Os bancários de todo o Brasil engrossaram a massa de trabalhadores que tomaram as ruas, nesta quarta-feira (1º), para comemorar o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, em defesa da Previdência Pública.
Pela primeira vez na história, o ato foi unificado e reuniu as todas centrais sindicais do país: CUT, Força Sindical, Intersindical, CPSP-Conlutas, Nova Central, CGTB, CSB e UGT. “Nós bancários temos muitos motivos para estar no 1º de maio. Primeiro, porque já temos uma unidade muito grande com as outras centrais. Nós da CUT, com a UGT, CTB, Intersindical, já formamos o Comando Nacional dos Bancários e já encaminhamos as lutas dos bancários de forma unitária. E hoje o primeiro de maio é unitário, contra a reforma da Previdência. Porque essa reforma vai acabar com o direito do trabalhador se aposentar. E nós bancários, no Brasil inteiro, estamos participando do primeiro de maio contra essa reforma”, afirmou Juvandia Moreira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional.
“A gente não quer que o tempo para se aposentar aumente da forma como eles estão propondo. Isso é um absurdo, ninguém vai conseguir se aposentar. A gente não quer que eles tirem a aposentadoria dos pobres, como eles estão querendo fazer. A gente não quer e não pode aceitar que eles acabem com os nossos direitos, por exemplo, com a multa dos 40% do FGTS do trabalhador que se aposenta trabalhando”, completou.
As centrais decidiram durante o ato em São Paulo que dia 14 de junho será o Dia da greve Geral contra a reforma da Previdência de Jair Bolsonaro. Dirigentes sindicais pediram a retirada do projeto como ponto de partida para um eventual princípio de diálogo. Mas apostam na greve geral como fator fundamental para derrotar o governo. “A briga é muito dura. Temos condições de barrá-la (a proposta governista). Mas eles também têm condições de aprovar. Precisamos convencer a opinião pública a pressionar os deputados”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, durante os pronunciamentos dos representantes das 10 centrais que se uniram no ato.
Segundo Vagner, as entidades estão de acordo quanto à necessidade de “ajustes” no sistema previdenciário. “Tem de pegar sonegadores, pegar as empresas que sonegam. Mas o que Bolsonaro quer fazer é acabar com a Previdência”, afirmou.
O desemprego, que atingiu mais de 13,4 milhões de brasileiros no mês de março, também foi uma das pautas dos Dia internacional do Trabalhador. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada na manhã de terça-feira (30) pelo IBGE, mostram que o número de desocupados cresceu em 1,2 milhão de pessoas desde que o novo governo assumiu.A taxa de subutilização, que indica gente que poderia estar trabalhando mais, atingiu 25%, o maior nível da série histórica, iniciada em 2012. A população subutilizada chega a 28,3 milhões, com acréscimo de 1,5 milhão de pessoas no trimestre e de 819 mil em 12 meses.
Fonte: Contraf-CUT