Na contramão dos demais bancos que atuam no país, o Santander confirmou, nesta segunda-feira (21), que as horas não trabalhadas durante os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo devem ser compensadas. No dia 8 de novembro, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e demais entidades de representação dos empregados que fazem parte do Comando Nacional dos Bancários havia enviado um ofício ao banco solicitando o abono das horas não trabalhadas. Na semana anterior o banco havia comunicado que não abonaria as horas.
A confirmação de que as horas não serão abonadas ocorreu nesta segunda-feira, em reunião no comitê do banco. O Santander disse ter avaliado a solicitação do movimento sindical, mas que manterá a exigência de compensação das horas.
“É um momento de descontração da população brasileira. A reivindicação do abono das horas não trabalhadas é totalmente possível de ser atendida por um banco que lucra tanto aqui no país com a força de trabalho dos seus empregados”, lamentou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias.
“Nenhum banco vai exigir a compensação, com exceção do Santander, que prega tanto a flexibilidade e a modernização da jornada de trabalho, porém só quando interessa ao banco, que nunca abre mão de absolutamente nada quando é de interesse dos trabalhadores, que repudiam esta decisão que reforça o jeitinho Santander de atuar no país: retrógrado, inflexível, com visão e ações exploratórias e sem nenhum respeito pelos trabalhadores e pelo país do qual obtém tanto lucro”, completou Lucimara.
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A funcionária da Santander e secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa, lembra que a decisão de compensar as horas não trabalhadas é rechaçada pelos trabalhadores, que demonstram grande insatisfação com o fato. “Ao manter esta decisão, o banco perde uma grande oportunidade de dialogar com os interesses dos trabalhadores e de estimular um ambiente mais integrativo e salutar no espaço de trabalho”, disse. “Assistir aos jogos precisa ser um momento de lazer e não de preocupação sobre como conciliar agenda pessoal com a compensação das horas”, completou.
O horário especial de atendimento ao público nas agências, nos dias de jogos da seleção brasileira de futebol durante a Copa do Mundo, foi estabelecido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) levando em conta questões como a segurança das agências e de transporte de valores e a Resolução nº 4.880, de 23 de dezembro de 2020, do Conselho Monetário Nacional, que autoriza as instituições financeiras a estabelecer o horário de atendimento ao público em suas dependências.
Veja abaixo o horário de expediente bancário nos dias de jogos da seleção brasileira:
Nos jogos com horário previsto às 12h
- Nos Estados com horário igual ao horário de Brasília, o atendimento ao público será das 9h às 11h e das 15h30 às 16h30.
- Nos Estados com diferença de 1h em relação ao horário de Brasília, o atendimento ao público será das 8h às 10h e das 14h30 às 15h30.
- Nos Estados com diferença de 2h em relação ao horário de Brasília: das 7h às 9h e das 13h30 às 14h30.
- Nas agências em Fernando de Noronha (1h antes do horário de Brasília): das 8h às 12h.
Nos jogos com horário previsto às 13h
- Estados com horário igual ao horário de Brasília: das 8h30 às 11h30.
- Estados com diferença de 1h em relação ao horário de Brasília: das 7h30 às 10h30.
- Estados com diferença de 2h em relação ao horário de Brasília: das 7h às 9h30.
Nos Jogos com horário previsto às 16h
- Estados com horário igual ao horário de Brasília: das 9h às 14h
- Estados com diferença de 1h em relação ao horário de Brasília: das 8h às 13h
- Estados com diferença de 2h em relação ao horário de Brasília: das 7h às 12h.
Fonte: Contraf-CUT