Maio 14, 2025
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Bancárias e bancários do Mercantil do Brasil realizaram, na quinta-feira (26), seu Encontro Nacional para definir a pauta de reivindicações, que será negociada com o banco, e um plano de luta. O evento híbrido, com participantes presenciais e de forma remota, ocorreu na sede da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi-MG), em Belo Horizonte.

Na abertura, o presidente do Sindicato dos Bancários de BH e Região, Ramon Peres, afirmou que os encontros de bancários reforçam a organização da categoria, que vem assegurando conquistas há décadas. “Esses encontros nacionais têm, também, a importância de definir uma estratégia para a nossa Campanha Nacional, que vai ser dura e ocorrer em uma conjuntura em que não há muita definição política e econômica no país. Mas, temos total condição de fazer este enfrentamento na defesa das bancárias e dos bancários”, destacou.

Reivindicações

No encontro, foi construída uma minuta de reinvindicações que deverá ser entregue à direção do Mercantil do Brasil, com os tópicos: PLR mais justa e igualitária; contratação de mais funcionários e fim da extrapolação da jornada; fim da alta rotatividade; implementação de planos de carreira, cargos e salários; fim das metas abusivas; fim do assédio moral e da violência organizacional; extensão dos programas de vacinação; segurança bancária e manutenção do auxílio educacional 2022; entre outros.

Análise de conjuntura e sistema financeiro

Durante o encontro, Catia Uehara, economista e técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), falou sobre o atual cenário econômico do Brasil, com juros altos, inflação e desemprego. Mesmo assim, apenas no primeiro trimestre de 2022, os bancos somaram lucro de R$ 28 bilhões. Ao mesmo tempo, vê-se a redução no número de agências e de postos de trabalho bancários. Veja aqui a apresentação.

Catia apresentou, ainda, dados dos balanços do Mercantil do Brasil, com destaque para o lucro recorde de R$ 184,5 milhões, em 2021, e a queda de 8% no lucro do primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. Veja aqui os destaques do Dieese.

Para o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) Mercantil do Brasil, Marco Aurélio Alves, os números apresentados pelo Dieese sobre a alta rotatividade, de 24% no banco, atestam que o banco se utiliza dessa fria estratégia para demitir funcionários com mais tempo de casa e maiores salários e contratar trabalhadores com menores remunerações, reduzindo assim o valor da folha de pagamento. “Exigimos respeito e valorização dos funcionários do Mercantil do Brasil. Não somos apenas números, somos humanos que entregamos o resultado e contribuímos com crescimento do banco. Neste sentido, nossa campanha salarial é primordial para a manutenção dos direitos e para mostrarmos a força da categoria bancária. Só a luta nos garante!”, afirmou.

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

“Em seus pronunciamentos, o Fausto Ribeiro sempre diz que ‘o Banco do Brasil é do mercado e do Brasil’. Os acionistas sempre querem mais lucros. Isso significa redução de postos de trabalho e a consequente sobrecarga e adoecimento dos funcionários. Significa precarizar o atendimento aos clientes, não apenas com a redução dos funcionários, mas também com o fechamento de agências e o aumento das tarifas e taxas”, comentou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, sobre a distribuição de R$ 714,2 milhões de reais em juros sobre o capital próprio a título de remuneração antecipada aos acionistas da instituição, anunciado na manhã desta sexta-feira (27), em comunicado.

O valor é relativo ao segundo trimestre de 2022 e será pago com base na posição acionária de 13 de junho. “A sociedade e os funcionários (e o Fausto é um funcionário) não podem se deixar enganar que ‘o mercado’ quer o bem do Banco do Brasil e da sociedade. Eles querem lucro cada vez maior, mesmo se for necessário sacrificar os funcionários e o povo”, completou.

Fukunaga lembra ainda que já faz muitos anos que o banco apresenta resultados positivos. “O BB já passou pelas reestruturações necessárias para transformá-lo em uma instituição eficiente e lucrativa. As estruturações que vêm ocorrendo nos últimos três ou quatro anos são para saciar a sede de lucro dos acionistas minoritários e para preparar a instituição para a entrega do patrimônio público ao mercado, com uma possível privatização, ou perda de competitividade”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou na terça-feira (24) o Projeto de Lei (PL) 5.503/2019, que autoriza participantes e pensionistas de planos de previdência complementar a optar pelo regime de tributação no momento da obtenção do benefício ou do resgate dos valores acumulados. Pela legislação em vigor o associado é obrigado a tomar essa decisão na adesão ao plano de benefícios, o que dificulta muito a sua escolha. Esse regime de tributação vale apenas para os associados do Previ Futuro e do Previ Família.

