Em entrevista ao apresentador Rafael Garcia, da Rádio Brasil Atual, na tarde de segunda-feira (23), a coordenadora executiva da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Cristina Nascimento, afirmou que o atual período de seca no semiárido e no sudeste combinado com o que classifica como "forte ambiente de retrocesso político", contribuem para a possibilidade de o Brasil voltar a integrar índices de subalimentação que haviam sido superados em 2014, quando o país deixou de integrar o Mapa da Fome da ONU.
Segundo a ativista, apesar da seca, o Brasil havia conseguido, sob os governos Lula e Dilma, desenvolver políticas públicas que atenuaram seus impactos, contornando inclusive, a fome como um problema social. Cenário muito diferente, diz, do encontrado agora, sob o governo golpista de Michel Temer.
"Esse processo do golpe trouxe à tona exatamente isso: a retirada das políticas de redução da pobreza do orçamento da União e a retirada de estratégias principalmente para o semiárido, que é a região historicamente identificada como o lugar da fome, da pobreza e da miséria. Então, esse é o retrato que a gente encontra em 2018, que infelizmente é o contexto de denúncia que, para nós, não nos alegra", disse a coordenadora do ASA.
Para denunciar a iminência da volta do país ao Mapa da Fome, a Caravana Semiárido Contra a Fome, que parte de Caetés, interior de Pernambuco, percorrerá cidades das regiões Nordeste e Sudesta – ao longo de 14 dias de debates e atos públicos. O objetivo é chegar chegar, em 5 de agosto, à capital federal, onde pretendem denunciar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), os impactos ocasionados pelo retrocesso nas políticas públicas impostas contra a população pelo governo de Michel Temer.
A campanha é financiada por doações, que pedem ser feitas por meio de plataforma online.
- ARTE CSCF/BDF/REPRODUÇÃO
- Caravana conta com o apoio de Organizações, redes, movimentos sociais do Semiárido e também com contribuições onlines
FONTE: Rede Brasil Atual