em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual.
Fonte: Rede Brasil Atual