Maio 13, 2025
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A Uni Global Union e a entidade Internacional dos Serviços Públicos (ISP) lançaram, no dia 25 de novembro, uma campanha mundial para reivindicar a ratificação da Convenção 190 da OIT sobre violência e assédio no mundo do trabalho.

A Convenção 190 foi assinada em junho deste ano, durante a Conferência da Organização Internacional do Trabalho e tem como objetivo garantir que toda trabalhadora e toda trabalhador tenha direito de se retirar de uma situação que represente “perigo iminente e grave para a sua vida, sua saúde, ou sua segurança, em razão da violência e do assédio, sem sofrer represálias”.

Para a secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elaine Cutis, a Convenção 190 é um instrumento muito importante acabar com as práticas de violência nos locais de trabalho e na sociedade. “Lutamos muito por essa Convenção, ajudamos a construí-la e, agora, estamos lutando pela sua ratificação em Brasília”, disse.

O documento define violência e assédio como comportamentos, práticas ou ameaças que visem e resultem em danos físicos, psicológico, sexuais ou econômicos para trabalhadoras e trabalhadores atingidos por essas graves situações. A Convenção 190 registra também que os Estados-membros têm a responsabilidade de promover um ambiente geral de tolerância zero contra atitudes patronais e prejudiciais aos trabalhadores.

“É preciso que todos os sindicato e federações se mobilizem para ajudar nas reivindicações pela ratificação da Convenção 190 da OIT, e também pressionar os governos”, concluiu Elaine Cutis.

Fonte: Contraf-CUT

Quase 43% dos municípios brasileiros tinham livrarias em 2011, mas no ano passado essa presença diminuiu para 17,7%, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (5) pelo IBGE. Também em 2018, pouco mais de 32% da população morava em cidades sem museu, 31% sem teatros ou salas de espetáculo e 39,9% sem cinema – e 14,8% não tinham provedor de internet. De acordo com o instituto, apesar de aumento nominal para R$ 9,1 bilhões, o orçamento destinado à cultura, em todas as esferas de governo, diminuiu para 0,21% do total, ante 0,28% em 2011.

Conforme o Sistema de Informações e Indicadores Culturais, do IBGE, a participação do setor nos gastos do governo federal em relação ao orçamento total caiu de 0,08% para 0,07%. No caso dos governos estaduais, houve redução mais severa, de 0,42% para 0,28%. Nos municípios, passou de 1,12% para 0,79%.

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“Os investimentos em cultura vêm caindo devido à crise fiscal, rotatividade de quadros e descontinuidade de políticas no governo federal. O orçamento fica limitado às despesas de custeio”, afirma o pesquisador do IBGE Leonardo Athias. “Os resultados mostram estagnação e queda dos investimentos com perda de importância da cultura nos gastos públicos das três esferas. Há redução dos investimentos, à exceção do audiovisual, que cresceu em participação.  Os investimentos de cultura no Brasil ainda são baixos e perderam importância em relação à inflação. O IPCA cresceu 52% e os gastos tiveram expansão de apenas 28,6%. Já o mecenato, mecanismo criado pela a lei de incentivo à cultura, ficou estagnado em R$ 1,3 bilhão”, acrescenta.

Desigualdade

O levantamento de dados do IBGE mostra que pessoas sem instruções ou ensino fundamental incompleto tinham menos acesso a museus, teatros, cinemas, rádios locais e provedores de internet do que pessoas com maior nível de escolaridade. “Você tem uma dupla desigualdade. Entendemos que há uma restrição de acesso à educação e ao mesmo tempo coincide com municípios que têm menos estrutura, menos presença de equipamentos culturais. Vemos isso pela distribuição regional, pelos estados do Norte e Nordeste, que têm menos estrutura de equipamentos, menos capilaridade, menores níveis socioeconômicos e você tem uma soma de desvantagens”, diz o pesquisador.

