Praia Grande (SP) – “Dia 30 vamos ocupar as ruas de Brasília”, afirmou o novo presidente da CUT, Sérgio Nobre, no encerramento do 13º Congresso Nacional da central, no início da tarde desta quinta-feira (10), em Praia Grande, litoral paulista. O ato de “estreia” da nova direção é contra a política econômica, particularmente o projeto de “reforma” da Previdência.
Com 1.705 delegados credenciados (1.957 no total), sendo 57% homens e 43% mulheres, o congresso cutista terminou, como em 2015, com chapa única, eleita por aclamação e anunciada por Júlio Turra, que deixa a executiva depois de 25 anos. Além de Sérgio, a vice-presidência será ocupada por Vagner Freitas, agora ex-presidente. Pela primeira vez haverá uma mulher na estratégica Secretaria-Geral: Carmen Foro, do setor rural, até então vice.
Carmen disse só ter se tornado uma liderança graças à Contag, confederação da qual é originária, e à luta das mulheres. “Só podemos enfrentar os desafios se tivermos muita solidariedade entre nós”, afirmou, pedindo “coragem, muita determinação e unidade”.
“A classe trabalhadora precisa que estejamos atentos e firmes para enfrentar o que virá”, acrescentou, citando as propostas de “reforma” sindical que começam a ser discutidas. Ela defendeu um “sindicalismo livre, desatrelado do Estado e com possibilidade de autofinanciamento”.
O novo presidente da CUT disse que os trabalhadores vivem seu momento mais difícil. “Sei que o período será duríssimo, mas também sei que liderança se forja na luta”, reforçou Sérgio Nobre. Coordenador da Articulação Sindical, ele também falou em unidade interna e destacou a “relação respeitosa” entre as correntes que atuam na central.
Nobre disse ainda sentir frustração pela ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visitou na semana passada. O congresso teve como temas centrais a democracia e a liberdade para Lula, que recomendou à nova direção cutista intensificar a conversa com a população.
Agora vice, Vagner reforçou o discurso. “A burguesia é louca para destruir, para enfraquecer a CUT. Mas não conseguiram. Estamos aqui, firmes e fortes, absolutamente unidos e organizados, com a responsabilidade de libertar o presidente Lula.”
Fonte: Rede Brasil Atual