Um novo limite sobre os bônus dos executivos do setor financeiro determinado durante a noite de quinta-feira (28) em Bruxelas foi saudado por seus partidários como um avanço para controlar o setor, mas rejeitado por críticos como uma jogada imprudente que pode conduzir esses executivos a mudarem-se para o exterior ou causar um aumento em suas remunerações básicas.
Executivos do setor financeiro na Europa poderiam ser impedidos de receber bônus maior que seu salário-base já no próximo ano, após o acordo em Bruxelas. Acionistas poderiam votar sobre elevar o bônus para o dobro salário-base, mas não mais do que isso.
O limite foi levemente suavizado, permitindo que os bancos não considerem valores futuros de ações, opções, títulos ou outras formas de pagamentos feitos ao longo de vários anos, mas, mesmo assim, equivale ao limite mais duro do tipo no mundo.
As regras se aplicariam a funcionários baseados na Europa de qualquer banco, assim como todos os funcionários de bancos europeus em qualquer lugar onde estejam localizados. Isso implica que funcionários do Deutsche Bank trabalhando em Nova York ou Tóquio estariam sujeitos aos limites, assim como os trabalhadores do Goldman Sachs baseados em Londres.
A medida também pode aprofundar as divergências entre o Reino Unido, grande centro financeiro da Europa, e a União Europeia, em um momento no qual o primeiro-ministro britânico, David Cameron, acusa Bruxelas de interferir muito em assuntos domésticos, e prometeu realizar um referendo sobre a filiação da Grã-Bretanha ao bloco europeu, atualmente com 27 membros.
O apoio da maioria dos estados-membros da UE é necessário para que o acordo seja finalizado, e o Reino Unido sozinho não pode bloqueá-lo. Mesmo assim, um membro do Parlamento Europeu, falando reservadamente, ressaltou que o acordo ainda pode ser mudado, indicando “ressalvas” de alguns países da UE.
Fonte: Reuters