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Nos últimos anos, enquanto livrarias, jornais impressos, locadoras de vídeo e lojas de discos perderam espaço, houve aumento em relação aos cinema: a presença nos municípios subiu de 8,7% para 10%. Athias observa que não houve perda com a internet e os consequentes serviços de streaming. “Um ponto interessante da pesquisa é a indicação de que eles não são concorrentes diretos. Quem gosta de cinema entende que é uma experiência diferente de assistir a um filme em casa.”

Segundo o IBGE, os trabalhadores na área de cultura representam, em 2018, 5,7% do total de ocupados, ou 5,2 milhões de pessoas, com pequena maioria de mulheres (50,5%) e brancos (52,6%). A informalidade no setor aumentou, refletindo uma tendência do mercado de trabalho: os empregados com carteira assinada passaram de 45%, em 2014, para 34,6%, enquanto aqueles por conta própria subiu de 32,5% para 44%.

Incentivos fiscais

O gasto mensal com cultura é outro indicador de desigualdade, aponta o instituto. Na média, foi de R$ 282,86 no período 2017-2018. Famílias com menor rendimento comprometiam 5,9% dos gastos com atividades culturais, enquanto o grupo com renda superior gastava o equivalente a 7,9%, para uma média nacional de 7,5%.

Também no ano passado, de acordo com o IBGE, os incentivos fiscais à cultura somaram R$ 1,295 bilhão, menos do que em 2011 (R$ 1,325 bilhão). Do total de 2018, R$ 1,272 bilhão referem-se a renúncia fiscal e R$ 23 milhões, a investimentos efetivos do setor privado – apenas 13,9% da despesa orçamentária pública. O setor como um todo movimentou R$ 226 bilhões.

“Temos uma política de renúncia fiscal que serve para incentivar projetos culturais e cujo lado positivo é dar liberdade aos agentes econômicos. A crítica que se faz é que há uma concentração onde estão as grandes empresas”, comenta o pesquisador do IBGE. O Sudeste lidera em número de projetos, mas a participação diminuiu: de 65,4%, em 2011, para 57,3% em 2018 – mas ainda responde por 77,3% do total captado. O Sul passou de 22,1% para 33,4% dos projetos, enquanto a região Norte cresceu de 0,7% para 1,1%. Houve recuos nas regiões Nordeste (de 8% para 6,8%) e Centro-Oeste (de 3,8% para 2,8%).

Fonte: Rede Brasil Atual

Se o governo Bolsonaro privatizar o Banco do Brasil, como vem sendo anunciado pela imprensa, os aumentos dos preços da carne bovina, de porco e de frango podem ser apenas o começo da alta dos preços dos alimentos, segundo a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “A alta pode atingir toda a cesta básica, uma vez que quase 70% de toda a carteira de crédito rural é de responsabilidade do banco”, disse.

Um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em dados do Banco Central, aponta que, em fevereiro de 2019, 72,9% da carteira de crédito rural era de responsabilidade dos bancos públicos, com destaque para o Banco do Brasil e para o Banco do Nordeste.

Por isso, para a representante eleita pelos funcionários para o Conselho de Administração do Banco do Brasil, Débora Fonseca, a privatização do Banco do Brasil prejudicaria toda a cadeia produtiva da agropecuária. “O financiamento, obviamente, ficaria mais caro. Com isso, a agricultura familiar seria inviabilizada. O custo da produção aumentaria e isso seria repassado para os preços dos alimentos que chegam à mesa da população brasileira, que é quem pagaria o ‘pato’ por essa política inconsequente de redução do Estado, que vem sendo implantada pelo atual governo”, disse.

A grande concentração da carteira de crédito rural nas mãos do Banco do Brasil não se dá pela falta de concorrência, mas sim porque o banco oferece os menores custos de financiamento para os produtores rurais e também porque, como banco público, tem como princípio a disponibilização do crédito para o desenvolvimento econômico e social do país. “Os bancos privados não têm como prioridade o desenvolvimento do país, eles visam lucro. Por isso, cobram taxas altas, não se importam em fechar agências em cidades que, para eles, não trazem retorno financeiro e tampouco com o oferecimento de crédito para todos os segmentos econômicos e regiões do país”, observou a presidenta da Contraf-CUT.

