Após cancelamento unilateral, o que foi contestado pela Contraf-CUT, sindicatos e federações, o Santander remarcou nesta segunda-feira (22) a reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) para a próxima segunda-feira (29), às 14 horas, no prédio do ex-Banespa, em São Paulo. A negociação ocorrerá no mesmo horário e local da reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Call Center.
“A expectativa dos bancários é a discussão da pauta específica de reivindicações, aprovada no Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais e entregue ao banco espanhol no dia 26 de junho, que não chegou a ser debatida na reunião do CRT no último dia 4″, afirma o funcionário do banco e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
A pauta contém reivindicações de emprego, condições de trabalho, remuneração, saúde suplementar e previdência complementar, além de várias pendências de reuniões anteriores do CRT.
Demissões e reestruturação
Segundo informações da maioria dos sindicatos para a Contraf-CUT, o banco demitiu 2.604 bancários no 1º semestre deste ano, dos quais 1.820 sem justa causa. Isso piorou as condições de trabalho, pois faltam ainda mais funcionários e aumentou a sobrecarga de serviços, a pressão das metas abusivas e o adoecimento de muitos colegas.
As precárias condições de trabalho também afetam o atendimento. Não é à toa que o Santander liderou em junho, pelo quinto mês consecutivo, o ranking de reclamações de clientes junto ao Banco Central.
Outra preocupação dos bancários é com o reestruturação que se encontra em andamento no banco. A dispensa de coordenadores das agências menores sobrecarregou caixas e gerentes que, além de não darem conta do próprio trabalho, ainda são obrigados a acumular mais uma função.
Expectativas dos bancários
“Esperamos que novo negociador do Santander traga respostas que garantam o atendimento das demandas dos funcionários, principais responsáveis por 26% do lucro mundial do banco espanhol, o melhor resultado em todos os países onde atua”, ressalta o dirigente sindical.
“Também aguardamos a retirada das ações judiciais movidas pelo banco contra a Contraf-CUT, sindicatos, federações e Afubesp para tentar calar a voz dos trabalhadores”, reitera Ademir. “Trata-se de uma prática antissindical e uma agressão inaceitável ao direito de liberdade de expressão do movimento sindical”, salienta.
Outra demanda apresentada ao banco é o fim da recente terceirização dos prepostos nas homologações das rescisões junto aos sindicatos. Trata-se de atividade-fim da empresa e que, portanto, não deve ser exercida por terceiros.
Fórum de Saúde e Condições de Trabalho
Já o Fórum de Saúde e Condições do Trabalho ocorre nesta quinta-feira (25), às 14 horas, igualmente no prédio do ex-Banespa, na capital paulista. Trata-se de importante espaço de debates, também previsto no acordo aditivo à convenção coletiva, e o banco ficou de apresentar um projeto de programa de reabilitação profissional.
Reuniões da COE do Santander
Para preparar os debates, a Contraf-CUT reunirá a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander antes das duas reuniões agendadas com o banco, no mesmo dia de cada uma delas, às 10 horas, na sede da Confederação (Rua Líbero Badaró, 158 – 1º andar), no centro de São Paulo.
SantanderPrevi
O banco ainda não agendou reunião para a retomada do GT sobre o processo eleitoral do SantanderPrevi, previsto no acordo aditivo à convenção coletiva. Trata-se do fundo de pensão com mais de 44 mil participantes, o maior do banco. No entanto, eles não podem participar de eleições democráticas para a escolha dos seus representantes nos conselhos, como acontece no Banesprev e Bandeprev.
“A proposta dos bancários já está nas mãos do banco desde o ano passado e não há justificativa que sustente essa baita enrolação”, destaca Ademir.
Fonte: Contraf-CUT