A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES ) realizou nos dias 19 e 20 de Julho a 21ª Conferência Interestadual, no auditório do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, e reuniu diversas bancárias e bancários dos dois estados.
O evento foi marcado pela pluralidade de opiniões que, somadas à unidade da categoria, são essenciais diante um quadro tão adverso como o que se apresenta atualmente como os ataques aos direitos dos trabalhadores, Reforma Trabalhista, terceirização irrestrita, PEC do Teto de Gastos e, agora, com a Reforma da Previdência.
“Nosso papel, mais que nunca, se faz necessário contra este desmonte promovido pelo atual governo e a mobilização da categoria bancária é de fundamental importância”, declarou p oresidente da Fetraf-RJ/ES, Nilton Esperança, que ainda completou: “Demissões, terceirizações e precarização nos serviços são a tônica dos banqueiros e temos a obrigação, como sempre, em manter todas as nossas conquistas e barrar as tentativas de ataque”.
Para ele, as ações conservadoras e neoliberais do Governo também têm gerado retrocessos nas liberdades democráticas e ameaças aos direitos da classe trabalhadora, cuja implementação depende a sobrevivência do próprio governo. “Com isso teremos como objetivo organizar uma metodologia de amplo e profundo debate, para além da nossa categoria. Os desafios são grandes, mas o movimento sindical já superou outros momentos de crise e irá superar o atual.”
Estrutura Sindical
Na mesa sobre a Estrutura Sindical, o secretário Geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre, falou dos desafios do movimento sindical para enfrentar não somente a atual conjuntura política adversa, mas também as transformações do capitalismo e do mundo do trabalho. Para o cutista é necessário pensar em um novo modelo de campanha salarial, que vá além das questões econômicas e da data-base.
Recessão econômica
Em consequência da política econômica do governo Bolsonaro, a economia brasileira tende a se contrair cada vez mais, a curto e médio prazos, trazendo queda da produção e da oferta de emprego. Mesmo que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tome medidas de incentivo ao consumo que sempre criticou, os efeitos, se houver, só serão sentidos daqui a dois anos.
A avaliação foi feita pelo economista e ex-técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adhemar Mineiro, em palestra neste sábado, pela manhã, no segundo dia da 21º Conferência Interestadual dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio e Espírito Santo. O encontro teve início na sexta-feira (19/7), no auditório do Sindicato dos Bancários do Município do Rio.
Mídia Alternativa
O bancário e jornalista Paulo Salvador, editor da Rede Brasil Atual, lembrou que todo trabalhador é também consumidor das informações massificadas pela grande mídia e, mais recentemente, das redes sociais, especialmente o whatsapp e que é preciso fortalecer a chamada mídia alternativa, do campo progressista, para disputar as narrativas das versões dos fatos. Ele citou como exemplo de manipulação da imprensa tradicional, o chamado “não-fato”, ou seja, fatos que a mídia esconde das pautas do noticiário cotidiano. Um exemplo citado pelo palestrante foi a própria Conferência dos bancários. Segundo ele, “não interessa a imprensa burguesa divulgar o que os trabalhadores estão pensando da conjuntura política e econômica do país”, então este acontecimento simplesmente passa “a não existir” para a opinião pública.
No evento, ficaram definidas pautas prioritárias:
– Defesa da democracia e soberania nacional;
– Defesa dos bancos públicos;
– Defesa da previdência social pública;
– Defesa dos direitos dos trabalhadores;
– Resistência contra as privatizações.
Fonte: Contraf-CUT