Maio 09, 2025
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Imprensa

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No início da semana, o Santander anunciou que iria estender até às 16h o atendimento gerencial nas agências, o que gerou muita insatisfação entre os trabalhadores.

Na conversa com o Departamento de Recursos Humanos Sindicais, o banco alegou que a medida visava melhorar o fluxo, devido ao aumento da demanda por este tipo de atendimento, o que estava gerando aglomerações nas unidades bancárias.

A informação causou muita indignação com esta mudança do Santander – o único banco que faria a extensão do horário de atendimento, de maneira unilateral.

No final da tarde desta última quarta-feira (23), as agências começaram a receber comunicado informando que o Santander reviu a decisão e manterá o atendimento gerencial até às 14h, por tempo indeterminado.

 

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense espalhou diversos outdoors pelos municípios da região neste mês de junho. Neles, o Sindicato reivindica a prioridade na inclusão da categoria bancária na vacinação contra a Covid-19.

As ações ocorrem logo após a Câmara dos Deputados aprovar o projeto que estabelece prioridade na vacinação contra a Covid-19 para bancários e bancárias. Antes disso, um ofício foi entregue ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

O Projeto de Lei (PL) 1011/2020 trata da inclusão de categorias profissionais essenciais no Plano Nacional de Imunização (PNI) para a vacinação contra a Covid-19 e foi aprovado com a emenda de redação que incluiu a categoria bancária no PNI.

Agora, o PL vai para votação no Senado e, em caso de aprovação, vai para a aprovação do presidente.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostram que a categoria bancária registrou um crescente número de encerramento de contratos de trabalho por morte, seguindo uma tendência similar aos casos de óbitos desde o início da pandemia do novo coronavírus.

A inclusão da categoria como prioritária na vacinação foi produto de um processo de lutas e com pressões das entidades sindicais.

Confira mais fotos em nossas redes sociais. 

 

Um estudo da subseção do Dieese do Sindicato dos Bancários de Brasília, encomendado pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que houve um aumento de 253% no número de encerramento de contratos de trabalho por morte entre os bancários da Caixa, se comparados os quatro primeiros meses de 2020 com os quatro primeiros meses deste ano (ver quadro abaixo). Se em de janeiro de 2020 a abril de 2020 houve 13 desligamentos; no mesmo período em 2021, esse número subiu para 46. 

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“Se ainda há alguma dúvida de que os trabalhadores da linha de frente estão mais expostos, esses dados comprovam o que salientamos: se o trabalho dos bancários é tão essencial, é fundamental que haja prioridade da categoria no Plano Nacional de Vacinação”, afirma Sérgio Takemoto, presidente da Fenae. Ele lembrou que várias prefeituras e estados já se comprometeram a incluir os bancários como prioritários no Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19 e o próprio Ministério da Saúde, em reunião com a Contraf-CUT (Confederação dos Trabalhadores do Sistema Financeiro), já se dispôs a recomendar essa inclusão.  

No ofício da Contraf entregue na última quinta ao ministro da Saúde, foi apresentado o relatório médico do Dr. Albucacis de Castro Pereira, explicando que a “característica física do ambiente de trabalho propicia a maior concentração do vírus e o evidente contágio e, devido aos necessários cuidados com a segurança, as agências bancárias são fechadas e não oferecem ventilação e nem circulação natural de ar.”  

Segundo o relatório, estudos científicos demonstram que um indivíduo adulto, em atividade laboral leve, com jornada de 8 horas, inspira e, portanto, exala, cerca de 4.400 litros de ar (147 inspirações/minuto, 600/700 ml por inspiração x 60 minutos x 8h) com variações de acordo com o esforço físico. Nestas condições, independentemente da fala, tosse ou espirro, a emissão de aerossóis se propaga em suspensão por horas no ambiente, aumentando drasticamente as possibilidades de contágio.

