Uma pesquisa publicada pela ONG Artigo 19 nesta segunda-feira (27) revela que 78% da população acredita na possibilidade de manifestações poderem mudar o país. O estudo, realizado em sete cidades, foi apresentado na Defensoria Pública de São Paulo. Segundo Camila Marques, advogada da Artigo 19, desde 2013 houve uma retomada das manifestações nas ruas, tornando-as um espaço político em disputa. “A população é um entende que alguns critérios devem obedecidos para que uma manifestação seja considerada positiva, por exemplo, uma causa coletiva, em que as pessoas se vejam naquela manifestação. Um outro critério é que a manifestação não pode ser violenta”, explicou à repórter Dayane Pontes, da TVT.
No último dia 15, estudantes, professores e trabalhadores da educação foram às ruas contra o fim da Previdência e os cortes na Educação, promovidos pelo governo Jair Bolsonaro. Para o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Pedro Gorki, a rejeição à política é reflexo da crise o país enfrenta. “A onda antipolítica atinge uma boa parte da nossa população brasileira, mas o que se provou no dia 15 de maio e na nova esfera da oposição ao governo Bolsonaro é que atos não se tornarão um 2013+6“, afirma ele, ao exemplificar as pautas difusas das mobilizações de junho daquele ano.
A pesquisa revela que 90% da população concorda com o sistema democrático para o país, mas ainda assim 83% dos brasileiros não quer a participação de partidos políticos nas manifestações. O estudo ainda mostra que 45% dos entrevistados discordam da afirmação de que o Brasil é um país de democracia forte e 35% concordam. Para Camila, é preciso informar melhor a população. “Quando a gente fala de direitos sociais e econômicos, falamos de pautas coletivas, que atingem a sociedade, então, é um desafio de comunicação”, disse.
Pedro Gorki lembra que tomar as ruas é um direito de todos e espera que as manifestações do próximo dia 30, contra os cortes de Bolsonaro, sejam ainda maiores. “A gente não quer só comida e reverter os R$ 7 bilhões de corte na educação pública, queremos mais investimento e mais direitos. É isso que se junta na luta de rua do movimento estudantil com o movimento social”, conclui.
Fonte: Rede Brasil Atual