O projeto, que sempre foi defendido pelos dirigentes eleitos da Previ, é de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) e foi aprovado por 11 votos a 2. Ele já havia sido aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado e agora segue para tramitação na Câmara dos Deputados. “Esse é um projeto muito importante para todos os participantes do sistema de previdência complementar e uma demanda antiga dos associados da Previ”, comemora Wagner Nascimento, diretor eleito de Seguridade da Previ, que tem acompanhado pessoalmente a tramitação do PL no Congresso Nacional, junto com os conselheiros deliberativos eleitos da Previ e das entidades representativas do funcionalismo do Banco do Brasil.

“Desde o início da tramitação acompanhamos este projeto e, mais recentemente, estivemos novamente conversando com senadores e assessorias em diversos gabinetes, explicando o projeto e a sua importância para o benefício dos associados, bem como monitorando a pauta das votações na CAE. Continuaremos a acompanhar o andamento do projeto assim que começar tramitar na Câmara dos Deputados. Esse trabalho corpo a corpo é muito importante, bem como a mobilização das nossas entidades, associados e associadas da Previ, de todo o sistema e trabalhadores associados a fundos de pensão”, convoca Wagner.

Fonte: Contraf-CUT

A "Chapa 1 – Consciência e Luta", apoiada pelo Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense e por todos os Sindicatos de base da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), venceu as eleições do Sindicato dos Bancários de Nova Friburgo e Região, para o período entre os anos 2022 a 2026, com mais de 99% dos votos.

As eleições ocorreram nesta última quinta-feira, dia 26 de Maio.

A entidade, agora, será presidida por Luiz Gabriel Almeida Velloso.

Bancárias e bancários puderam votar numa urna fixa disponibilizada no auditório da Sindicato, além de mais 7 urnas itinerantes, que percorreram as cidades de sua base e dos bairros de Nova Friburgo.

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reúne na tarde desta sexta-feira (27) com representantes do banco para questionar o fechamento de agências, o que tem gerado ainda mais demissões, sobrecarga de trabalho e adoecimento para os que ficam, além de prejudicar os clientes com atendimento ainda mais precário.

“O fechamento e suas consequências não se justificam, já que o lucro em 2021 teve um salto de 45% em relação a 2020, segundo o balanço do Itaú, o que lhe garantiu um lucro de R$ 26,9 bilhões”, afirmou Jair Alves, coordenador da COE.

Fonte: Contraf-CUT

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) iniciou o pagamento da segunda parcela do 13º salário para aposentados e pensionistas nesta quarta-feira (25). A primeira parcela foi liberada pelo Instituto no mês de abril e beneficiou 31 milhões de segurados. 

O pagamento, que será efetuado até o dia 7 de junho, prioriza aquelas pessoas que recebem do INSS o valor de um salário mínimo (R$ 1.212), que representam 60% dos aposentados e pensionistas cadastrados. O valor vai cair na conta juntamente com o pagamento regular do mês de maio. 

Para consultar o valor a ser recebido, você pode entrar em contato por telefone com a Central de Atendimento do INSS pelo número 135. O atendimento neste canal está disponível de segunda a sábado, das 7h às 22h. 

Mas se preferir, pode também acessar o site Meu INSS ou baixar o aplicativo Meu INSS para seu smartphone ou tablet. No momento da consulta é necessário informar dados cadastrais do segurado, como o número do CPF.

Ao todo, com a primeira e a segunda parcela pagas, serão R$ 56,7 bilhões destinados a cerca de 36 milhões de pessoas, que recebem agora a segunda metade do valor. 

É importante lembrar que quem recebe Benefício de Prestação Continuada (BPC) não tem direito ao 13º salário.

Em março deste ano foi assinado o decreto que garante a antecipação do pagamento do 13º salário para o mês de maio e junho. Desde 2020, por conta da pandemia da Covid-19, estes pagamentos que antes ocorriam em agosto e dezembro, estão sendo antecipados.

