Novembro 26, 2024
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Terceirização irrestrita colocará em risco o sigilo bancário

No último 31 de agosto, os bancários assinaram um acordo histórico, numa conjuntura dificílima: a nova convenção coletiva de trabalho, que vai até 31 de agosto de 2020.

É a única categoria cuja convenção coletiva vale para todo o País. As batalhas na mesa de negociação foram exaustivas. Duríssimas, mesmo.

De um lado, 160 bancos, liderados pela Federação Nacional de Bancos (Fenaban), que propôs 0,5% de reajuste salarial para os próximos quatro anos.

Do outro lado, os 480 mil trabalhadores, defendidos por duas coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, representando todos os sindicatos, que não abriam mão de direitos já conquistados e pleiteavam novos avanços.

O desafio coube a Ivone Silva, presidenta dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e a Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Pela primeira vez na história, pelo lado dos bancários, duas mulheres comandaram a negociação com os banqueiros.

“Sem dúvida alguma, a união da categoria e a confiança dos sindicatos dos bancários de todo o país no Comando Nacional foram determinantes para nossa vitória”, afirma ao Viomundo Ivone Silva, já a postos para outra grande batalha.

Em 30 de agosto, dia anterior à assinatura do acordo da convenção coletiva de trabalho, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a terceirização nas atividades-fim das empresas –a terceirização total — é constitucional

“Essa decisão vai afetar milhões de empresas e trabalhadores”, afirma.

“No setor financeiro, especificamente, a terceirização irrestrita vai aumentar em relação ao que já existe hoje e atingir todos os segmentos, como as gerências, caixas, crédito e áreas de tecnologia”, alerta Ivone Silva.

“Em consequência, colocará em risco o sigilo bancário, gerando perigo sistêmico para a economia brasileira”, previne.

Clique aqui e confira a entrevista na íntegra. 

Fonte: Conceição Lemes, Viomundo