Folha de S.Paulo
Mesmo com a forte desaceleração do PIB, os quatro maiores bancos do país – BB, Itaú, Bradesco e Santander – mantiveram lucros crescentes e inadimplência controlada, destoando dos demais setores, abalados pela estagnação da economia em 2014.
O principal motivo é o conservadorismo do setor, que desde 2012 aposta nos empréstimos de menor risco de calote (crédito consignado, imobiliário e grandes empresas).
Ao mesmo tempo, passaram a ter margens de ganho mais polpudas, possibilitadas pela retomada do aumento de juros.
Os bancos atuam em um dos poucos setores da economia brasileira que crescem bem acima do PIB, que deverá ter, no máximo, avançado 0,2% em 2014.
O volume de crédito cresceu 11% no Santander, 9,8% no Itaú e no BB e 6,5% no Bradesco. O ritmo, no entanto, ficou aquém da casa de 15% dos anos anteriores.
O conservadorismo levou os bancos a registrar pisos históricos de inadimplência: 3,1% no Itaú, 3,5% no Bradesco, 3,3% no Santander e 2,03% no BB.
Com os calotes controlados, Itaú e Santander puderam reduzir as despesas com provisões para calotes constituídas nos anos anteriores, um dos maiores custos embutidos nos empréstimos, mesmo com a expansão ainda vigorosa no volume de crédito.
Entre os grandes, apenas Bradesco e BB elevaram essas provisões.
“Os bancos tiveram lucros exuberantes em 2014 e vão elevar ainda em 2015. A inadimplência está sob controle, o crédito cresce acima do PIB, as margens aumentaram e não podemos desprezar a expertise dos gestores de navegar em tempos de crise”, disse Erivelto Martins, presidente da Austin Rating.
Fonte: Folha de S.Paulo