A Central Única dos Trabalhadores (CUT), junto a outras centrais sindicais, convocam ato e mobilizações para o próximo dia 10 de dezembro, com o objetivo de fazer pressão popular para enterrar o Projeto de Lei da anistia e defender direitos e democracia.
As manifestações, que ocorrerão em todo o Brasil, exigirá a prisão para os golpistas.
As centrais reforçam importância da classe trabalhadora participar dos atos.
A convocação é do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, para o ato nacional que será realizado em 10 de dezembro, nas capitais brasileiras, organizado pelos movimentos sindicais, sociais e entidades do campo progressista. O ato ocorre no Dia Internacional dos Direitos Humanos.
“É muito importante a pressão popular, e imprescindível que a gente vá para as ruas participar do ato nacional no dia 10 de dezembro, para exigir que esse processo seja esclarecido de forma célere, sem atropelar o rito processual, isso a gente não quer, porque esse rito tem de ser respeitado, mas precisa haver celeridade porque é muito grave”, convoca Sérgio Nobre.
O líder cutista ressalta a gravidade dos crimes apontados, com riqueza de evidências e provas, no inquérito da Polícia Federal, que levou ao recente indiciamento de 37 pessoas, entre elas o ex-presidente inelegível, Jair Bolsonaro. Desse total, 25 golpistas são militares, dos quais seis generais, dois delegados da Polícia Federal e três ex-ministros de Bolsonaro.
Os indiciados, todos homens, se condenados podem pegar dezenas de anos de prisão. Bolsonaro, seu ex-candidato a vice e ex-ministro, general Braga Netto, e outros integrantes do governo entre 2019 e 2022 foram indiciados por abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Além do golpe, planejaram também o assassinado do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Crimes gravíssimos.
Para que haja julgamento, condenação e prisão dos criminosos indiciados, a Procuradoria-Geral da República terá de avaliar o inquérito da Polícia Federal e decidir o destino da investigação, ou seja, se acusa formalmente os indiciados, apresentando e enviando a denúncia ao STF.
“Esta história de anistia para golpistas tem que acabar, porque é uma afronta à democracia brasileira. Todos que tramaram o golpe contra o Estado brasileiro têm que ser punidos de forma exemplar. No dia 10 de dezembro, temos que falar isso nas ruas do país inteiro, para defender a nossa democracia, defender os direitos humanos, porque quando há golpe e uma ditadura a classe trabalhadora é sempre a que mais sofre e perde direitos”., completou Sérgio.
A escolha da data ocorre em um contexto decisivo no qual Jair Bolsonaro e mais 36 responsáveis, foram indiciados pela Polícia Federal por planejar uma tentativa golpe contra o estado e à estabilidade de suas instituições democráticas.
RIO DE JANEIRO
No Rio de Janeiro, o ato se concertará no Largo da Carioca, no Centro, e irá caminhar até a Praça XV.