O Sindicato dos Bancários de São Paulo tem recebido denúncias de que o Santander, por intermédio de alguns gestores, tem reduzido as notas nas avaliações de desempenho de cargos que são elegíveis ao bônus – que é pago juntamente com a Participação nos Lucros e Resultados – para reduzir custos.
Bancários que trabalham em departamentos, centros administrativos e diretorias regionais e podem ganhar o bônus – além de alguns operadores de call-centers, que também teriam o direito – denunciaram que suas notas foram reduzidas na comparação com o semestre anterior. Os funcionários tiveram o mesmo desempenho, mas a avaliação foi rebaixada em um nível.
As notas vão de 1 a 5. Segundo um trabalhador contatado pelo Sindicato, ninguém tira a nota 1. Quem tira 2 está abaixo do desempenho esperado e, assim, passa a correr o risco de ser demitido. A partir do 3, o bancário já adquire os pré-requisitos para receber o bônus.
Os trabalhadores podem ter o bônus reduzido ou mesmo não o receber. De acordo com as denúncias, alguns gestores são claros quando justificam a diminuição da nota ao dizer que o motivo é reduzir a gratificação.
Segundo a diretora do Sindicato Maria Rosani, o banco aumenta seus lucros de duas formas: ao demitir trabalhadores e ao reduzir a remuneração. “O Santander, por meio de uma política de gestão de pessoas condenável, mostra que quer explorar o trabalhador ao máximo para maximizar seus lucros”, diz.
“O banco é duro na hora de cobrar: a sobrecarga é enorme e a pressão adoece o trabalhador. Mas, quando é para reconhecer o esforço do bancário, muda a regra para não pagar a remuneração variável. Muda critérios a todo momento e o empregado fica a ver navios”, afirma.
De acordo com a dirigente sindical, não há reclamações de que altos executivos tenham suas comissões reduzidas. “Os altíssimos lucros dos banqueiros e dos altos executivos são mantidos à custa do suor do trabalhador, constantemente pressionado por metas absurdas.”
O Sindicato cobra providências do Santander. “Exigimos que o banco reoriente os gestores para que façam a avaliação correta e não cometam mais injustiças com os trabalhadores”, completa Rosani.
Fonte: Mariana de Castro Alves – Seeb São Paulo