Estudantes, professores, movimentos sociais e sindicais voltaram às ruas nesta quinta-feira (3) para dizer que a luta em defesa da educação não para no país governado por Jair Bolsonaro. Hoje foi o segundo dia da greve geral da educação, realizada em diversas cidades brasileiras.
A mobilização em São Paulo, com ato na Avenida Paulista na tarde de hoje, contesta os cortes no orçamento da área e pede o fim do projeto Future-se, que submete a educação a um viés de mercado, em que só interessam demandas empresariais descoladas da produção de conhecimento.
Em São Paulo, o repórter Jô Miyagui, da TVT, esteve na Paulista e conversou com os manifestantes. Segundo o presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE-SP), Caio Yuji Tanaka, a mobilização de hoje é uma continuação de um movimento que dialoga com o sentimento dos estudantes. “Na verdade, é um sentimento que começa desde quando o governo Bolsonaro é eleito, já posicionando que a universidade precisa ser só para uma elite intelectual”.
Ele diz que esse governo está “tornando cada vez mais difícil acesso e a permanência dentro da universidade”. Tanaka lembra que o ato de hoje é em defesa da educação e da ciência “para que seja devolvido o dinheiro do educação e a gente consiga manter a nossa universidade”.
O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes-SP), Lucas Chen, destaca que “o Brasil tem um dos menores investimentos por aluno na média da OCDE. É um dos dados que foi levantado e apresentado recentemente e que comprova que o Brasil investe pouco em educação”.
Lucas afirma que o governo Bolsonaro mente. “Não podemos aceitar uma coisa dessas, nossas escolas estão sendo completamente sucateadas. O que precisamos é de mais investimentos. Se eles puderem acabar com o modelo de escola pública, gratuita e de qualidade, eles vão acabar.”
Ato na Praça Santos Andrade, em Curitiba: defesa do ensino público e das universidades federais também estava na pauta da manifestação desta quinta-feira (Foto: Gibran Mendes / CUT Paraná)
O professor universitário Carlos Vinícius Santos diz que até agora não foi possível reconhecer uma política do governo Bolsonaro “porque não fica muito claro o que exatamente quer”.
Beatriz Baravieira, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade federal do ABC (UFABC) crítica o programa ‘Future-se’. “É um programa que tem como objetivo final privatizar a universidade e o plano de ensino desse governo é sucatear as universidades para futuramente ou cobrar mensalidade ou privatizar”, afirma.
Ana Carolina Domingues, estudante do bairro de Perus, em São Paulo, diz que educação pública e de qualidade significa sim a emancipação do povo brasileiro. “Estar hoje aqui é principalmente lutar pelo futuro”, defende.
Fonte: Rede Brasil Atual