Fonte: Fenae

A comissão especial da “reforma” administrativa fez nesta terça-feira (22) a primeira audiência pública, de 12 programadas, com o relator, deputado Arthur Maia (DEM-BA), antecipando possíveis alterações no texto. A sessão de hoje foi de caráter mais técnico, enquanto se aguarda a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, prevista para o próximo dia 30, data ainda a ser confirmada. Segundo Maia, uma questão importante da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, a da estabilidade para futuros servidores, ainda dependerá de regulamentação posterior. O texto fala em estabilidade para carreiras típicas de Estado. “Não pretendemos uma definição do que seja carreira típica de Estado em emenda. Ficaremos na dependência de uma lei complementar”, afirmou.

Intromissão indevida

Ele também citou o tópico sobre livre nomeação de cargos de chefia, manifestando discordância. “Eu me associo a todos aqueles que entendem esse ponto da PEC deve ser modificado”, adiantou o relator. Segundo Maia, a preocupação é evitar “intromissão indevida política da administração pública”.

Inovação no serviço público foi o tema básico da audiência de hoje. Participaram, entre outros, o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital (Ministério da Economia), Caio Paes de Andrade, o presidente da Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp), Pedro Pontual, o presidente na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Diogo Costa, e a livre-docente Irene Nohara, doutora em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo (USP).

Costa, da Enap, comentou as conclusões de um estudo que aponta demora de mudanças no setor público em relação ao mundo do trabalho, com “rígidas” classificações de cargo e um “anacronismo” que impediria o recrutamento de talentos. Pela pesquisa, 23% dos servidores “aposentáveis” até 2030 não precisariam ser repostos. E 18% dos não “aposentáveis” terão função obsoleta e poderiam ser, inclusive, dispensados. “Isso é um instrumento para o tomador de decisão, não é decisão tomada.”

Fonte: Rede Brasil Atual

Na próxima sexta-feira, dia 25 de junho, bancárias e bancários do Banco Mercantil do Brasil irão deliberar, em assembleia virtual, sobre as propostas de acordo dos programas próprios de Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR)auxílio educacional e do aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho referente ao ponto eletrônico.

A assembleia ocorrerá das 8 horas às 20 horas, e participarão Sindicatos dos Bancários de todas as bases que possuem unidades do Banco Mercantil do Brasil (BMB).

IMPORTANTE: A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), da qual o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense é filiada, indica a aprovação dos três acordos.

Para votar e participar, basta acessar o link de votação: https://bancarios.votabem.com.br/

O link estará, também, disponível em nosso site (http://www.bancariosbaixada.org.br/)

 

Avanços na PLR

Houve avanços em diversos pontos na negociação da PLR. O movimento sindical conquistou a redução de R$ 12,5 milhões na meta anual de lucro líquido a ser atingido, que baixou de R$ 250 milhões para R$ 237,5 milhões. Com a proposta da representação dos trabalhadores de gatilho de 80% da meta atingida, os bancários do Mercantil do Brasil passam a receber a partir da obtenção de lucro de R$ 190 milhões, que representa uma meta de crescimento de 26% do lucro em relação ao obtido no ano passado.

Também foi conquistado o aumento no limite dos múltiplos salariais dos escriturários de agências, em torno de 1.000 funcionários, que passa de 1,7 salário para 2 salários em caso de cumprimento das metas do acordo próprio de PLR.

Outro avanço foi a inserção de cláusula sobre o não desconto do programa próprio sobre o adicional de PLR estipulado pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários.

Também houve alteração na cláusula décima, sobre revisão anual do acordo, que passa a ter maior periodicidade de reuniões entre a empresa e a representação dos trabalhadores para ajustes necessários devido às incertezas decorrentes da Covid-19.

PLR do BMI

Em Belo Horizonte, onde existe também o Banco Mercantil do Brasil Investimentos (BMI), os trabalhadores deliberarão sobre o acordo de PLR específico.