Os bancos privados não são proibidos de oferecer crédito rural, mas não o fazem porque querem cobrar taxas acima das que são oferecidas pelos bancos públicos, como o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste, os maiores detentores da carteira.

“Por isso, ao contrário do que alguns podem pensar, a privatização do Banco do Brasil não vai reduzir os spreads e muito menos aumentar a concorrência. São os bancos públicos, quando bem utilizados, que servem como ferramenta de desenvolvimento econômico e de redução das taxas de juros. Com a privatização, o governo perderá o controle sobre essa importante ferramenta de controle da economia do país”, explicou a presidenta da Contraf-CUT, se contraponto à afirmação do deputado federal e vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária, José Mario Schreiner (DEM-GO), em entrevista concedida ao jornal Valor Econômico.

Desmonte do BB

Para o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, mesmo que o governo negue a intenção de privatizar o Banco do Brasil, esta privatização já vem ocorrendo de forma fatiada. “O banco já vendeu sua participação na resseguradora IRB, na BB Seguridade, na Neoenergia, na Cibrasec e na SBCE. Além disso, fez oferta secundária de ações, mantendo apenas no limite o controle da instituição”, lembrou Fukunaga.

A representante dos funcionários no CA do Banco do Brasil afirmou ainda que nem do ponto de vista mercadológico faz sentido privatizar o Banco do Brasil. “É bom salientar que o Banco do Brasil não traz prejuízo para o Estado, pelo contrário, rendeu à união mais de R$ 32 bilhões nos últimos 10 anos”, disse Débora. “Então, não podemos aceitar nenhum tipo de ataque, nenhum tipo de tentativa de acabar com o banco”, completou.

Fonte: Contraf-CUT

O Projeto de Lei do governo Bolsonaro que modifica a atual política de cotas para as pessoas com deficiência ou reabilitadas, acaba com uma medida de inclusão para dar lugar ao assistencialismo. Para a socióloga Marta Gil é “um retrocesso enorme e, além de tudo, anticonstitucional, ou seja, nada a favor”.

De acordo com Marta, que tem um trabalho extenso na área de inclusão, ao menos 500 mil pessoas com deficiência fazem parte da população economicamente ativa, segundo estimativas da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2018, e podem ser prejudicadas pelo PL 6.159/2019 do presidente Jair Bolsonaro.

Isso porque, na prática, as empresas estarão desobrigadas de fazer esse tipo de contratação no caso de optarem pelo pagamento de um valor equivalente a dois salários mínimos mensais a uma entidade assistencial. Segundo o governo, no caso de empresas que não cumprirem a cota, será recolhido mensalmente um valor por parte da União, que direcionará o dinheiro a um programa de reabilitação física e profissional.

“Já foi tirado o caráter de urgência desse PL que, por enquanto, é só um projeto e a gente espera que fique por aí mesmo. Pelo menos 500 mil pessoas (estarão com os empregos em risco) e se a gente pensar que essas pessoas têm uma família, podemos multiplicar por até quatro, só para pensar em termos numéricos”, ressalta a socióloga, em entrevista ao boletim do Bom Para Todos, da TVT.

Nesta terça-feira (3), quando a PL veio à tona, em plena celebração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, parlamentares opositores ao governo Bolsonaro, se reuniram com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para barrar o projeto, considerado uma ameaça aos direitos dessa população. De acordo com a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), o presidente da Casa se comprometeu a não colocar em votação o PL.

A medida apresentada pelo governo foi vista como reforço da marca de Bolsonaro, de “tirar de quem mais precisa”, afirma o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) pelo Twitter. “Bolsonaro governa a serviço dos ricos, enquanto massacra o povo brasileiro. O alvo agora são as pessoas com deficiência.”

