O Movimento Sindical Bancário reforça que os bancários não devem se descuidar das medidas protetivas contra a covid-19, principalmente nos locais de trabalho. A preocupação surgiu após a desobrigação do uso de máscaras em lugares abertos, em algumas capitais.
“Alertamos a importância de mantermos cuidados diante da pandemia. É fundamental continuar usando máscaras, especialmente em locais fechados. É irresponsabilidade a liberação do uso de máscara quando temos ainda quase 30% sem o ciclo vacinal completo e não podemos descartar o surgimento de novas variantes”, afirmou Mauro Salles, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.
O boletim do Observatório Covid-19, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), diz que o relaxamento de medidas protetivas contra a covid-19, como o uso de máscaras em locais fechados de forma irrestrita, é prematuro. Os pesquisadores afirmam que as próximas semanas serão fundamentais para entender a dinâmica de transmissão da doença e que ainda não é possível avaliar o efeito das festas e viagens no período do carnaval. Por isso, eles sugerem que o uso de máscaras deve ser mantido por duas a dez semanas após a meta de cobertura vacinal ser atingida, entre 70% e 90%. Com o surgimento da variante Ômicron e sua maior capacidade de escape dos anticorpos, o boletim afirma que as máscaras ficaram ainda mais importantes.
“Já foram detectados dois casos da variante Deltacron, uma junção das variantes Delta e Ômicron, no Brasil. Temos de continuar cuidando de nossa saúde. Flexibilizar medidas de forma irrestrita colabora para um possível aumento e não nos protege de uma nova onda. O ideal é voltarmos ao padrão do início da pandemia, quando recomendávamos fortemente usar máscaras, higienizar as mãos e evitar as aglomerações. As medidas de mitigação tomadas até então para controlar a pandemia ocorreram de forma tardia, quando as ondas de contágio já haviam se instalado, e não de forma proativa, para impedir que se formassem. Temos de reverter este quadro”, apontou Mauro Salles.
O cenário atual é de descida nas curvas de casos e óbitos após o pico da variante Ômicron no Brasil. A Fiocruz alerta, porém, que a redução da incidência após o pico sempre ocorre de forma mais lenta que a subida da curva.
O boletim informa, também, que os dados registrados entre 20 de fevereiro e 5 de março mostram uma queda de 48% nos novos casos e de 33% na média móvel de mortes, na comparação com a quinzena anterior. Mesmo assim, ainda são registradas, em média, 570 vítimas de covid-19 no país por dia.
Além da queda nos casos, a Fiocruz mostra que também há uma ligeira redução no índice de positividade dos testes RT-PCR para covid-19. Devido a isso, a expectativa é que as próximas semanas mantenham a redução dos indicadores que mais preocupam a população e os serviços de saúde: a mortalidade e a internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por covid-19.
Projeto que obriga retorno de gestantes vacinadas
O secretário de Saúde da Contraf-CUT também critica o projeto de lei 2.058/2021, que determina a volta das gestantes ao trabalho presencial após a vacinação contra o coronavírus, aprovado na Câmara dos Deputados em fevereiro. O texto aguarda sanção presidencial. “Também é irresponsável a medida do Governo Federal liberando grávidas para volta trabalho presencial. Devemos proteger os grupos com mais riscos diante da pandemia e as grávidas fazem parte desse grupo. Nos bancos deve ser mantido o uso de máscaras pelos bancários e a manutenção das colegas grávidas em home office”, finalizou.
Fonte: Contraf-CUT