“Assim como conquistado no programa de PLR do BMB, também obtivemos a melhoria na cláusula décima do acordo do BMI, prevendo uma revisão no acordo, até a data limite de um dia útil anterior à data do pagamento da antecipação, caso seja necessário ajustes às metas de lucro e redução de despesas, se, por ventura, houver prejuízos aos trabalhadores”, explicou Marco Aurélio.

Auxílio educacional

Em relação ao programa de auxílio educacional, o Banco Mercantil do Brasil aumentou o limite e o valor das bolsas. Eram 100 bolsas de R$ 250. Agora serão 120 bolsas de R$ 280. Os bancários contemplados terão direito a doze parcelas anuais.

Controle da jornada

Sobre o acordo de controle alternativo de jornada/ponto eletrônico, o acordo analisado e aprovado em assembleia realizada na base territorial do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, uma vez que o acordo não traz prejuízos aos trabalhadores e permite que a haja controle da jornada em home office.

O acordo de controle de jornada/ponto eletrônico será avaliado pelas assembleias locais, exceto em Belo Horizonte, onde esta apreciação já ocorreu.

Fonte: Contraf-CUT

A retomada da economia brasileira vai aprofundar a desigualdade no país. Os sinais de recuperação da atividade econômica vêm do comércio exterior, com um novo ciclo de commodities. Mas esse fator não é suficiente para equalizar os problemas de desemprego e queda de renda.

Há sinais de retomada na economia brasileira graças a fatores externos, de países que atuaram forte com a vacinação e ganharam mais dinamismo econômico, avalia o diretor-adjunto do Dieese, José Silvestre. “Mas esses sinais não chegam à mesa do trabalhador e das classes mais pobres”, afirma.

“São sinais positivos, mas há outros sinais contrários, como a ampliação do desemprego e a queda na renda das famílias. O PIB pode até crescer 4% neste ano, mas se chegar a esse patamar no máximo recupera o tombo de 2020, que foi de 4,1% negativo”, afirma o analista em entrevista a Deborah Izola, no jornal da Rádio Brasil Atual na manhã desta terça-feira (22).

Um estudo divulgado nesta segunda-feira atesta o aprofundamento da desigualdade com o ciclo da economia. E mostra que a recuperação econômica beneficiará apenas as classes mais altas, enquanto 1,2 milhão de famílias retrocederá à pobreza, para as classes ‘D’ e ‘E’. Esse estudo foi apresentado pela Tendências Consultoria com base em dados do IBGE, Ministério da Economia e Ministério da Cidadania. O estudo foi obtido pela Globonews.

Auxílio emergencial

Entre as causas que retêm a recuperação da economia para os trabalhadores, Silvestre indica o auxílio emergencial. O benefício fundamental para o enfrentamento da pandemia pelos trabalhadores ficou um período de três meses paralisado e foi retomado com a metade do valor de quando foi instituído em abril de 2020, em R$ 600.

A correção do salário mínimo abaixo da inflação também é fator que tem impacto negativo na renda dos trabalhadores. O governo Bolsonaro interrompeu o ciclo de ganho real do salário mínimo que foi implementado pelos governos Lula e Dilma. Silvestre diz que essa desatenção com o salário mínimo afeta especialmente famílias que tem renda mensal em torno de 2,7 salários.

Fonte: Rede Brasil Atual

Após pressão da representação dos funcionários, o Banco do Brasil esclareceu Instrução Normativa sobre a prova de vida de beneficiários do INSS. “O banco entrou em contato conosco e informou que os beneficiários com impossibilidade de locomoção, que estejam acamados, ou hospitalizados serão orientados a constituir um procurador junto ao INSS. Somente em casos excepcionais, quando não houver possibilidade de constituição de um procurador, o gestor deve solicitar autorização ao seu superior hierárquico para realizar a prova de vida fora do ambiente físico da agência”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) João Fukunaga.

E o documento do BB ainda esclarece o que seria o atendimento fora do ambiente físico da agencia: “Enquadram-se nesse requisito o beneficiário que já está nas proximidades da dependência, nas situações em que é conduzido de maca, ou cadeira de rodas, e não tem acesso ao interior da dependência”, explicou.