A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), cadeirante, que chegou a considerar, nas eleições do ano passado, que Bolsonaro poderia melhorar suas ideias e propostas, segundo reportagem do UOL, discursou no Congresso contra a proposta do Executivo. “Não tem primeira dama que explique isso, nem na Língua Brasileira de Sinais (…) As duas Casas (Legislativas) têm conhecimento, capacidade e competência para fazer um projeto que seja bom para o Brasil e não para fazer um projeto que seja bom para o governo, empresários e os banqueiros, isso a gente não vai admitir”, criticou.

A Lei de Cotas, que Bolsonaro visa alterar, determinando a empresas com mais de 100 funcionários que mantenham em seus quadros entre 2% a 5% a contratação de pessoas com deficiência. A legislação tem garantido visibilidade social e um aumento do poder aquisitivo das pessoas com deficiência, de acordo com pesquisa Ibope.

Fonte: Rede Brasil Atual

Reportagem do jornal inglês Financial Times publicada nesta terça-feira (3) mostra desconfiança de que os dados referentes às exportações brasileiras podem ter sido “maquiados” pelo Ministério da Economia. A publicação menciona ainda “incompetência” na divulgação desses números, e diz que analistas se perguntam “se ainda devem confiar na segurança das estatísticas brasileiras”.

Na última quinta-feira (28), a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia revisou para cima as exportações acumuladas até a quarta semana de novembro, que teriam contabilizado US$ 13,5 bilhões. Na semana anterior, as vendas para o exterior teriam somado U$ 9,7 bilhões.

Segundo o Ministério da Economia, os dados do terceiro trimestre inteiro foram subnotificados por falhas no registro de declarações, e serão corrigidos para cima. Porém, segundo a reportagem, se comparado com o estoques altíssimos de produtos nas empresas, informação também disponível no relatório da Secex, haveria uma “incongruência”.

Com o título “Falha nos dados econômicos brasileiros desperta preocupações entre analistas”, o jornal afirma que os novos dados apresentados contribuíram para a valorização do real nos pregões subsequentes à divulgação, o que teria impactado também na divulgação do PIB, de crescimento de 0,6% do segundo para o terceiro trimestre.

Para o Financial Times, as duas revisões “e a possibilidade de mais por vir levantaram dúvidas pela primeira vez sobre os dados brasileiros, há muito vistos como um exemplo de pontualidade e transparência entre os países emergentes”. Pelo Twitter, o editor do jornal para a região, Michael Sttot, perguntou: “Podemos confiar nos dados da maior economia da América Latina?”

Para o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) José Luis Oreiro, o ministro Paulo Guedes deve explicações sobre as “graves acusações” sobre possíveis manipulações de dados apontadas pelo jornal inglês. A confiabilidade dos dados econômicos brasileiros tem que estar acima de qualquer suspeita. Calar, nesse caso, é consentir. Caso confirmadas as manipulações, seria motivo para que Guedes pedisse a sua “imediata exoneração” do governo, segundo Oreiro.

Fonte: Rede Brasil Atual

Matéria publicada pelo jornal O Globo, nesta terça-feira (3), revela que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe estudam a privatização do Banco do Brasil. A justificativa é que a venda do banco público serviria para baratear e diversificar o acesso ao crédito no país, ampliando a concorrência.

A avaliação do secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, João Fukunaga, também coordenador da Comissão de Funcionários do BB, é de que esse processo agravaria ainda mais a concentração do setor bancário, com prejuízo para políticas de financiamento do crédito agrícola e imobiliário, por exemplo.

“Guedes e sua equipe falam uma coisa, mas sabem que, na prática, a realidade é outra. É impossível, com a destruição de um banco público, haver o barateamento das tarifas e das taxas para concessão de créditos”, afirmou o coordenador, que defende a importância do Banco do Brasil, a maior instituição financeira pública do país, e o segundo no ranking dos maiores bancos, ficando atrás apenas do Itaú Unibanco. O próprio presidente do BB, Rubens Novaes, chegou a afirmar, em março, que a privatização do banco seria “inevitável“.

