Protagonista nas lutas políticas e com contribuição decisiva nos momentos históricos do Brasil, a classe trabalhadora mais uma vez demonstrou seu poder de mobilização e intervenção nos rumos do desenvolvimento do País.
Representantes de diversas localidades e das mais variadas categorias ocuparam nesta quarta-feira (9) as ruas do centro da capital paulista. A 8ª Marcha da Classe Trabalhadora partiu da Praça da Sé e terminou no centro financeiro do País, a Avenida Paulista.
Lideranças das estaduais da CUT presentes na 8ª Marcha reconheceram as mudanças consolidadas no último período, como o crescimento econômico induzido pelas políticas redistributivas e o fortalecimento do mercado interno, porém é unânime o desapontamento com a falta de compromisso em relação a agenda da classe trabalhadora.
Com a certeza de que caminho é a pressão e a mobilização, os dirigentes avaliaram que a Marcha será um divisor de águas para a retomada do diálogo com o Executivo e Legislativo e avanços na agenda da classe trabalhadora.
“Essa Marcha vai refletir nas mesas de negociação não apenas com o governo federal, mas com os patrões”, avaliou Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT.
Avaliações
“Nesse ano eleitoral precisamos estar atentos às propostas dos candidatos. Nessa marcha, e não só, a classe trabalhadora mostrou que tem força e sabe o que quer. Em São Paulo, estado mais rico do Brasil, é a nossa oportunidade de mudar o modelo de desenvolvimento nas urnas. Para isso, campo e cidade precisam estar unidos.”
Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP
“Precisamos estar juntos para fortalecer a luta da classe trabalhadora, em especial neste ano de 2014, onde precisamos dizer a toda classe política que queremos avançar na nossa pauta que está parada no Congresso Nacional, especialmente o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho, que são pontos crucias e não vamos descansar enquanto não conquistarmos.”
Bia de Lima, presidenta da CUT-GO
“Acreditamos na luta conjunta e com esta Marcha colocamos a nossa pauta na rua. Temos a certeza que o governo vai atender as nossas reivindicações porque o Brasil precisa continuar crescendo, gerando mais renda, com empregos e salários dignos. Portanto, esta Marcha cumpre um papel importante na agenda diária dos trabalhadores e trabalhadoras.”
Cedro Silva, presidente da CUT-BA
“Temos que aproveitar que 2014 é o Ano Internacional da Agricultura Familiar para avançarmos na agenda dos trabalhadores rurais. No estado do Paraná há também uma intensa luta contra as privatizações patrocinadas pelo governo PSDB, seja na Copel (Companhia Paranaense de Energia) ou na Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), está última que é a privatização da água, um bem comum para todo mundo.”
Regina Cruz, presidenta da CUT-PR
“O Brasil possui um Congresso Nacional extremamente conservador que impede o avanço da nossa agenda. Fator previdenciário, redução da jornada de trabalho, são questões que estão paradas no Congresso e quem paga a conta são os trabalhadores que continuam gerando lucro e garantindo o crescimento econômico do País, mas em contrapartida o desenvolvimento social não chega a esses trabalhadores. A pressão é mais uma vez o caminho para que a gente volte a discutir a pauta positiva defendida pela CUT e demais centrais e que o governo e congresso voltem a dialogar com a classe trabalhadora.”
Darby Igayara, presidente da CUT-RJ
“Este é um ano eleitoral e temos de aproveitar para explicitar as nossas pautas tradicionais, como às 40 horas semanais, a correção da tabela do Imposto de Renda, a luta contra PL 4330. Queremos que os candidatos assumam a defesa da agenda dos trabalhadores e que estes votem de acordo com esse compromisso manifestado pelos candidatos.”
Itamar Ferreira, presidente da CUT-RO
“A Marcha foi importante para pautar mudanças no PIB do Brasil, numa mensagem curta e grossa dos trabalhadores e trabalhadoras de que não temos dúvidas que o momento é de consolidar as conquistas e aprofundar as mudanças.”
Claudir Nespolo, presidente da CUT-RS
Fonte: CUT