A escolha das bancárias da luta pelo fim da violência contra a mulher e do feminicídio como a principal bandeira no Dia Internacional da Mulher, na consulta realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), fortalece uma antiga reivindicação da categoria.
Em reunião realizada com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), no final de novembro, o Comando Nacional dos Bancários cobrou o canal de atendimento às bancárias vítimas de violência. O debate sobre a proposta já havia sido iniciado em abril deste ano, na mesa de Igualdade de Oportunidades, mas até hoje o canal não foi criado.
“A criação de um canal sigiloso que possa acolher as vítimas de violência para orientá-las e dar assistência jurídica e psicológica é fundamental para ajudar a trabalhadora a romper o ciclo da violência”, disse a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis.
Pesquisa realizada pela Universidade Federal do Ceará revela que a violência doméstica custe cerca de R$ 1 bilhão por ano ao mercado do trabalho nacional. O cálculo é baseado no índice de absenteísmo: o número de mulheres violentadas que tem de faltar no emprego. As ausências ocorrem tanto em decorrência das licenças médicas e tratamentos quanto em função abalo psicológico que enfrentam após uma agressão.
A pesquisa levou em consideração o valor da hora trabalhada por mulheres e utilizou dados do Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) para estimar o efeito das faltas no trabalho nos demais estados do País.
“A expectativa é que a Fenaban possa dar continuidade nas discussões que já foram iniciadas na mesa de Igualdade de Oportunidades e tornar essa proposta uma realidade dentro dos bancos, o que será fundamental para dar a proteção e o respeito que precisam, além de manter o respeito no ambiente de trabalho”, completou Elaine.
Fonte: Contraf-CUT