Nesta segunda-feira, 27 de junho, ocorreu a segunda reunião de negociação da Campanha Nacional 2022 da categoria, após a entrega da minuta de reivindicações, entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Na reunião, os bancários pediram mais contratações, fim das demissões e fim da precarização.
Nilton Damião Esperança, Presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), e Carlos Pereira de Araújo (Carlão), diretor do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários/ES) e integrante do Comando Nacional, participaram da reunião.
Desde 2013 houve uma redução de 77 mil postos de trabalho na categoria bancária, como consequência, entre outras coisas, da introdução de novas tecnologias, fechamento das agências bancárias e mudança das exigências no perfil do trabalhadores e das agências.
Os bancos alegam que as mudanças ocorreram em função do aumento da concorrência, mas entre 2013 e 2021, mesmo com o surgimento de novos concorrentes, os bancos não perderam participação de mercado, ao contrário, houve aumento de 86% para 87% na participação nas operações de crédito. As instituições não bancárias de crédito (onde estão algumas fintechs) saíram de 0,7% para 0,9% de participação, ou seja, um aumento irrelevante. Mesmo as cooperativas com todo crescimento que tiveram saíram de 2% de participação no crédito para 6%.
Nos últimos 10 anos, o lucro dos bancos cresceu 15% acima da inflação. Em 2021, os cinco maiores bancos do país (Caixa, BB, Itaú, Bradesco e Santander) lucraram R$ 107,7 bilhões, 34,1% maior do que no ano anterior. No primeiro trimestre de 2022, o montante somou R$ 27,6 bilhões, 17,5% maior do que no mesmo período do ano passado.
Para o Comando Nacional dos Bancários, a classe trabalhadora vem sofrendo com a redução de direitos. E ressaltou a necessidade de se discutir a requalificação dos trabalhadores para que eles possam assumir novas funções devido às inovações tecnológicas que foram introduzidas na sociedade e no setor bancário, assim como a redução de número de postos de trabalho bancário, não do setor financeiro, devido a terceirização, com migração de bancários para o setor financeiro, em empregos precarizados, com representação diferente e menos direitos.
A comissão de negociação da Fenaban vai levar as propostas apresentadas pelos Comando para negociação com os bancos. Ao final das negociações será apresentada uma proposta global, com todos os temas em negociação. Veja abaixo o calendário de negociações.
"Esperamos que, na próxima reunião, tenhamos respostas positivas e mais diretas, por parte dos bancos.", comentou Nilton Damião, Presidente da Fetraf RJ/ES.
Calendário de negociações:
Quarta-feira, 6 de julho: Cláusulas sociais e segurança bancária
Sexta-feira, 22 de julho: Cláusulas sociais e teletrabalho
Quinta-feira, 28 de julho: Igualdade de oportunidades
Segunda-feira, 1 de agosto: Saúde e condições de trabalho
Quarta-feira, 3 de agosto: Cláusulas econômicas
Quinta-feira, 11 de agosto: Continuação das cláusulas econômicas
*Com informações da Contraf-CUT e Fetraf RJ/ES