A caderneta de poupança registrou captação líquida positiva de R$ 2,3 bilhões em janeiro, quando o saldo costuma ser negativo. De acordo com dados do Banco Central (BC), foi o melhor resultado para o período nos últimos três anos – em janeiro de 2010, o saldo fora de R$ 2,6 bilhões.
No mês passado, os depósitos somaram R$ 113 bilhões e os saques, R$ 110,7 bilhões. Já o estoque de recursos atingiu R$ 500,8 bilhões, com rendimentos de R$ 2,2 bilhões. No início de ano, tradicionalmente, as retiradas da poupança costumam superar os depósitos, devido ao aumento de gastos das famílias.
fôlego para a habitação
Em janeiro de 2012, o saldo da poupança ficou negativo em R$ 2,8 bilhões e no mesmo período do ano anterior, positivo em R$ 275 milhões. No ano passado, o governo alterou as regras do rendimento dos poupadores, que ficou menor, dependendo da taxa de juros básica da economia (a Selic). Apesar disso, a aplicação teve captação recorde de R$ 49,7 bilhões. O estoque somou R$ 496,3 bilhões, contra R$ 420 bilhões no fim de 2011.
Os dados do BC consideram os depósitos da poupança rural e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) – este é uma das principais fontes de recursos para o setor de habitação no país, principalmente para a classe média. No caso do SBPE, o saldo ficou positivo em R$ 983,9 milhões em janeiro. No período, os depósitos somaram R$ 90 bilhões e o saques R$ 89 bilhões.
Para a consultora da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) Maria Henriqueta Arantes, a tendência é que a poupança continue crescendo, o que é positivo para o setor. Ela lembrou que há cerca de dois anos, o mercado discutia a necessidade de fontes alternativas para os financiamentos habitacionais, pois havia possibilidade de esgotamento dos recursos da poupança, diante do crescimento imobiliário.
O que torna a poupança uma aplicação atrativa é o baixo rendimento dos fundos de investimento no cenário atual (de juros baixos), disse Henriqueta. O resultado positivo da poupança é importante para a construção civil, porque significa crédito para os compradores da casa própria.
Fonte: Geralda Doca – O Globo