“O BB sempre foi o indutor de crédito para a agricultura familiar, respondendo por cerca de 70% desse financiamento. Os bancos privados nunca foram impedidos de atuar nesse setor. Não atuam porque não querem, exatamente, por serem taxas de juros menores, com previsões de ganho de longo prazo. Ter banco público é ter uma política de desenvolvimento e de soberania”, diz Fukunaga. BB, Caixa Federal e Petrobras, segundo ele, são “joias da coroa”, e devem ser alvo da sanha privatista do atual governo.

Segundo a conselheira de Administração Representante dos Funcionários (Caref) do Banco do Brasil, Débora Fonseca, a eventual privatização “simplesmente inviabilizaria a agricultura familiar” no país, o que acarretaria no aumento de custos da produção, com impactos diretos no preço dos alimentos para o consumidor final.

“Quem paga é a população que acaba arcando com a comida mais cara na mesa. E se isso já é grave o suficiente, ainda temos outras situações envolvidas. Tem diversas cidades brasileiras que são inteiramente dependentes da atividade rural. E a atividade rural é uma cadeia complexa que envolve não só a produção, mas o transporte, a infraestrutura do país”, afirmou. Ela também destaca a atuação do BB no financiamento de projetos de implantação de infraestrutura de transporte, de saneamento, e serviços essenciais para a população”, afirma.

Débora e Fukunaga ressaltam que os bancos públicos foram os principais responsáveis pela ampliação da bancarização do país, com agências nas localidades em que as instituições privadas não chegam e com a abertura de contas para a população de baixa renda, e que a venda ao setor privado trará como consequências o desemprego e a desorganização do setor bancário. “Hoje, mais de 2 mil municípios ainda não têm nenhuma agência bancária”, destacou a conselheira. “Mais de mil possuem apenas uma agência de único banco. Nessas cidades, a metade das agências é do Banco do Brasil.”

Além de oferecer crédito a juros baixos para agricultores e população de baixa renda, os bancos públicos distribuíram R$ 203 bilhões em dividendos à União, entre 2002 e 2016, de acordo com o Dieese. Esses números também derrubam o argumento de que essas instituições públicas necessitariam ser privatizadas por conta de eventuais prejuízos que acarretariam aos contribuintes.

“Não podemos aceitar nenhum tipo de ataque, nenhum tipo de tentativa de acabar com os bancos públicos. Cabe a todos nós, não apenas funcionários, familiares ou nós como representantes, nós como cidadãos, nós como sociedade temos que fazer essa luta de defesa das empresas públicas. Temos que ser resistência, defensores desse patrimônio da população”, afirma Débora.

Concentração

O coordenador da Comissão de Funcionários do BB também lembra dos desdobramentos do processo de privatização dos bancos públicos estaduais durante a década de 1990, quando bancos estrangeiros chegaram ao Brasil, mas logo venderam suas operações para as instituições financeiras nacionais que formam o “cartel” que controla o setor – Itaú Unibanco, Bradesco e Santander. Na mesma época, concorrentes nacionais também faliram ou foram incorporados pelos grandes. Hoje, os cinco maiores bancos do país – os três grandes privados e os dois públicos – controlam 86% dos ativos dos financeiros. Em 1995, esses mesmos bancos controlavam 56% dos ativos.

“Uma série de bancos nacionais faliu – Banco Nacional, Marka, Fonte Cindam. Os internacionais acabaram vendendo suas participações. O Citibank vendeu suas operações para o Itaú. O HSBC vendeu para o Bradesco.” Segundo o sindicalista, as fintechs – instituições financeiras digitais – têm sido alvo de políticas agressivas de aquisição por parte dos grandes bancos tradicionais, como forma de “sufocar” a concorrência, auxiliados pelo Banco Central, que estabelece regulações que restringem a atuação das novas instituições.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) entrou em contato com a Caixa Econômica Federal, nesta terça-feira (3), reivindicando uma reunião para esclarecer e debater sobre informações de uma possível reestruturação do banco, com poder para afetar as condições de trabalho dos empregados do banco.