Sensacionalismo

Fukunaga disse ainda que o funcionário não deve se sentir pressionado, ou achar que não está cumprindo com sua responsabilidade social por causa de reportagens, ou ações extremadas de beneficiários ou de seus familiares.

“O Banco do Brasil e seus funcionários cumprem seu papel de banco público em apoio às políticas sociais no atendimento da população. Mas, não podemos ser responsabilizados por uma coisa que é responsabilidade do governo. Atuamos apenas como um conveniado, em apoio à execução das políticas sociais”, explicou. “Além disso, neste caso, não podemos deixar de dizer que não concordamos com a exigência da prova de vida neste momento, em plena pandemia. Uma medida que coloca em risco pessoas que são mais vulneráveis ao contágio”, disse o coordenador da CEBB, em crítica ao governo Bolsonaro.

Acompanhamento

Mesmo com os esclarecimentos dados pelo banco, o coordenador da CEBB disse que os sindicatos acompanharão de perto os procedimentos realizados pelos funcionários.

“Temos que estar atentos para evitar que haja abusos e descumprimentos do que o banco determina. Não podemos nos esquecer de que, dias antes, circulou um boletim interno pedindo que os funcionários ‘aproveitassem’ a realização da prova de vida para vender produtos e serviços e cumprir metas de vendas. Tampouco das ameaças feitas em áudios”, afirmou o coordenador da CEBB. “Sabemos que o banco orientou que isso não seja feito, mas já vimos, em outras ocasiões, gestores desrespeitarem a orientação da instituição para cobrar resultados onde eles não deveriam ser cobrados. Vamos ajudar o banco nesta fiscalização”, completou.

Quadro reduzido de funcionários

O coordenador da CEBB lembrou, ainda, que os programas de desestruturação do banco, implantados desde 2016, reduziram drasticamente o quadro de funcionários. “Existe sobrecarga de trabalho. Em muitos casos, gerentes precisam realizar todas as operações bancárias por falta de funcionários”, afirmou.

Desde 2016, o banco passou a reduzir o número de agências e de funcionários para se adequar ao mercado. De lá pra cá, o banco fechou 5.161 postos de atendimento e reduziu 17.518 vagas no quadro de funcionários.

“Não se trata de reestruturação, como anunciam pela imprensa. É uma desestruturação, que visa prejudicar a imagem do banco e de seus funcionários, com o objetivo de privatizar o banco sem que haja reclamações da sociedade”, disse. “Por isso, estamos em constante campanha em defesa dos bancos públicos e nesta semana iniciamos um processo de intensificação desta defesa em decorrência dos incessantes ataques do governo”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

A partir de primeiro de julho, todas as agências do Santander terão atendimento gerencial até as 16h. O atendimento no caixa permanece até às 14h. Algumas regionais já iniciaram a extensão de seus horários a partir desta semana.

A justificativa do banco é que está havendo aglomeração de clientes dentro das agências. Ainda segundo a empresa, a extensão visa melhorar o fluxo interno de atendimento e dar vazão pra demanda.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região aponta a preocupação com a saúde dos trabalhadores, que terão tempo maior de trabalho presencial e, com isto, correrão mais risco de exposição ao coronavírus.

A entidade também ressalta a urgência de contratar mais funcionários a fim de diminuir a sobrecarga de trabalho e, consequentemente, o fluxo de atendimento nas agências.

“No entanto, vamos monitorar nas próximas semanas qual o impacto desta extensão na rotina e carga de trabalho. Os bancários também devem buscar o Sindicato caso as medidas não estejam sendo cumpridas ou percebam uma exposição maior ao vírus” - Lucimara Malaquias, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander

Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo

O vice-presidente do Bradesco, André Cano, afirmou em reportagem publicada pelo Valor Econômico, nesta segunda-feira (21), que cogita a volta dos funcionários ao escritório em 2022. De acordo com o executivo, cerca de 98% da equipe está hoje em trabalho remoto.

