A grande maioria dos brasileiros reprova o terrorismo praticado por bolsonaristas no último domingo (8) em Brasília. É o que revela uma pesquisa publicada nesta terça-feira (10) pelo instituto Atlas. Segundo o levantamento, 75,8% das pessoas discordam da ação dos bolsonaristas. Outros 18,4% afirmaram concordar, enquanto 5,8% responderam não saber.
O levantamento perguntou, ainda, se as pessoas são a favor ou contra a instalação de uma ditadura militar no Brasil. Os que são contra, mais uma vez, foram a grande maioria: 73,5%, contra 9,5% que se disseram a favor. Outros 17% disseram que não sabem ou não quiseram responder.
Apesar disso, é grande o número de pessoas que dizem ser a favor de ruptura institucional: 36,8% dos participantes se colocaram favoráveis a uma "intervenção militar" para invalidar o resultado da eleição, enquanto 54,1% se disseram contrários. Outros 9,1% disseram que não sabem.
Detalhamento da pesquisa
A pesquisa ouviu 2.200 pessoas, de todas as cidades do país, regiões ou faixas etárias, pela internet. O Atlas utiliza uma técnica que permite ouvir pessoas de todas as classes sociais, diferentes gêneros, faixas etárias e níveis educacionais, em todas as partes do país, respeitando a proporção de cada um desses grupos na população total.
Ao separar cada um desses grupos é possível ver algumas diferenças evidentes. Na região Nordeste, onde o presidente Lula (PT) teve vitória expressiva nas eleições contra Jair Bolsonaro (PL), a discordância em relação ao terrorismo em Brasília foi bem mais alta: 88%. Entre os evangélicos, o grupo que discordou ainda foi maioria, mas por uma margem mais estreita: 54%.
Entre os eleitores de Lula, a discordância foi de 96,9%. Já entre aqueles que votaram em Bolsonaro, 48,6% se colocaram contrários às ações terroristas (outros 38,1% se posicionaram a favor, enquanto 13,3% responderam que não sabiam se posicionar).
A mesma pesquisa perguntou se a invasão era justificada ou injustificada. Nesse caso, 53% das pessoas disseram ser "completamente injustificada". Outros 27,5% afirmaram ser "justificada em parte", enquanto 10,5% acreditam que o terrorismo foi "completamente justificado". Outros 9% disseram não saber.
Quando perguntados se Bolsonaro tinha responsabilidade sobre as ações de seus seguidores no último domingo, 50,2% dos entrevistados disseram que sim, enquanto 42,7% afirmaram que não. Os que disseram não saber somaram 7,1%.
Enquanto isso, 48,4% disseram que o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), tem responsabilidade sobre o episódio. A decisão de Lula de realizar intervenção federal no DF, aliás, foi aprovada por 69% das pessoas que participaram da pesquisa.
Fonte: Brasil de Fato