Em sua 24ª reunião, o Conselho Diretivo da UNI Américas fez os encaminhamentos para a realização da 6ª Conferência Regional da UNI Américas, que ocorrerá em Lima, Peru, em dezembro de 2019. A reunião aconteceu na terça-feira (19), em Montevidéu, no Uruguai.
Entre os temas definidos para a Conferência, estão “big data e novas tecnologias”, “o futuro do mundo do trabalho”, “direitos sociais, laborais e humanos”, “imigração”, “plano para uma América sustentável”, “a questão das mulheres, dos jovens, da diversidade” e a “defesa da democracia no continente”.
Para o secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten, a reunião reafirmou que a agenda sindical, ao contrário do que as estruturas patronais afirmam, não pode ser separada da agenda política continental. “As derrotas de partidos de centro esquerda no continente trouxeram um cenário de perdas de direitos sociais, trabalhistas e humanos em diversos países de nossa região. As eleições foram antecedidas de ampla propaganda de má fé para fazer parecer que o papel do Estado é atrapalhar a economia e a geração de empregos. Propagaram que as políticas sociais são onerosas, que as empresas e serviços públicos são de baixa qualidade e que o liberalismo e o mercado são bons para o povo pobre”, disse von der Osten.
Conjuntura
Os presentes debateram sobre a conjuntura política e econômica dos países membros no continente americano a partir de reflexões trazidas pelo diretor regional da UNI Américas, Marcio Monzane, que relatou conjunturas de países da América do Sul, pelos relatos sobre os Estados Unidos feitos por Stanley Gacek da UFCW, pelas informações sobre a situação do Caribe e América Central trazidas por Trevor Jonhson da BIGWU de Trinidad & Tobago.
Os comentários sobre o Brasil foram apresentados pela presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que relatou a difícil situação em que vive o povo e o movimento sindical brasileiro. “O governo quer realizar uma reforma da Previdência extremamente prejudicial aos trabalhadores, às mulheres e à população mais pobre. Uma proposta que contempla a famigerada capitalização, que gerou uma população de idosos miseráveis no Chile. Além disso, diz que o trabalhador tem que escolher entre ter emprego ou ter direitos”, disse Juvandia, lembrando da proposta de ‘carteira verde-amarela’, que retira todos os direitos trabalhistas.
“Isso é uma tragédia para os trabalhadores. O governo sabe que os sindicatos não vão deixar passar isso sem protestos. Por isso, publicou uma Medida Provisória, que entra em vigor desde a publicação, sem necessidade de aprovação pelo parlamento, que visa acabar com as entidades de representação dos trabalhadores ao dificultar todo e qualquer tipo de arrecadação de receitas sindicais”, completou ela, se referindo à MP873/2019.
Plano de trabalho
Durante a reunião a UNI Américas também apresentou o balanço do Plano de Trabalho desenvolvido durante 2018, contemplando o monitoramento e relatórios dos planos setoriais e políticos, campanhas de sindicalização desenvolvidas no Peru, Chile, El Salvador, Caribe, Estados Unidos, Costa Rica, Uruguai e Brasil.
Foi apresentado a seguir, o Plano de Trabalho para 2019 e as prioridades destacadas nas reuniões que a UNI Américas realizou em cada país com sindicatos afiliados, sendo aprovado pelos membros do Conselho Executivo.
Também estiveram presentes à reunião a Secretária Geral da UNI Global Union Christy Hoffman, a presidenta da UNI Global Finance, Rita Berlofa, o Head do Departamento da UNI Global Finance, Angelo di Cristo, e a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva.
Fonte: Contraf-CUT