A organização dos Comitês de Luta dos Bancários tem início nesta quarta-feira (4), com reunião de sua coordenação nacional, que inclui todas as federações estaduais e regionais da categoria. A criação dos comitês foi aprovada no 6º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), ocorrido entre 1º e 3 de abril passado.
Na reunião, será definida a forma de apoio à formação dos comitês estaduais, por federação, sindicatos, banco ou local de trabalho. As unidades podem também ser constituídas por setores, como mulheres, racial, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência, entre outros.
O plano é alcançar 300 comitês. “Isso é possível, pois os bancários têm uma organização estruturada e que funciona bem”, diz Vinícius Assumpção, vice-presidente da Contraf-CUT. Essa rede de comitês busca engajar ao todo cerca de 30 mil trabalhadores.
Conforme Vinícius, “a categoria encontra-se na vanguarda sindical e, há décadas, aprimora sua estrutura organizativa e de trabalho conjunto, com coordenação nacional. Essa experiência deve ser usada na implantação dos comitês e dinamizar seu funcionamento”.
Ação dos comitês
Os Comitês de Luta vão atuar em defesa dos direitos de todos os cidadãos e da democracia. Para esse objetivo, deve propagar políticas de inclusão social, combater a fome e a miséria e atuar contra as fake news, além de criar ações de solidariedade, como arrecadação e distribuição de alimentos e o fortalecimento do Sindicato Cidadão.
“Os comitês vão debater o Brasil que a gente quer”, observou Vinícius. As discussões serão orientadas por grandes eixos, como soberania nacional, defesa das empresas públicas, reforma tributária e um sistema financeiro justo. “A ideia é que os comitês cresçam e se tornem fortes para orientar o debate sobre temas importantes para a classe trabalhadora, produzir materiais de divulgação e promover mobilizações”, completou.
Conforme o dirigente, “este ano de eleições é decisivo, não apenas para eleger o presidente, mas também parlamentares comprometidos com as causas populares. Os comitês também precisam definir estratégias para que a mobilização se torne uma referência permanente de mobilização dos trabalhadores”.
A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, observou que a boa estrutura de organização da categoria é fundamental para que os comitês de Luta dos Bancários sejam uma experiência exitosa em fortalecer o debate sobre a atual crise do país. “Apenas uma sociedade consciente e bem informada consegue defender os seus direitos e manter suas conquistas”, advertiu.
Para Juvandia, “a classe trabalhadora não pode repetir o erro de não se manter organizada, pois, mesmo depois de uma série de governos democráticos, de cunho popular, ocorreu o desmonte, de um modo muito rápido, de políticas que favoreciam o estado democrático e o fortalecimento das instituições. Os bancários e bancárias do Ceará já deram o pontapé inicial, planejam constituir 100 comitês no estado e estão de parabéns”.
Cartilha
Para dar suporte à formação dos comitês, a Contraf-CUT está lançando uma cartilha de formação, que será enviada aos sindicatos. Com título baseado no tema do 6º Congresso da Contraf-CUT, Reconstruir o Brasil que a Gente Quer, a publicação traz orientação global sobre os passos para formação de um comitê, como deve ser seu funcionamento, estrutura, objetivos, funções e os grandes eixos de debate, bem como seu relacionamento com a coordenação nacional.
Fonte: Contraf-CUT