Bancárias de vários pontos do Brasil participaram do encontro da Rede Uni Mulheres, nos últimos dias 11 e 12, que reuniu mulheres do Chile, Brasil Argentina e Uruguai, em Buenos Aires, na Argentina.
O objetivo do evento é a troca das experiências feministas nos diversos países para montar uma pauta em comum que fortaleça a luta na construção de avanços para as mulheres. “Foi uma experiência muito rica, pois conseguimos vivenciar a retomada da esperança das argentinas com a eleição deste novo governo democrático e ainda o medo das companheiras uruguaias pelos retrocessos impostos com o governo de direita que assumiu recentemente e fez com que elas temessem que tudo que foi conquistado com os governos de esquerda anteriormente possam se perder. Além disso, houve o relato das mulheres do Chile, que contaram como foi todo o processo da crise que eclodiu no país e os planos de resistência”, afirmou Elaine Cuttis, secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “Nós estamos num momento de transformações, no qual é fundamental que esta troca seja cada vez mais permanente para fortalecer a unidade de toda a classe trabalhadora e, principalmente das mulheres, que geralmente são as mais impactadas pelo retrocesso”, completou.
Convenção 190 da OIT
Também foi debatido a aprovação, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Convenção 190 que trata da violência no mundo do trabalho. O texto aprovado é fruto de um debate, iniciado por movimentos de mulheres, que começou em 2009, na Confederação Sindical Internacional (CSI), e venceu resistências dos empregadores que consideravam o tema uma questão a ser resolvida por políticas públicas. As diretrizes da Convenção só passarão a valer a partir da ratificação pelos países. É após a adoção da Convenção que os tribunais passam a se pautar pela norma aprovada. “O grande desafio agora é poder estar todas unidas para conquistar a ratificação da convenção da OIT em todos os países “, explicou Elaine.
‘Basta! Não irão nos calar’
A delegação brasileira apresentou algumas das ações deitas no país para defender os direitos das mulheres bancárias. Um dos destaques que mais chamou a atenção foi o novo projeto do Sindicato dos Bancários de São Paulo, de atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica.
O projeto do Sindicato, que faz parte da programação dos 16 Dias de Ativismo, uma campanha mundial para combater o feminicídio e outros crimes contra a mulher, oferecerá atendimento jurídico especializado em violência doméstica e de gênero e atuará, em parceria com a Rede Municipal de Enfrentamento à Violência Doméstica, atendendo as demandas jurídicas que não podem ser absorvidas pela Defensoria Pública. É uma contraofensiva do movimento sindical contra o atual retrocesso político e social.
#UniSororidad
As bancárias brasileiras relataram ainda o trabalho para a campanha para manifestar e mostrar resistência contra a violência. Com a hashtag #UniSororidad, o movimento acontece na rede social Twitter todos os dias 25 de cada mês e mostra informações e protestos sobre a realidade do gênero na sociedade.
A Contraf-CUT apoia a campanha. “É extremamente importante reforçar a nossa luta de combate à violência contra a mulher. O nosso objetivo é sensibilizar e dar ainda mais visibilidade contra este grave problema e salientar a importância de ações efetivas para o combate à violência”, afirmou Elaine Cutis, secretária da Mulher da Contraf-CUT. Para Elaine, a campanha é extremamente importante, pois dará visibilidade ao tema nas redes sociais. “Nosso objetivo é mostrar os números da violência e cobrar ações efetivas para erradicar o problema na sociedade. Portanto, nos dias 25, precisamos estar unidas usando a hashtag #UniSororidad no Twitter”, finalizou.
Fonte: Contraf-CUT