Confira abaixo o calendário de pagamento dos benefícios, conforme número final do cartão do beneficiário e o valor a ser recebido.


A segunda parcela do 13º salário do INSS será paga juntamente com o calendário de pagamento de maio/2022 / Meu INSS

 


Pagamento para pessoas que recebem mais que um salário mínimo será feito entre os dias 1º e 7 de junho de 2022 / Meu INSS

Fonte: Brasil de Fato

Os funcionários do Banco Mercantil do Brasil (BMB) realizam nesta quinta-feira (26) seu Encontro Nacional. A atividade, que faz parte da Campanha Nacional da categoria será realizado de forma híbrida, parte presencial, na sede da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi/MG), em Belo Horizonte (MG), e parte na modalidade remota, pela internet, por uma plataforma de videoconferência.

“Este encontro é muito importante. Vamos debater questões que afetam toda a categoria e também aquelas que afetam o dia a dia de nosso trabalho. E tudo isso vai ajudar a construir nossa de pauta de reivindicações que será entregue para o Mercantil e para todos os bancos”, disse o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do BMB, Marco Aurélio Alves.

O Brasil que a gente quer

Mas, o coordenador da COE do Mercantil ressaltou que o Encontro Nacional também refletirá sobre questões mais gerais, que afetam toda a classe trabalhadora. “Vivemos um momento muito crítico em nosso país, com desemprego alto, inflação alta, simultaneamente com uma carestia em praticamente todos os produtos da cesta básica. E isso também precisa ser falado, pois também afeta nosso dia a dia como bancários”, disse.

Para Marco Aurélio, é importante, também, que o Encontro Nacional dos Funcionários do Mercantil reflita sobre as eleições que ocorrerão neste ano. “Não tem como não falarmos das eleições. Precisamos eleger candidatos, para todos os cargos em disputa, que tenham compromisso com os trabalhadores, candidatos que estejam, verdadeiramente, preocupados com a criação de emprego e o aumento da massa salarial e que, principalmente, garantam os serviços básicos que a população mais carente precisa, como o preço dos alimentos, a educação, a saúde e as políticas assistenciais”, disse. “O nosso encontro precisa contribuir com a construção do Brasil que a gente quer”, completou.

Fonte: Contraf-CUT

Após quase quatro anos, a bancária Lívia Gomes Terra conseguiu restaurar na Justiça a verdade sobre a calúnia feita contra ela pelo engenheiro Renato Henrique Scheidemantel, por meio de redes sociais. A fake news, lançada em 8 de setembro de 2018, era que Lívia havia passado a faca ao agressor minutos antes do atentado ao então candidato Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora (MG), ocorrido dois dias antes.

O engenheiro foi condenado por crime contra a honra, com agravo pelo uso de meio digital, para facilitar a difusão da mentira. A pena, proferida em 13 de maio pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio, ficou em 10 meses e 20 dias de detenção. A prisão, porém, foi substituída por restrição de direitos e será convertida em prestação de serviços à comunidade. Ainda cabe recurso.

Show de horrores

A foto usada na fake news era de uma mulher que, como Lívia, tinha pele clara e cabelo escuro. Este, porém era comprido na foto, diferente do de Lívia, curto. A mulher usava óculos Ray-Ban, semelhantes ao de Lívia, o que ligou uma à outra. “A única coisa que nos associava é vendida em qualquer camelô”, disse.

Lívia conta que deduziu que a foto foi vinculada à sua imagem por buscadores da internet e por interesse de quem queria difundir a fake news, em especial, pelo seu perfil de esquerda. “Alguém que eu não fazia ideia de quem era pegou meu perfil e disse que eu estava no meio daquela multidão e havia passado a faca para Adélio. Minha vida virou um inferno”, disse.

A publicação viralizou e Lívia começou a receber ameaças pelas redes sociais, enquanto publicações com a calúnia se multiplicavam na internet, com a divulgação de seus dados, de que trabalhava na Caixa e era diretora do Sindicato, além de endereços da família. Hoje, Lívia é vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Juiz de Fora e secretária de Políticas Sociais da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi-MG). Naqueles dias, o Sindicato teve inclusive que reforçar a segurança.