Os bancários estão em home office desde março do ano passado, quando – no início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) – o Comando Nacional dos Bancários negociou com a Federação Nacional dos Bancos o estabelecimento do regime para a proteção dos trabalhadores. Em setembro, os bancários do Bradesco aprovaram, em assembleias virtuais, o acordo de teletrabalho do banco.

“Todas as etapas até agora foram negociadas com o movimento sindical. A volta também será, para garantirmos a segurança de todos os bancários do Bradesco. Nós precisamos pensar nas etapas que isso ocorrerá e quais os critérios de volta. A saúde e a segurança dos trabalhadores têm de estar em primeiro lugar”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

Pesquisa Teletrabalho

O Comando Nacional dos Bancários, com apoio de federações e sindicatos da categoria de todo o país, iniciou no dia 18 de junho a segunda pesquisa sobre teletrabalho da categoria. A fase de respostas pela categoria segue até 2 de agosto. A compilação e analise será feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e os resultados serão apresentados durante a 23ª Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada nos dias 3 e 4 de setembro.

Na primeira pesquisa, feita com 11 mil bancários, 78% dos respondentes afirmaram que tiveram aumento na conta de luz e 42% afirmaram que gostariam de adotar um regime híbrido de trabalho. “Em julho do ano passado, quando foi realizada a primeira pesquisa, fazia pouco tempo que quase a metade da categoria tinha ido para o home office. Os dados foram fundamentais para entender quais questões deveriam ser levadas para a mesa de negociação para buscarmos melhorar as condições de trabalho dos bancários em home office”, explicou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que também é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira. “Temos que verificar os efeitos deste período mais longo de trabalho em casa sobre a categoria”, completou.

Fonte: Contraf-CUT

Depois de ter enviado um boletim interno orientando os funcionários a aproveitar a prova de vida dos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para vender produtos e serviços, o Banco do Brasil colocou superintendentes de todo o país para enviar áudios aos gestores de agências para convencê-los a enviar funcionários para as casas de beneficiários, e até em hospitais, para realizar a prova de vida, sem segurança, sem vacina e sem amparo legal para tanto.

O ponto 12.9 da Instrução Normativa, sobre a realização de prova de vida pelo banco, diz que ela “poderá ser realizada por funcionário BB fora do ambiente da dependência, em casos excepcionais, quando o beneficiário estiver impossibilitado de se locomover, ou estiver acamado/hospitalizado”.

“Alteraram uma Instrução Normativa deixando um texto dúbio para amparar a saída dos funcionários”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “As denúncias que chegaram até nós são de que os áudios eram em tom de ameaça a quem se recusar a fazer a prova de vida, ou, se houver reclamação, o funcionário perderá o semestre no Conexão, na PLR e no PDG”, completou.

O Conexão e o PDG (Programa de Desempenho Gratificado) são programas de premiação de desempenho dos funcionários, medidos de acordo com metas definidas pelo banco. A PLR é a Participação nos Lucros e/ou Resultados, definida em Lei, na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e no Acordo Coletivo de Trabalho específico do banco.

“São ameaças absurdas! Jamais um funcionário deve ser ameaçado desta maneira. Mas, são coisas que acabam acontecendo quando o banco não é transparente com relação à definição das metas e de quem deve ser, ou não premiado. Fica no subjetivismo que descambam para o tipo de coisa que está acontecendo”, disse Fukunaga. “O mais absurdo é que isto vem da área de negócios de varejos, comandada por vice-presidente elevado do cargo de superitende de forma repentina por ter apoiado o atual Presidente da República desde a campanha eleitoral. Mais uma medida criada sem qualquer preocupação com a vida das pessoas, neste caso dos funcionários do Banco do Brasil”, completou.

Prova de vida

Com relação à realização da prova de vida pelos funcionários do banco, o coordenador da CEBB explica que ela só poderia ser feita nas dependências da agência e apenas para os beneficiários que têm conta no banco.