“O compromisso acordado é de haver reuniões a cada dois meses e a última foi realizada em outubro. Além disso, consta em nosso acordo coletivo que, em caso de reorganização da rede, é preciso haver reunião com a representação dos empregados”, disse o coordenador das Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Dionísio Reis.

“No entanto, sem nem ao menos informar os representantes dos empregados, houve uma reunião da Vidan (Vice-presidência de Distribuição, Atendimento e Negócios) para debater a restruturação da rede de varejo, com realocação das carteiras de clientes, a criação de um novo cargo de gerente e a extinção do de tesoureiro”, criticou, explicando que quem ocupa o cargo que será extinto terá que concorrer às vagas de gerente que forem criadas. Caso não consigam uma vaga, não terá mais o cargo e, assim, perderá a comissão.

Em contato por telefone, a direção do banco não confirmou as mudanças, alegando que se tratava apenas de um teste para ver a opinião dos empregados e que nenhuma alteração foi votada ainda. O banco também se negou a cumprir a agenda de reuniões bimestrais, pedindo que a reunião fosse marcada apenas para o dia 15/01.

“A direção do banco optou em desmontar em junho de 2016 a carreira de caixa, criando o caixa minuto e na prática tem parado de efetivar tesoureiros. Isso além de prejudicar os empregados prejudicou a população que sofre com os efeitos decorrentes da sobrecarga de trabalho e da consequente perda de qualidade do atendimento. A população precisa, por vezes, ter que utilizar os serviços dos correspondentes bancários”, ressaltou Dionísio.

Mobilização

Para a secretária de Cultura e representante da Contraf-CUT na mesa de negociações com o banco, Fabiana Proscholdt, é importante que os sindicatos e federações fiquem atentos para mobilizar os empregados. “O que parece é que está tudo pronto para ser implementado. Isso gera sobrecarga e tensão nos funcionários, que ficam sujeitos a erros. Os sindicatos devem mobilizar os trabalhadores para juntos impedirmos que isso aconteça”, disse sugerindo que os sindicatos orientem os empregados a utilizarem os canais internos do banco para cobrar a direção da Caixa, participem das atividades de protesto e mantenham os sindicatos informados sobre suas opiniões pessoais.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Consultoria Mil Povos, realiza, nos dias 10, 11 e 12 de dezembro, o 2º módulo do curso OIT e Sindicalismo Internacional, na Escola de Ciências do Trabalho do Dieese.

O objetivo do curso é obter mais elementos para melhor articular as ações sindicais à luz da normatização internacional vigente, considerando o advento da reforma trabalhista, da lei de terceirizações e dos diversos ataques à liberdade de organização dos trabalhadores e à manutenção das entidades sindicais.

Serão 16 horas de conteúdo voltado para dirigentes sindicais das federações e sindicatos da base da Contraf-CUT e aos participantes do 1º módulo. Quem não participou do módulo anterior, também pode participar. Ao final do curso, os participantes receberão a certificação pela Escola de Ciências do Trabalho do Dieese.

Programação

Dia 10 de dezembro – terça-feira

9h00: Abertura e Saudações (Contraf-CUT)

9h20: Apresentação dos Participantes, dos Educadores, do Programa de Formação e Combinados

9h40: Retomada coletiva do Módulo 1

– Sistema da Organização das Nações Unidas (Kjeld Jakobsen)

– Declaração Universal dos Direitos Humanos

– O Sistema Internacional dos Direitos Humanos da ONU

– Organização Internacional do Trabalho: histórico e estrutura de ação (Kjeld Jakobsen e Leonor Poço Jakobsen)