Para se proteger, Lívia ficou por anos com limitações para sair de casa. “Foi um verdadeiro show de horrores! Mensagens agressivas e ameaçadoras, meses sem poder andar pelas ruas desacompanhada”, contou Lívia, ao relatar que foi surpreendida pela postagem falsa no Facebook.  “Fiquei impedida de ter minha vida normal. Eu só conseguia sair para trabalhar, mesmo assim com crises de pânico, tremores, taquicardia, ânsia de vômito, aperto no peito, falta de ar, choro descontrolado. São quase quatro anos de terror! Ainda hoje alterno fases críticas com fases mais leves”.

“Uso nocivo das redes”

A ação de Lívia foi movida pelos advogados Thiago Almeida e Letícia Delgado. Na sentença, o juiz esclarece que “o uso contínuo e nocivo das redes sociais não pode servir de desculpa para a prática de crimes contra a honra (aliás, tais delitos têm crescido exponencialmente nos últimos anos), eis que os aplicativos e sites de internet não se constituem em ‘terras sem lei’, integrando nosso ordenamento jurídico, cumprindo ressaltar que tais veículos ‘on-line’ possuem alta capacidade destrutiva da dignidade e honra pessoal quando utilizados de forma criminosa e aumentam consideravelmente o alcance das ofensas proferidas”.

Fonte: Contraf-CUT

saque extraordinário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) está disponível para nascidos em julho desde o sábado (21). A partir da próxima quarta-feira (25) será liberado para aniversariantes de agosto, no próximo sábado (28) será a vez de quem nasceu em setembro. 

O benefício começou a ser depositado no dia 20 de abril (para nascidos em janeiro). Cada trabalhador contemplado poderá sacar até R$ 1.000, de acordo com o valor disponível na sua conta do FGTS.

As liberações dos valores estão sendo feitas conforme o mês de nascimento dos trabalhadores e os saques podem ser realizados no máximo até o dia 15 de dezembro. 

Após este prazo, os valores que não forem retirados, gastos ou transferidos, retornarão para a conta do FGTS do trabalhador.

Para consultar o seu valor disponível basta acessar o site ou baixar o aplicativo do FGTS no smartphone ou tablet

Confira abaixo o calendário do Saque Extraordinário, divulgado pela Caixa Econômica Federal:


Calendário de pagamento no saque extraordinário do FGTS / Agência Brasil

Como receber?

Assim que o valor for liberado, o crédito do Saque Extraordinário do FGTS estará disponível na Conta Poupança Social Digital da Caixa, aberta pela Caixa em nome dos trabalhadores. 

Se você aceitar cadastrar a biometria no sistema, deve enviar uma foto de algum documento oficial e o crédito poderá ser recebido em conta corrente ou poupança de qualquer banco. 

Leia também: Saque extraordinário do FGTS é paliativo que reduz espaço para investimentos sociais

Todos os trabalhadores que possuem FGTS têm o direito ao saque, mas quem não quiser retirar o dinheiro deve acessar o aplicativo do FGTS ou ir em alguma agência Caixa informar que não deseja receber o crédito. Neste caso o dinheiro permanecerá na conta do FGTS do trabalhador. 

O acesso aos valores das contas do fundo geralmente só pode ser feito em situações específicas como demissão sem justa causa, compra da casa própria ou aposentadoria. O governo federal, no entanto, publicou uma Medida Provisória liberando este saque extraordinário. 

Fonte: Brasil de Fato

De acordo com a Oxfam, os bilionários do mundo todo que estão reunidos em Davos, na Suíça, “têm muito o que comemorar”. Isso porque a “riqueza bilionária” e os “lucros corporativos” cresceram vertiginosamente, atingindo níveis recordes durante a pandemia da covid-19. Nesse período, surgiu um novo bilionário a cada 30 horas, em média. Atualmente, existem 573 bilionários a mais do que em 2020, quando a pandemia começou. Em 24 meses, esse grupo viu suas fortunas atingirem US$ 12,7 trilhões, crescimento de 42%. Por outro lado, a combinação entre a crise da covid-19, o crescimento da desigualdade e o aumento dos preços dos alimentos pode fazer com que até 263 milhões de pessoas estejam na extrema pobreza em 2022, revertendo décadas de progresso.

