Em solenidade ocorrida na manhã desta sexta-feira (21), a UNI Sindicato Global assinou o Acordo Marco Global com o Itaú, na sede do banco, em São Paulo. O documento foi subscrito pelo secretário-geral da UNI, Philip Jennings, que saiu de Nyon, na Suíça, e veio ao Brasil para firmar o primeiro acordo marco com um banco privado brasileiro. O Banco do Brasil foi o primeiro banco público do país a assinar esse instrumento.
Também estiveram presentes o chefe mundial da UNI Finanças, Márcio Monzane, a secretária regional da UNI Américas, Adriana Rosenzvaig, o presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas, Carlos Cordeiro, e o diretor regional da UNI Américas Finanças, André Rodrigues.
Participaram ainda a secretária-geral da Contraf-CUT, Ivone Silva, o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Mário Raia, além de outros dirigentes sindicais do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile.
Pelo Itaú, compareceram o diretor Marcelo Orticelli, a diretora Renata Tubini e o superintendente de relações de trabalho Marco Aurélio Oliveira.
Acordo na democracia
O presidente da Contraf-CUT agradeceu o esforço dos dirigentes da UNI e das entidades sindicais de vários países da América Latina, bem como dos representantes do banco. “É um momento importante na história do Brasil, quando o país lembra 50 anos do golpe de 1964, que causou também impactos nos demais países das Américas, que igualmente sofreram com as ditaduras”, afirmou.
“Por isso, assinar este acordo na democracia tem um sabor especial”, disse Cordeiro arrancando aplausos dos presentes, sobretudo dos dirigentes sindicais da Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai, cujos regimes militares também deixaram rastros de mortes, torturas e desaparecimentos.
O acordo marco garante direitos fundamentais para os bancários do Itaú em todos os países onde o banco atua, como o direito à organização sindical, o direito de sindicalização, o direito à negociação coletiva e o direito à contratação.
“Assinamos hoje o primeiro acordo com o Itaú, fruto das reuniões das redes sindicais dos bancos internacionais, que agora também negociam com as instituições financeiras, buscando firmar instrumentos para melhorar as condições de trabalho dos bancários no continente”, destacou Cordeiro.
Para ele, “o acordo é muito importante para o trabalhador e ajudará a resolver problemas, como os que tivemos no Paraguai”. O presidente da Contraf-CUT disse ainda que “é um bom sinal para o sistema financeiro como um todo, reforçando a importância do diálogo e da negociação entre empresas e trabalhadores”.
O secretário de relações internacionais da Contraf-CUT também comemora a assinatura do acordo marco com o Itaú. “É o segundo acordo firmado com bancos brasileiros, refletindo a inserção do Brasil na economia global com valorização do trabalho e do diálogo com o movimento sindical”, salientou Mário Raia.
Fonte: Contraf-CUT