– O papel normativo da OIT

– Convenções e Recomendações

– A OIT frente à Reforma Trabalhista no Brasil

– Diretrizes da OCDE para Empresas Transnacionais e o papel da TUAC (Comissão Assessora dos Sindicatos) (Kjeld Jakobsen)

– Princípios orientadores da ONU para Empresas e Direitos Humanos (Global Compact) (Thomaz Jensen)

– Global Reporting Initiative (GRI) e Relatórios de Sustentabilidade (Thomaz Jensen)

– A atual organização do Movimento Sindical Internacional (Kjeld Jakobsen)

– As centrais sindicais mundiais

– As organizações regionais

– As federações sindicais internacionais                           

13h00: Almoço

14h00: Identificando desafios que podem ser superados através da Ação Sindical Internacional em diferentes âmbitos (Kjeld Jakobsen e Leonor Poço Jakobsen)

– OIT

– OCDE

– Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA

– Relatório de Sustentabilidade

16h00: Intervalo

16h15: Trabalho em Grupos: Construindo estratégias de ação sindical para superar os problemas identificados

17h00: Encerramento Primeiro Dia

Dia 11, quarta-feira

Encontro do Coletivo Nacional de Formação da Contraf-CUT

9h00: Abertura, Pauta, Combinados (Contraf-CUT)

9h20: Reforma Sindical: o que está em questão? Debate com Clemente Ganz Lúcio (DIEESE)

10h30: Intervalo

10h40: Reforma Sindical: impactos potenciais sobre a categoria bancária e o que já se conquistou na negociação coletiva. Debate com Bárbara Vasquez (DIEESE)

12h30: Almoço

14h00: Encontro do Coletivo Nacional de Formação da Contraf-CUT

– Apresentação e debate do livro sobre Novo Sindicalismo para o Capitalismo do Século XXI, com o autor Marcello Azevedo

15h00: Intervalo

15h15: Encontro do Coletivo Nacional de Formação da Contraf-CUT –

            – Painel sobre a situação política do Chile – com Rita Berlofa – Presidenta da UNI Finanças.

16h00 – Debates.  

17h30: Encerramento do segundo dia. 

Dia 12, quinta-feira

9h00: Retomada coletiva do Primeiro Dia

9h20: Apresentação dos Grupos de Trabalho

10h30: Problematização coletiva dos trabalhos dos grupos

12h30: Almoço

14h00: As Convenções da OIT: quais o Brasil ratificou? Quais são as mais relevantes para a ação sindical bancária? (Kjeld Jakobsen)

16h30: Avaliação, Consulta e Encerramento do Curso

– Consulta aos participantes sobre temas para o terceiro módulo do curso, a ser realizado em 2020 (por exemplo: redes sindicais internacionais; impactos do propalado acordo entre União Europeia e Mercosul; a tecnologia 5G, entre outros assuntos relacionados com a política internacional).

Referências utilizadas no Curso:

DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Referências intergovernamentais sobre responsabilidade social das empresas. Nota Técnica 117, dezembro de 2012.

DIEESE. Normas sobre responsabilidade social das empresas. A ISO 26000 e o GRI.Nota Técnica121, março de 2013.

Comissão Sindical Consultiva da OCDE (TUAC, Trade Union Advisory Committee). Diretrizes da OCDE paraas Empresas Multinacionais. Recomendações para uma conduta comercial responsável num contexto global. Guia dos Sindicatos. Friedrich-Ebert-Stiftung, 2015.

JAKOBSEN, Kjeld. A formação do regime internacional do trabalho. In: Negociações econômicas internacionais: Abordagens, atores e perspectivas desde o Brasil. Luis Fernando Ayerbe e Neusa Maria Pereira Bojikian (Organizadores). Editora da UNESP, 2011.

Fonte: Contraf-CUT

O IBGE anunciou que o PIB brasileiro avançou 0,6% do segundo para o terceiro trimestre, crescimento de 1% no acumulado do ano e também nos quatro últimos trimestres. O governo comemora, apesar de ser um índice bem abaixo que previam diversas instituições no ano passado.

