A seleção brasileira feminina de futebol entra em campo, nesta terça-feira (18), para definir sua classificação para a segunda fase da Copa do Mundo. O evento é o momento de maior atenção do mundial feminino. No jogo de estreia, por exemplo, mais de 30 milhões de brasileiros acompanharam a partida da seleção.
Porém, isso ainda é pouco. Se a partida de hoje fosse da seleção masculina, o Brasil iria parar, com folgas ou intervalos para assistir ao jogo em todas as empresas. Mas, não para por aí. O que é mais assustador é a discrepância salarial entre o futebol feminino e o futebol masculino.
Camisa 10 da seleção brasileira, Marta, que também é embaixadora global da ONU Mulheres, foi escolhida para ser uma das embaixadoras do novo projeto, que teria sido criado porque o patrocínio oferecido às jogadoras femininas é inferior ao que as marcas pagam para o time masculino. A camisa 10 não tem patrocínio de marcas como Nike, Adidas, Puma e as demais fornecedoras porque não houve uma proposta que fosse considerada à altura do que Marta representa para o futebol mundial. Os valores das ofertas recebidas são 60 vezes menores do que se paga para um craque do futebol masculino. É importante lembrar que Marta foi eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo. Outro detalhe importante é que com o gol, ela se tornou a maior artilheira em Copas do Mundo, ao lado de jogador alemão Klose, ambos com 16 gols.
Desigualdade de oportunidades
A desigualdade de gênero também é vista pela diferença de oportunidades. Mesmo com a exigência da Fifa de ter, ao menos, uma mulher na comissão técnica e uma mulher na equipe médica de cada seleção, apenas nove treinadoras disputam o campeonato contra 15 homens. Elas estão no comando de 5 das primeiras 8 seleções do ranking mundial.