O Ministério Público do Trabalho (MPT) realiza nesta quarta-feira (23), às 17 horas, nova e ampliada audiência de mediação entre a Contraf-CUT e o Santander, em Brasília, sobre as demissões em massa em dezembro e a política de rotatividade do banco espanhol. A reunião, novamente aberta à participação de todos os sindicatos e federações, foi agendada na audiência anterior, ocorrida na última quinta-feira (17).
No início da tarde de segunda-feira (21), os advogados do banco enviaram novos dados solicitados pela procuradora do MPT, Ana Cristina Tostes Ribeiro, diante das dúvidas levantadas pela Contraf-CUT a partir dos números informados anteriormente.
O banco remeteu dados sobre tipos de desligamentos em 2012, mês a mês, por base sindical. Isso possibilitará separar o que foi demissão sem justa causa, demissão por justa causa, aposentadoria, pedido de demissão, falecimento e transferências. O banco também encaminhou o Caged de dezembro do ano passado.
Reunião preparatória
Todos os dados recebidos já estão sendo analisados pelo Dieese e os resultados serão apresentados e discutidos previamente na reunião preparatória das entidades sindicais, que ocorre nesta quarta-feira, às 14 horas, na sede da Contraf-CUT, que fica nas dependências do Sindicato dos Bancários de Brasília. Todos os sindicatos e federações estão outra vez convidados a participar.
“Com essas novas informações, cujo acesso só foi possível em razão da determinação da procuradora do MPT, esperamos obter novos dados que ajudem a esclarecer o processo de demissões em dezembro, bem como a política de rotatividade do banco – essa verdadeira jabuticaba que só existe no Brasil e que faz mal ao emprego e ofende a dignidade dos trabalhadores”, ressalta o secetário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
“Apesar da constante negativa do Santander, vamos reiterar a necessidade de reintegração dos demitidos e de negociar formas de proteção ao emprego. Não é possível que lá na Espanha, onde tem crise, o banco fecha acordo com os sindicatos garantindo mecanismos de informação, diálogo e respeito aos empregos e direitos dos funcionários, sem medidas traumáticas, enquanto aqui no Brasil, onde obtém mais de 26% do lucro mundial, o banco se recusa a discutir emprego com as entidades sindicais, tratando os trabalhadores brasileiros como se fossem de segunda categoria”, aponta o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira.
As liminares obtidas pelos Sindicatos dos Bancários da Bahia e da Paraíba continuam em vigor. A da Bahia garante a reintegração dos demitidos desde o dia 22 de novembro de 2012 e a da Paraíba suspende as dispensas e impede demissões coletivas. Outras ações judiciais aguardam decisões.
Fonte: Contraf-CUT