Brasil 247
O Banco Itáu rompeu com o governo? A interrogação ficou no ar, entre empresários, durante a 40ª reunião do Conselho de Desenvovimento Econômico e Social, realizada na quarta-feira 28, no Palácio do Planalto. Em torno da presidente Dilma Rousseff e do ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, diferentes líderes empresariais notaram a ausência do presidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco, Roberto Setubal.
Dias antes, ele dera uma entrevista considerada pelo Planalto, no mínimo, como uma declaração de distanciamento do governo ao jornal inglês Financial Times. Setúbal criticou a política econômica que empurrou para baixo as taxas de juros, responsabilizando a equipe do ministro Guido Mantega por uma redução generalizada no lucro das grandes empresa. Ele reclamou da falta de apoio à atividade empresarial. No ano passado, o Itaú registrou um lucro de R$ 13 bilhões, cerca de 5% inferior ao exercício anterior.
O fato de Setubal ter se lamentado na imprensa estrangeira, que no ano passado abriu baterias contra o ministro da Fazenda, Guido Mantega, cuja demissão foi solicitada pela revista inglesa The Economist, frustou ainda mais as expectativas do Planalto sobre um realinhamento de Setubal com a política econômica. O desgaste político acontece em meio às trocas que ele mesmo está promovendo na direção do banco, a começar pela extensão de seu mandato à frente da instituição por mais dois anos.
Na continuação dos contatos com o empresariado, a presidente Dilma encontra-se hoje, em Brasilia, com Eike Batista, do Grupo EBX, e Joeslei Batista, do friboi.