Representantes da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, entidades da sociedade civil e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) ouviram, nesta quarta-feira (22), denúncias dos moradores do Complexo da Penha, um dos três conjuntos de favelas da zona norte da capital fluminense que, desde segunda-feira (20), passam por uma violenta operação comandada por militares e com inúmeros relatos de violação de direitos.
De acordo com os relatos, os militares estariam cometendo uma série de arbitrariedades e até torturas contra moradores das comunidades. Há denúncias que vão desde a revista em celulares até corpos que foram espalhados pela área de mata da Maré, onde o exército também promove operações especiais.
"Teve uma menina que trabalha na escola e mora lá em cima (no Complexo do Alemão) e foi revistada na descida pelos soldados do exército que fizeram ela até abrir a marmita para mostrar o que tinha dentro", descreve a jornalista Ana Carolina Borges.
A Defensoria Pública está reunindo os relatos para poder embasar possíveis ações judiciais que visem a garantir a integridade dos moradores. O órgão investiga ainda possíveis mortes ocorridas durante a intervenção e não contabilizadas no balanço oficial do gabinete da Intervenção que aponta, até o momento, a morte de oito pessoas, três soldados e cinco civis vitimizados. "Morar na favela não significa que a pessoa tem que viver assim, é inaceitável qualquer ser humano passar por essas situações", afirma a integrante da comissão da Alerj Mônica Cunha.
FONTE: Rede Brasil Atual