O FMI, por exemplo, projetava o PIB brasileiro indo a 2,4% em 2019. Já o economista global sênior do Bank of America, Aditya Bhave, se mostrava bastante otimista em dezembro: “O crescimento também vai ser apoiado pela agenda pró-mercado da Administração do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que deve impulsionar a confiança e o investimento”. A instituição previa que o PIB fosse elevado em 3,5%.

Independentemente do desempenho fraco da economia, o engenheiro e ex-banqueiro de investimentos Eduardo Moreira chama a atenção para outro fator: para onde está indo a riqueza gerada no Brasil. “Apesar de um PIB que cresce significar uma sociedade que está gerando mais riqueza, não necessariamente ela está se revertendo em condições melhores de vida para todos”, destaca.

“A Oxfam mostrou que, em 2017, 87% de toda a riqueza gerada no mundo ficou na mão do 1% mais rico. 50% das pessoas mais pobres ficaram com zero do que foi gerado. É como se estivéssemos falando de dois planetas diferentes”, pontua, em vídeo no seu canal no Youtube.  “O que foi acumulado em um ano pelos bilionários daria para acabar com a fome no mundo sete vezes.”

Essa mesma concentração de riqueza também se reflete no Brasil. Além disso, o país também tem outro problema, relacionado à qualidade desse crescimento econômico.

“O PIB vai apresentar o crescimento por conta do agronegócio. Vai aparecer como maior, mas o que estamos produzindo aqui dentro está indo pra fora, para fazer rações para a criação de porcos na China, óleo de cozinha na Europa, a carne para alimentar as pessoas que moram no Oriente Médio”, ressalta. “E não está matando a fome de ninguém no Brasil, resolvendo os problemas de escassez de produtos naturais no país, e pior: é um setor que emprega cada vez menos gente com trabalho automatizado, latifúndios enormes que empregam pouquíssimas pessoas.”

Segundo ele, é aí que se estabelece um círculo vicioso da concentração de renda. “Quando essas pessoas vendem para fora, esse dinheiro todo, que conta na soma do PIB, vai para uma família só, que é dona desse latifúndio. Essa família pega o dinheiro e põe no banco, compra títulos públicos do governo, e vai ficar com ele parado recebendo juros pagos com impostos, em sua maioria, sobre o consumo, que alcançam a população pobre do Brasil”, explica. “O fluxo desse PIB gerado é um dinheiro que veio de algo que não atendeu as demandas da população brasileira, não gerou empregos”, aponta ainda, lembrando que é um modelo que sufoca também a agricultura familiar.

Fonte: Rede Brasil Atual

Só no mês de outubro houve registro de desmatamento em 583 quilômetros quadrados na Amazônia Legal. A devastação é 212% maior do que a registrada no mesmo mês em 2018, segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon, quando foram perdidos 187 quilômetros quadrados de floresta.

As florestas degradadas – caracterizada pelo Imazon pela extração das árvores, normalmente para fins de comercialização – somaram 618 quilômetros quadrados no mês de outubro, enquanto que em outubro de 2018 a degradação florestal detectada totalizou 125 quilômetros quadrados – um aumento de 394%.

O estado do Pará lidera com 59% das áreas afetadas. Em seguida aparecem: Mato Grosso (14%), Rondônia (10%), Amazonas (8%), Acre (6%), Roraima (2%) e Amapá (1%). O município de Pacajá, no sudeste do Pará, aparece pelo segundo mês consecutivo no topo da lista das cidades que mais registraram desmatamento, com 32 quilômetros quadrados.

Os dados mostram também que 54% do desmatamento na Amazônia ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. Entretanto, o restante foi registrado em assentamentos (32%), unidades de conservação (7%) e terras indígenas (7%). Das dez terras indígenas mais desmatadas, oito ficam no estado do Pará.

Fonte: Imazon

Fonte: Rede Brasil Atual