Os representantes das federações na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, órgão da Contraf-CUT que assessora as negociações com o banco, estiveram reunidos nesta segunda-feira (5), na sede da confederação, em São Paulo. Os bancários discutiram os problemas enfrentados pelos bancários do Bradesco e a retomada da Campanha de Valorização dos Funcionários, feita anualmente pelos trabalhadores.
“Queremos mobilizar os trabalhadores e cobrar do banco soluções para a falta de condições de trabalho e segurança, os problemas no plano de saúde e a criação de um programa de auxílio-educação”, afirma Elaine Cutis, diretora da Contraf-CUT e coordenadora da COE do Bradesco. “O banco tem feito negociações, mas sem resultados efetivos para os trabalhadores. É preciso destravar esse processo que o banco tem feito questão de deixar congelado”, completa.
Plano de Saúde
Entre as principais demandas dos bancários discutidas na reunião, está a solução dos problemas do plano de saúde. Os bancários do Bradesco não possuem ainda atendimento de diversas especialidades, como psicologia, psiquiatria, fonoaudiologia, entre outras.
“Há bancários de outros bancos que possuem o plano de saúde do Bradesco e têm direito a um atendimento mais abrangente e com mais especialidades do que o dos próprios funcionários do banco, que tem o chamado ‘seguro saúde’”, explica Elaine.
“Além disso, os aposentados ficam sem qualquer proteção após deixar o banco, numa prova do descaso da empresa com quem lhe dedicou uma vida de serviços. Essas pessoas acabam gastando da própria aposentadoria para contratar um plano de saúde no mercado”, sustenta a dirigente sindical.
Outro problema grave é o plano odontológico. Muitos profissionais têm deixado o plano por conta do aumento da burocracia após a fusão da Odontoprev com o Bradesco. Com isso, o plano, que já apresentava poucos profissionais em diversas regiões, passou a ser quase nulo em algumas localidades.
“Tem ocorrido um verdadeiro descredenciamento em massa no odontológico. É preciso resolver essa situação e garantir um atendimento de qualidade para todos os bancários, além da ampliação nos atendimentos do plano médico”, diz Elaine.
Segurança e auxílio-educação
Outra questão importante diz respeito à decisão do banco de não instalar portas de segurança com detector de metais nas novas agências que abriu em 2011 e ainda retirar portas de algumas agências já existentes. “A porta é um equipamento fundamental nas agências para a segurança de bancários, vigilantes, clientes e usuários. O Bradesco tem que manter o aparato independentemente da existência de legislação municipal a respeito”, afirma Elaine.
A estatística nacional da Febraban sobre assaltos a bancos, consumados ou não, indicou 422 ocorrências em agências e postos de atendimento bancário em 2011, um crescimento de 14,36% em relação a 2010. Para Ademir Wiederkehr, coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária e secretário de Imprensa da Contraf-CUT, o crescimento pode estar ligado à retirada de portas giratórias por alguns bancos e à inauguração de novas unidades sem esse equipamento indispensável.
Os trabalhadores reivindicarão ainda a criação de um programa de auxílio-educação, demanda antiga dos bancários do Bradesco, que ainda é o único entre os grandes bancos que não possui um programa de bolsas.
“O banco argumenta com a Fundação Bradesco, mas a função é muito diferente e não supre a necessidade e um incentivo para que os bancários possam completar seus estudos. O ensino superior é uma exigência da própria empresa para contratar e nada mais justo que ela auxilie seus trabalhadores nesse sentido”, completa Elaine.
Fonte: Contraf-CUT