A Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a classificação da transexualidade como transtorno mental, segundo a nova edição da Classificação Internacional de Doenças (CID), publicada nesta segunda-feira (18). A última revisão desta norma havia sido feita 28 anos atrás.
A CID é uma codificação padronizada de todas as doenças, distúrbios, condições e causas de morte. Essa norma serve para que os países obtenham dados estatísticos e epidemiológicos. Cada país, no entanto, precisa se adaptar à nova CID, com prazo até 1º. de janeiro de 2022.
Até antes da publicação, as pessoas que não se identificavam com o sexo que lhes foi atribuído ao nascer eram consideradas doentes mentais pela OMS, o que foi motivo de reivindicações de entidades LGTBI por anos anos, como transtorno de identidade de gênero. Porém, a mudança da OMS mantém a transexualidade dentro da classificação para que uma pessoa possa obter ajuda médica se assim desejar, pois em muitos países o sistema sanitário público ou privado não reembolsa o tratamento se o diagnóstico não estiver na lista.
Outra modificação importante na nova CID é a inclusão do vício em videogames como doença mental. Este transtorno se caracteriza por um padrão de comportamento de jogo "contínuo ou recorrente". A OMS estima que entre 2% e 3% dos jogadores de videogames têm um comportamento abusivo, mas salienta que por enquanto "faltam dados empíricos".
O diretor do departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OMS, Shekhar Saxena esclareceu que o fato de jogar a um game não é nocivo por si só. O problema, diz, ocorre quando o consumo é abusivo e altera o comportamento da pessoa. "Se a criança, adolescente ou adulto que joga faz isso sem parar e deixa de sair com seus amigos, deixa de fazer atividades com seus pais, se isola, não estuda, não dorme e só quer jogar, esses são sinais de alerta de que poderia ter um comportamento aditivo e que precisa procurar ajuda", alertou Saxena.
Com informações do El País