“Mandar os funcionários realizarem atendimentos fora das dependências das agências vai contra o que está estabelecido no contrato de trabalho. A Instrução Normativa alterada pelo banco para permitir este atendimento não tem amparo legal”, explicou Fukunaga. “Daqui a pouco vão querer obrigar os funcionários a irem aos hospitais para realizar a prova de vida. Em uma situação normal isso já seria grave. Com uma pandemia estabelecida no país isso é ainda pior. Os funcionários não estão preparados para realizar este tipo de serviço. E nem precisam se sentir obrigados a fazê-lo”, disse. “Mas, tudo isso faz parte da política de sucateamento e ataques ao banco e aos funcionários e às suas imagens”, completou.

Problemas à vista

Para o coordenador da CEBB, colocar bancários para realizar serviços de assistência social e em ambientes fora do banco, sem que os mesmos tenham a devida capacitação, pode gerar sérias consequências para todos. “Esta é uma responsabilidade do INSS, que como o nome diz, trabalha com serviço social. O problema é que o governo também sucateia o INSS e, por isso, este não consegue atender toda a demanda. Além disso, em plena pandemia, obriga as pessoas, muita vezes acamadas, ou impossibilitadas de se locomover, a realizarem prova de vida, colocando-as em risco. Depois, não quer ser responsabilizado pela morte das mais de 500 mil pessoas que morreram de Covid-19″, observou Fukunaga.

“Mas, responsabilizar os bancários por um atendimento para o qual eles não estão preparados e sem amparo legal, nem segurança sanitária, é no mínimo irresponsabilidade, ou sensacionalismo”, disse o representante dos funcionários ao se referir à reportagem veiculada pelo telejornal RJTV, da Rede Globo no dia 16 de junho. “Jogar a culpa no bancário é fácil. Quero ver a jornalista fazer o verdadeiro jornalismo e ir a fundo no problema, que vai muito além das paredes da agência e chegam às vidraças do Palácio do Planalto, passando também pelo Congresso Nacional”, desabafou.

O telejornal da Globo no Rio de Janeiro exibiu uma reportagem de uma senhora de 86 anos, que estava acamada e não conseguiu fazer a prova de vida pelos meios digitais indicados pelo INSS. Por isso, foi levada pela filha em um carro para fazer a prova de vida em uma agência do Banco do Brasil.

“É triste. Mas, é preciso dizer que muitos outros casos devem ocorrer Brasil afora. Culpa dos funcionários já sobrecarregas que restam nas agências e que não receberam sequer capacitação para realizar o serviço? Claro que não. É de quem diz que o banco já era para ter sido privatizado, mas que joga para o Banco do Brasil os casos de emergência”, disse Fukunaga, ao lembrar das declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes.

“É por isso que estamos em constante campanha em defesa dos bancos públicos e nesta semana iniciamos um processo intensificação desta defesa em decorrência dos incessantes ataques do governo”, concluiu.

Quadro reduzido de funcionários

Além disso, o coordenador da CEBB também lembrou que os programas de desestruturação do banco, implantados desde 2016, reduziram drasticamente seu quadro de funcionários. “Existe sobrecarga de trabalho. Em muitos casos, gerentes precisam realizar todas as operações bancárias por falta de funcionários”, afirmou. “Imagina incluir a obrigação de se fazer prova de vida de beneficiários do INSS nas casas e hospitais. O gerente sai e deixa uma plaquinha ‘volto já’ grudada na porta?”, questionou o coordenador da CEBB?

Desde 2016, o banco passou a reduzir o número de agências e de funcionários para se adequar ao mercado. De lá pra cá, o banco fechou 5.161 postos de atendimento e reduziu 17.518 vagas no quadro de funcionários.

“Não se trata de reestruturação, como anunciam pela imprensa. É uma desestruturação, que visa prejudicar a imagem do banco e de seus funcionários, com o objetivo de privatizar o banco sem que haja reclamações da sociedade”, disse.

Fonte: Contraf-CUT