Os números são do relatório Lucrando com a Dor, que a Oxfam publicou nesta segunda-feira (23). Com dados da revista Forbes e do Banco Mundial, a ONG mediu o avanço da “pandemia de desigualdade” durante o auge da emergência em saúde, que já matou mais de 6,2 milhões de pessoas em todo o mundo.

O estudo indica que, atualmente, a riqueza total dos bilionários equivalente a 13,9% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Trata-se de um aumento de 4,4% em relação a 2000. O resultado é que os 10 homens mais ricos do mundo têm mais riqueza do que os 40% mais pobres juntos. Somente os 20 bilionários mais ricos possuem mais do que todo o PIB da África Subsaariana.

Como exemplo, a Oxfam afirma que Elon Musk, o homem mais rico do mundo, poderia perder 99% de sua fortuna e, ainda assim, estaria entre os 0,0001% dos mais ricos. Desde 2019, o seu patrimônio aumentou 699%, de acordo com o relatório.

Outro lado

A ONG destaca que a covid-19 impulsionou o “maior aumento sistêmico” da desigualdade já visto. Nesse sentido, a explosão nos preços dos alimentos e da energia, que afetam mais fortemente a renda dos mais pobres, deve aumentar ainda mais a desigualdade global.

O estudo indica que a renda de 99% da população mundial caiu durante a pandemia, enquanto os bilionários já se recuperaram, ampliando renda e patrimônio. Somente no ano passado, a renda dos 40% mais pobres registrou queda de 6,7%. Em 2021, 125 milhões de empregos em tempo integral foram perdidos.

O relatório também indica que os governos não conseguiram impedir que a pandemia aprofundasse as desigualdades de gênero. Nesse período, as mulheres foram afastadas do trabalho “de maneira desproporcional”. Isso porque os setores de serviços, como turismo, hospitalidade e assistência, os mais afetados pelos lockdowns e medidas restritivas, são os que contam com a maior presença feminina. Como resultado, aumentou de 100 para 136 anos a projeção para a eliminação da diferença salarial entre homens e mulheres.

A pandemia também afetou mais fortemente grupos “racializados”, como indígenas e afrodescentendes no Brasil, do que a população branca. Além disso, os países mais pobres registraram um número quatro vezes
maior de mortes do que os ricos.

Quem mais lucrou com a dor

O relatório da Oxfam também aponta alguns dos “titãs” bilionários que mais lucraram com a dor durante a pandemia. Dentre eles, estão “dinastias” do setor alimentício, grandes petrolíferas, gigantes do setor farmacêutico e empresas do setor de tecnologia. A família Walton, por exemplo, dona da rede de norte-americana de supermercados Walmart, viu sua riqueza crescer US$ 8,8 bilhões durante a pandemia.

Cinco das maiores empresas de petróleo (BP, Shell, TotalEnergies, Exxon e Chevron) obtiveram um lucro combinado de US$ 82 bilhões somente no ano passado. Em 2021, elas pagaram US$ 51 bilhões em dividendos nos Estados Unidos. Mas a maior parte dessa riqueza é apropriada por uma minoria, já que os 10% mais ricos norte-americanos possuem 89% das ações do país. A farmacêutica Pfizer, empresa que mais vendeu vacinas no mundo, pagou US$ 8,7 bilhões em dividendos aos acionistas.

Caminhos

Para conter a riqueza extrema, o relatório propõe um imposto pandêmico “urgente” sobre os lucros excessivos das maiores corporações do mundo. “A Oxfam insta por um imposto temporário de 90% sobre os lucros excedentes134, para capturar os lucros extraordinários das empresas em todos os setores”. Também defendem um “imposto de solidariedade pandêmico” de 99% sobre as novas riquezas dos bilionários.

Além disso, organização também defende um “imposto patrimonial permanente” para os mais ricos. A Oxfam sugere um imposto patrimonial líquido de 2% sobre fortunas pessoais acima de US$ 5 milhões; 3% para fortunas acima de US$ 50 milhões; e 5% para as acima de US$ 1 bilhão. No total, seriam arrecadados US$ 2,52 trilhões em todo o mundo. Assim, seria o suficiente para tirar 2,3 bilhões de pessoas da pobreza, produzir vacinas contra a covid-19 para o mundo e oferecer saúde universal e proteção social para todos que vivem em países de baixa e média renda, que somam 3,6 bilhões de pessoas.

Fonte: Rede Brasil Atual